Senado dos EUA investiga F1 por violações às leis antitruste na negativa à Andretti

Segundo investigação em andamento nos EUA, a F1 teria violado as leis de competição americanas ao vetar a entrada da Andretti, previamente aprovada pela FIA. Cena constrangedora entre Mario Andretti e Greg Maffei no GP de Miami dá o tom do clima entre as partes

A tentativa da Andretti de fazer parte do grid da Fórmula 1, rechaçada pela categoria, segue rendendo uma série de confusões nos bastidores. Depois da abertura de uma investigação sobre o Liberty Media por parte do Departamento de Justiça do Governo dos Estados Unidos, devido ao tratamento dado à equipe americana, o Senado do país também analisa possíveis violações às leis antitruste, que visam garantir a livre concorrência.

De acordo com o portal F1-Insider, as violações por parte do Liberty Media teriam sido em conluio com as equipes, que também não apoiavam a entrada da Andretti na categoria. Apesar da aprovação da FIA, que garantiu a existência das condições necessárias, o grupo que detém os direitos comerciais da Fórmula 1 vetou a empreitada.

No GP de Miami deste ano, inclusive, o portal informa que uma cena constrangedora ocorreu nos bastidores. Em um café da manhã para convidados no exclusivo Palm Club, Mario Andretti — campeão do mundo de 1978 — conversava com Stefano Domenicali — CEO da F1 —, quando Greg Maffei, chefe do Liberty Media, interrompeu os dois e deixou um recado para o americano.

“Mario, farei de tudo em meu poder para impedir que seu filho Michael entre na Fórmula 1”, teria gritado Maffei.

Mario Andretti já disse que não imaginava que a negativa da F1 à equipe era “algo pessoal” (Foto: Indy)

A Andretti, então, passou a buscar meios jurídicos de buscar a entrada, já que a única justificativa do Liberty Media foi de que a marca americana “não mostrou que agregaria valor ao campeonato”. A F1 ainda deixou a porta aberta para a equipe ingressar em 2028, caso a GM, através da Cadillac, concretize a promessa de fabricar um motor próprio e embarque no projeto.

Com o imbróglio na Justiça, a comissão de inquérito responsável pelo tema já teria evidências, inclusive com um grupo de WhatsApp que inclui Domenicali e alguns chefes de equipe da F1, que comprovam os acordos ilegais com os times.

De acordo com a visão do Senado, impedir que um candidato aprovado participe do campeonato gera uma violação à lei de competições dos EUA. Em maio, o Congresso já havia entrado com um pedido de investigação ao veto da equipe. Na ocasião, Mario Andretti chegou a visitar o Capitólio e se encontrou com os republicanos John James e Victoria Spartz, dois incentivadores da investigação.

Fórmula 1 retorna de 18 a 20 de outubro em AustinEstados Unidos, início da perna americana da temporada 2024.

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