Supertufão Hagibis faz F1 adiar classificação para manhã de domingo em Suzuka

Já era esperado que a F1 mudasse o cronograma do fim de semana em razão do avanço do supertufão Hagibis, que traz uma perspectiva destruidora para o sábado em boa parte do Japão. O treino classificatório vai ser realizado às 10h de domingo em Suzuka (22h de sábado pelo horário de Brasília). Não há previsão de mudanças no cronograma para domingo

A perspectiva da chegada devastadora do supertufão Hagibis ao Japão no sábado fez com que a FIA, em conjunto com a F1, tomasse uma decisão que já era ventilada na última quinta-feira no paddock em Suzuka. Todo o cronograma previsto para sábado, como o terceiro treino livre e a classificação, foi cancelado por decisão da entidade divulgada nesta sexta-feira (11). A definição do grid de largada vai acontecer, mas assim como em 2003 e 2010, terá lugar na manhã de domingo no circuito japonês. O horário da sessão que vai definir o pole-position da 17ª etapa da temporada 2019 de F1 está marcado para 10h (horário local, 22h de sábado no horário de Brasília). Já a corrida está mantida para 2h10, horário de Brasília.
 
Com a chegada da F1 ao Japão nesta semana, a FIA anunciou que estava “monitorando de perto” a aproximação do Hagibis. Na última quinta-feira, a F4 Japonesa, que tinha a previsão de realizar uma etapa de exibição neste fim de semana como evento-suporte da F1 em Suzuka, anunciou o cancelamento de todas as atividades previamente marcadas. 
 
E a organização da Copa do Mundo de Rúgbi tomou a drástica decisão de cancelar duas partidas marcadas para sábado: Nova Zelândia x Itália, que aconteceria em Toyota — cidade 56 km distante de Suzuka — e o clássico Inglaterra x França, que seria disputado em Yokohama.
 
Segundo informações da emissora japonesa NHK, a Agência Meteorológica do Japão diz que o Hagibis está se movendo para o norte, sobre as águas próximas às ilhas Ogasawara. O supertufão pode chegar perto ou ao leste do Japão antes de se mover para o norte no sábado. Os mares vão ficar extremamente agitados em torno da região de Okinawa, com enormes ondas na costa do Pacífico no Japão, a partir de sexta-feira, dia em que são também esperadas fortes chuvas nas áreas costeiras do Pacífico, além do risco de inundações e deslizamentos de terra.
Imagem de satélite do supertufão Hagibis na quarta-feira(Foto: Reprodução/Twitter)
A Agência Meteorológica do Japão informa também que, devido ao tamanho do Hagibis, grandes áreas em todo o Japão podem ser fortemente afetadas a partir de sábado. Por isso, órgão recomenda que as pessoas tomem medidas preventivas rapidamente.
 
As empresas aéreas ANA (All Nippon Airways) e Japan Air Lines (JAL) cancelaram vários voos domésticos que sairiam dos aeroportos de Haneda e Narita no sábado. A ANA ainda considera cancelar alguns voos que vão sair do aeroporto de Chubu e outros com partida de Osaka. A ANA cancelou todos os 406 voos com partida ou chegada previstas para Haneda e Narita, enquanto a JAL já fez o cancelamento de 350 voos. Outras companhias aéreas também estudam cancelar voos ao redor do país no sábado.
 
Ainda segundo a emissora, operadores ferroviários da Grande Tóquio avaliam a possibilidade de suspender a execução dos transportes neste fim de semana em razão do avanço do Hagibis. O medo do supertufão, ainda que a população japonesa esteja habituada a fenômenos naturais de grande potencial de destruição, assusta.
 
Em todo o país, muitas pessoas se preparam para um fim de semana que tende a ser muito difícil. Voluntários estão convidando os moradores da província de Chiba, perto de Tóquio, a fazer uma evacuação antecipada. A área foi atingida recentemente pelo tufão Faxai, que destruiu mais de 34 mil casas na região no mês passado.
 
Na cidade de Tateyama, por exemplo, também bastante atingida pelo Faxai, 50 pessoas, entre voluntários e trabalhadores de causas humanitárias, foram para a região para iniciar o processo de evacuação antecipada, visitando cada morador e informando a localização do abrigo mais próximo, além de notificar que as autoridades locais vão preparar serviços especiais de ônibus para os moradores dos abrigos.
 
 
Piadas, ceticismo e tranquilidade: como pilotos reagem ao Hagibis
 
Alguns dos competidores que formam o grid da F1 em 2019 falaram sobre a proximidade do Hagibis. “Está muito claro que, se o tufão chegar aqui, não haverá como a gente possa pilotar”, declarou Charles Leclerc, que se mostrou confiante em relação à postura da direção de prova no sentido de preservar a segurança dos pilotos.
 
“Tenho apenas um ano e meio na F1, mas eles sempre foram bem prudentes com as condições. Eles sempre perguntam o que estamos pensando sobre a pista uma vez que nós estamos dentro do carro. Então, estou feliz. Vamos ver”, disse.
 
Carlos Sainz, da McLaren, seguiu um discurso parecido e garantiu ter “confiança total” no diretor de corridas da F1, Michael Masi. “Hockenheim é um grande exemplo disso. As primeiras cinco voltas da corrida estavam claramente bem molhadas até que os pilotos no grid disseram que havia segurança suficiente, então aí foi dada a bandeira verde. Não é um problema para mim”, afirmou o espanhol em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
 
Por outro lado, Sebastian Vettel ainda não tem tanta certeza de que a previsão do tempo vai se cumprir neste sábado. Até mesmo por isso, o tetracampeão adotou um discurso mais cauteloso.
 
“Não acho que alguém queira colocar a vida de outro alguém em risco, então acho que nós precisamos manter os pés no chão. Há a previsão, mas quantas vezes tivemos previsões que mudaram? Não sei. Atualmente, está em 100%, então parece muito claro. Mas vamos ver o que acontece durante o fim de semana”, comentou o alemão, que se mostrou preocupado com o público em Suzuka.
 
“Faria sentido se amanhã à noite eu acreditar se houver mais evidências para que seja feita uma proposta ou ter uma atividade no sábado, pensando não em nós, porque dentro da garagem é confortável, mas em todos os fãs ao redor da pista”, acrescentou.
 
Max Verstappen e Pierre Gasly fizeram piadas para aliviar um pouco da tensão sobre a chegada do Hagibis ao Japão. “Minha lancha está pronta”, disparou o holandês, que depois falou de forma mais sério sobre o assunto.
 
“No momento, não parece muito provável [que vamos correr] no sábado. Domingo parece bom, mas vamos ver. Acho que nós vimos, nos últimos anos, em termos de chuva, que não precisamos muito para que não seja seguro. Especialmente quando você também tem o vento, é muito complicado. Obviamente, podemos debater muito e discutir, mas acho que nós temos de esperar e ver se [o tufão] vai nos atingir e o quão ruim isso vai ser ou não, e então tomar a decisão correta no momento correto. Há muitos fãs aqui. Queremos correr, eles querem nos ver pilotando, então acho que nós precisamos tentar e ver o que acontece neste fim de semana. Precisamos ver o que acontece. Estamos à mercê do tempo”, salientou.
 
Gasly, por sua vez, lembrou do tempo em que correu na Super Formula, forte categoria de monopostos do Japão, em 2017. O francês perdeu a chance de ser campeão justamente por conta de um tufão. A última etapa daquela temporada foi cancelada por motivo de segurança, e Pierre ficou a apenas 0,5 ponto do campeão, Hiroaki Ishiura.
 
“Ainda tenho pesadelos com o tufão que tive na Super Formula. Todas as pessoas na Honda e na Red Bull estão se mijando porque eu sempre trago o tufão aqui comigo”, brincou o piloto da Toro Rosso. “Esse parece ser bem grande também. Vamos ver o que acontece”, completou.
 
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