Stewart recorda choro por Rindt e pede Hamilton com “controle mental” para lidar com morte de Lauda

Quando Jackie Stewart perdeu colegas de grid nos anos 1960 e 1970, o controle mental era o único jeito de tentar segurar as lágrimas. O tricampeão sugere que Lewis Hamilton faça o mesmo para superar a morte recente do amigo Niki Lauda

Jackie Stewart, tricampeão da Fórmula 1, foi protagonista em alguns dos anos mais perigosos do automobilismo. Competindo entre 1965 e 1973, o britânico acumulou experiência em lidar com mortes no paddock. Tanto que se vê capaz de deixar um recado para Lewis Hamilton, abalado pela perda recente de Niki Lauda: o controle mental é a chave para manter a alta performance.
 
“Eu vivi tendo controle mental e acho que é por isso que eu ainda estou vivo hoje”, disse Stewart. “Foram muitas mortes na minha época. Perdi 57 pessoas que eram meus amigos, grandes amigos. Naquela época, você precisava administrar isso mentalmente de uma forma rigorosa, e suspeito que o Hamilton vai lidar com isso exatamente da mesma forma que eu faria”, seguiu.
 
O exemplo de Stewart é o GP da Itália de 1970, marcado pela morte do líder do campeonato, Jochen Rindt, nos treinos livres. O choque não impediu o então piloto da Tyrrell de alcançar o segundo lugar, melhor resultado no ano.
Lewis Hamilton enfrenta desafio diferente em Mônaco (Foto: Mercedes)

“Quando o Rindt morreu em Monza, era um amigo próximo e eu nunca vou me esquecer disso. Eu entrei no carro chorando e chorei quando saí do carro, mas consegui fazer a volta mais rápida que eu já tinha feito em Monza. Muita gente na imprensa começou a falar que eu estava querendo morrer. Não era isso, eu só estava tirando o lado ruim das coisas, mas esse lado ruim volta assim que você para o carro”, recordou.

 
“Controle mental é simplesmente uma questão de saber lidar com as coisas. Não é ser egoísta, não é não se importar. É que você tem um trabalho e você precisa trabalhar. Acho que o Lewis [Hamilton] tem a habilidade e o talento para fazer o mesmo”, encerrou.

Lauda morreu na noite da última segunda-feira (20). O austríaco vinha com saúde delicada desde agosto de 2018, quando precisou de um transplante emergencial de pulmão. Meses depois, a descoberta de problemas renais serviu para agravar a situação.

 
Uma das atitudes tomadas por Hamilton foi pedir o cancelamento de atividades com a imprensa em Mônaco. O britânico, focado no trabalho, liderou os dois primeiros treinos livres

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