Tabuleiro do GP da Hungria tem jogo tenso de equilíbrio x velocidade x paciência

Hungaroring testemunhou uma classificação equilibrada e divertida de acompanhar, porque Max Verstappen finalmente conquistou sua pole, a Mercedes não foi tudo que ela anunciava ser e porque a Ferrari sofre bem com temperaturas mais amenas e circuitos travados. A corrida deste domingo, portanto, será um pouco de cada equipe em uma disputa intensa e cerebral

Enfim, Max Verstappen entendeu uma coisinha que faltava e fechou uma lacuna importante de seu tão curto quanto impressionante currículo na Fórmula 1. Com uma performance brilhante na fase final da classificação deste sábado (3), o jovem holandês fez vibrar em laranja o travado e técnico circuito de Hungaroring, reiterando aquilo que todos já sabem: Max está pronto para elevar o sarrafo e entrar em uma disputa mais séria no Mundial. É claro que a Red Bull-Honda tem grande peso nesta conquista, mas o crédito hoje é todo de Verstappen, que não só surpreendeu a Mercedes, mas deixou claro que os recentes resultados não foram obras do acaso.
 
A equipe prata era clara favorita à pole na Hungria. A pista curta, com um trecho final de baixa velocidade é mais do que o W10 poderia desejar. Some-se a isso o fato de Budapeste viver um fim de semana de temperaturas mais amenas, algo que a Mercedes reza, especialmente depois do que aconteceu no forno ligado da Áustria. É claro que a equipe não ficou parada e trabalhou em soluções para suavizar os efeitos do calor, mas essa ainda é uma questão tratada com preocupação em Brackley. Só que o largo favoritismo começou a ser questionado ainda na terceira sessão de treinos livres, que, embora tenha sido liderada por Lewis Hamilton, acompanhou um interessante equilíbrio entre as três principais equipes: o inglês, Verstappen e Sebastian Vettel ficaram separados por apenas 0s082.
 
Ou seja, a classificação prometia. E entregou uma disputa surpreendente e divertida de acompanhar. Em uma curiosa inversão de forças, os carros prata passaram a perseguir a Red Bull. Verstappen ditou o ritmo na primeira fase com os macios/vermelhos, andando em 1min15s817, enquanto Hamilton comandou a parte seguinte, com 1min15s548, mas de pneus médios/amarelos – indicativo interessante para a corrida de domingo. A Ferrari acompanhou as rivais com certa distância – algo em torno de 0s3 mais lenta nos dois segmentos do treino oficial. 
Faltava a pole para Max Verstappen (Foto: AFP)

Aí veio o trecho decisivo, e a pole de Max foi conquistada no arrojo, mas também nos pequenos detalhes. Enquanto a Ferrari seguiu andando bem nos setores mais velozes do circuito – o primeiro e o segundo, com uma vantagem de cerca de 0s3 para as rivais –, a Red Bull e a Mercedes mandaram na terceira parte do traçado, e esse pedaço acabou sendo decisivo. Naquele ponto, a diferença entre Verstappen, Bottas e Hamilton foi de milésimos, daí uma diferença tão apertada entre eles no fim das contas. O problema da Ferrari foi que Vettel e Charles Leclerc não conseguiam compensar o déficit no setor 3, como as rivais fizeram nos setores 1 e 2. Então, se a Ferrari ganhava 0s3 no início da volta, perdia quase tudo no fim. O inverso aconteceu com Red Bull e Mercedes, ganhavam o tempo perdido no começo.

 
E isso, basicamente, explica as diferenças e as posições de largada entre os pilotos das três principais equipes. O ponto que chama atenção é que a Honda agora tem também uma boa velocidade de reta. Ou seja, a Red Bull parece ter conseguido estabelecer um delicado equilíbrio entre o bom chassi que possui, a imunidade com relação às variações de temperatura, além de um motor alta performance. Se antes o calcanhar de Aquiles dos austríacos era mesmo o desempenho em classificação, parece não ser mais o caso agora. Max vai largar à frente dos dois carros prata, com Bottas melhor que Hamilton, inclusive. 
 
Enquanto isso, a Mercedes segue com seu excelente e confiável carro, que se adapta muito bem a pistas técnicas, a curvas de baixa e média velocidade, mas há questões que geram problemas, como as temperaturas mais altas e um motor menos agressivo, digamos assim. É claro que continua sendo um conjunto forte, ainda mais nas mãos do pentacampeão Hamilton. A questão é que não é imbatível. 
Charles Leclerc quase colocou tudo a perder com a batida no Q1 (Foto: Ferrari)
A Ferrari, por outro lado, ainda lida com o comportamento instável de certos compostos de pneus, uma vez que tem dificuldade de gerar calor. A equipe ainda não encontrou um denominador comum com relação à eficiência aerodinâmica e continua buscando soluções. A grande força dos italianos, portanto, é a excelente unidade de potência que têm. E que pode fazer diferença na Hungria, mesmo essa não sendo uma pista de motor. Leclerc fecha a segunda fila, enquanto Vettel sai em quinto. Não será uma prova fácil para os vermelhos. 
 
Neste domingo, uma vez que o trio vai iniciar a corrida com a mesma estratégia – os seis pilotos largam de pneus médios/amarelos -, a disputa se desenha tensa e vai exigir paciência, na tentativa de neutralizar a força dos adversários e afastar os pontos fracos.
 
A Pirelli fala em uma prova de um único pit-stop. Para quem larga de médios, o primeiro stint se estenderá até a volta 35. Depois, é trocar para pneus duros, especialidade da Mercedes. Red Bull e Ferrari ainda é mistério.
 
De qualquer maneira, a Fórmula 1 parte para a última corrida antes das férias com a expectativa de estar diante de um equilíbrio mais real entre suas principais equipes. Certamente, é algo que melhor que o esperado e deliciosamente interessante, especialmente após a sequência de três grandes provas nas últimas semanas. 

A largada do GP da Hungria, o 12º da temporada e último da primeira parte do campeonato, acontece a partir das 10h10 (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO E EM TEMPO REAL.

 

 BRIEFING | Classificação GP da Hungria 

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