Senna avalia temporada 2015 como mais monótona e diz que F1 “perdeu o brilho” por ser muito previsível: “Enche o saco”

Convidado especial do Paddock GP #9, programa de debates sobre esportes a motor do GRANDE PRÊMIO, Bruno Senna diz que sente saudade dos carros da F1, mas não das corridas. O brasileiro, que hoje compete na F-E e também é comentarista da emissora britânica Sky Sports, avalia o momento atual da categoria como opaco, permeado por brigas políticas e sem ação dentro da pista

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”;
google_ad_slot = “5708856992”;
google_ad_width = 336;
google_ad_height = 280;

Bruno Senna deixou a F1 em 2012, ano em que representou a categoria correndo pela Williams. De lá para cá, o piloto, hoje com 32 anos, fez um pouco de tudo: disputou o Mundial de Endurance e provas da American Le Mans Series pela Aston Martin, chegou a acelerar como convidado na Stock Car, atua como piloto de desenvolvimento da McLaren no Grã-Turismo e, desde 2014, é piloto da Mahindra na F-E, a revolucionária categoria dos carros elétricos. Mas, de uma forma ou de outra, Bruno está inserido no mundo da F1. Seja como sobrinho do tricampeão Ayrton Senna, seja como comentarista da emissora britânica Sky Sports, cobrindo algumas etapas do Mundial.
 
Dono de um olhar mais crítico a respeito da categoria por onde correu em três temporadas, Bruno analisou o atual momento da F1. Senna foi o convidado especial do Paddock GP na noite da última terça-feira (1), em São Paulo. No programa de debates em vídeo do GRANDE PRÊMIO, o piloto não escondeu que a F1 dos dias de hoje não o agrada. Na visão de Bruno, o esporte perdeu o brilho justamente por ser previsível demais no que tange à luta por vitórias, que hoje, na prática, se restringe a Lewis Hamilton e Nico Rosberg, da Mercedes.

Opinião GP: Pior temporada em anos leva a pedido claro: F1, mude já

 
“Ano passado foi muito mais interessante do que neste ano. Em 2014 teve o domínio da Mercedes, mas esse ano o domínio foi mais intenso, a briga entre o Lewis e o Nico foi mais monótona, e a F1 perdeu bastante daquele brilho que ela tinha, de as pessoas sentarem para assistir a corrida e não saber o que ia acontecer”, comentou Senna.
Bruno Senna foi o convidado especial no Paddock GP #9 na última terça-feira (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)
“Hoje é muito fácil saber o que vai acontecer, e acabou que teve muito pouca surpresa na F1, as coisas foram muito mais previsíveis nesta temporada, foi uma das grandes dificuldades que a F1 teve. E mesmo dentro da F1, as brigas políticas, é tudo muito meio maçante. Ano passado teve mais coisa interessante”, acrescentou o piloto.
 
Em 2015, a F1 viveu muito mais de fatos como a eterna novela sobre qual motor a Red Bull vai usar em 2016 ou mesmo a compra iminente da Lotus pela Renault. Episódios que ganharam mais as atenções do noticiário do que a disputa entre os pilotos na pista, algo que, na prática, poucas vezes aconteceu de forma genuína.
 
Até mesmo por isso, Bruno não sente tanta falta assim da F1. “Dá saudade dos carros. Até hoje não guiei outro carro que me desse tanto prazer quanto um F1. Tem a estrutura da F1, a forma como as coisas funcionam lá também. É realmente o topo do automobilismo, e quando você entra naquele esquema, você se acostuma."

"Quando você sai da F1, parece que as coisas são um pouco mais amadoras, você passa por algumas equipes que não são tão boas… Mas em termos de corrida em si, que é uma parte muito importante para mim no automobilismo, não deixa tantas saudades. As corridas que eu faço em outras categorias são muito mais divertidas do que as da F1, e a gente se diverte da mesma forma”, comentou Senna.

F1 previsível demais "enche o saco", disse Bruno Senna (Foto: Getty Images)
O pior da F1 atual é que a categoria não consegue mais surpreender e emocionar o espectador e o amante do esporte. “Um assunto se repetindo durante duas temporadas se torna completamente desinteressante. Não tem mais o que dizer. A competição não existe fora do Lewis e Nico. Tem uma corrida ou outra que o Sebastian Vettel conseguiu fazer uma prova ou outra e ganhar, que a Ferrari acertou as coisas. Mas, de verdade, enche o saco, ver a mesma coisa sempre”, disse.
 
“E a parte técnica, quando tinha aquela competição entre as equipes, aquele pequeno desenvolvimento era importante da equipe era importante. Quando uma equipe está muito à frente das outras, o assunto morre, porque não tem importância”, emendou.
 
Senna elegeu a Force India como um dos grandes destaques do ano. O time terminou a temporada em quinto lugar depois de empreender uma reação com a especificação B do VJM08 a partir do GP da Inglaterra e, desde Spa-Francorchamps, pontuou em todas as corridas até o fim da temporada. Entretanto, Bruno lamenta que tenha sido um caso raro em uma F1 que precisa surpreender mais.
 
“Uma das grandes surpresas da temporada foi a Force India: eles mudaram o túnel de vento, foram pra frente pra caramba. Eles cresceram muito, antigamente eles começavam bem e caíam, e esse ano foi o contrário. Mas você não vê muito mais que isso. E isso [o contexto todo] tira o brilho da disputa”, finalizou o convidado do Paddock GP #9.

 

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.