Stirling Moss, 1929-2020

Stirling Moss foi um grande nome da era romântica da F1. O britânico acumulou 16 vitórias ao longo de dez anos, mas não teve regularidade suficiente para ser campeão nos anos de Juan Manuel Fangio. No lugar disso, vieram quatro vice-campeonatos

Stirling Moss nasceu em Londres, no Reino Unido, em 17 de setembro de 1929. O mundo era muito diferente do de hoje, com o esporte a motor ainda sem arrastar multidões. O próprio carro era um luxo para poucos. Dentro da família Moss, entretanto, já era uma febre: o pai Alfred competiu nas 500 Milhas de Indianápolis de 1924, conseguindo um respeitável 16° lugar. Aos 19 anos, em 1948, o filho Stirling começaria sua própria trajetória, de proporções muito maiores.
 
No contexto do pós-guerra, Stirling usou um BMW do pai para acumular as primeiras experiências no esporte a motor. A paixão por carros só cresceu, o que levou à compra de um Cooper de Fórmula 3. Ao contrário do pai, o filho queria uma carreira como piloto, função que passou a ocupar a maior parte do tempo.
 
Dois anos depois, em 1950, Moss já competia em eventos internacionais. O britânico inclusive esteve presente no paddock do GP da Inglaterra, o primeiro da história da F1, quando participou de uma corrida suporte. A estreia no certame, então muito mais romântico e aberto para quem quer que tivesse coragem suficiente, veio no GP da Suíça de 1951. Numa época em que pilotos faziam um pouco de tudo, Stirling misturou os monopostos com provas de turismo, ficando sem foco definido.
Stirling Moss venceu repetidamente, mas nunca com a regularidade de um campeão (Foto: Forix)
Isso só mudou em 1955. Mesmo declarando que “é melhor perder de forma honrosa com um carro britânico do que vencer com um estrangeiro”, Moss topou correr pela Mercedes e formar dupla com Juan Manuel Fangio na F1. O poderoso carro prateado rendeu a primeira vitória, justamente no GP da Inglaterra de 1955, mas faltou a regularidade para superar o companheiro argentino. Fangio seria campeão em 1955, 1956 e 1957, sempre com Moss como vice-campeão. Durante o período, o londrino correu também por Maserati e Vanwall, sempre batendo na trave.
 
A última grande chance de título para Moss na F1, e talvez a mais nítida de todas, veio em 1958. Fangio não corria mais no certame em tempo integral, o que deixava o posto de campeão a ser tomado por alguém. Ainda pela Vanwall, Moss venceu quatro provas no ano, mas abandonou em quase todas as outras. Mike Hawthron venceu apenas uma, mas teve regularidade suficiente para ser campeão por apenas um ponto de diferença.
Stirling Moss em ação com a Flecha de Prata no GP da Inglaterra de 1955 em Aintree (Foto: Forix)
Os anos seguintes não seriam mais gentis para Moss. Depois de um terceiro lugar em 1959, um grave acidente no GP da Bélgica de 1960 forçou o afastamento de três provas e consequente perda do título. Em 1961, o drama da falta de regularidade causou um novo revés, apesar de vitórias seguirem vindo com relativa frequência.
 
1962 deveria ser um ano normal para Moss, ainda com apenas 33 anos e gana por mais vitórias. Só que um acidente grave em Goodwood terminou com Stirling em coma por um mês e com o lado esquerdo do corpo parcialmente paralisado por seis meses. Quando se sentiu recuperado, Stirling pediu para testar uma Lotus. Ao perceber que estava décimos de segundo mais lento do que antes, o britânico tomou a decisão de abandonar o automobilismo.

A aposentadoria foi rígida em um primeiro momento, mas se tornou algo de fachada nas décadas seguintes. Moss voltou a fazer aparições em campeonatos de turismo e de endurance nos anos 1970 e 1980, principalmente na Inglaterra. Isso durou até 2011: na Le Mans Legends, corrida de carros históricos, Stirling anunciou que estava se aposentando em definitivo. O motivo: tinha sentido medo.

Os anos seguintes foram de vida reclusa. Relatos de acidentes domésticos indicavam uma saúde fragilizada, o que forçava afastamento de eventos públicos. Uma infecção pulmonar em 2016 quase custou a vida, rendendo quatro meses de internação em Singapura.

 
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