Tempo, união e confiança: por que Vettel não conseguiu repetir Schumacher

Foi pelas mãos de Michael Schumacher e de um grupo altamente coeso e competente que a Ferrari viveu seus melhores anos na Fórmula 1 até o momento. Mas o sucesso do início dos anos 2000 nunca mais se repetiu, mesmo a equipe italiana tendo em suas garagens dois dos mais importantes pilotos dos últimos anos, então o que deu errado? O GRANDE PRÊMIO tenta explicar

Sebastian Vettel e a Ferrari não foram capazes de encontrar um denominador comum e vão, a partir de 2021, seguir caminhos diferentes. A notícia caiu como uma bomba no início da semana e desencadeou um efeito dominó no complexo mercado de pilotos da F1 – e isso sem nenhuma corrida disputada até aqui. Naturalmente, a vaga aberta na equipe de maior tradição do grid virou desejo de muita gente, mas Maranello decidiu rápido por Carlos Sainz. Só que a saída de Vettel também representa o fim de mais uma tentativa frustrada de acabar com o jejum de títulos que a escuderia vive há mais de dez anos. O alemão chegou ao time vermelho determinado a realizar aquilo que nem mesmo o bicampeão Fernando Alonso conseguiu: repetir os anos de sucesso que Michael Schumacher teve no início dos anos 2000. Sebastian deixa as garagens italianas sem cumprir a missão e sem a chance de defesa. Mas o que deu errado?

 
Para responder a essa pergunta é preciso entender o tamanho da tarefa que Seb tomou para si. E para isso, também é necessário voltar no tempo e compreender como a esquadra, muito antes de Alonso e Vettel, conseguiu se livrar de uma fila de frustrações que durava pouco mais de duas décadas. Tudo começou com a decisão do então presidente Luca di Montezemolo de chamar Jean Todt, em 1993, para comandar a equipe da F1. Todt era conhecido pela firmeza e organização, bem como pelo sucesso que obteve com a Peugeot no Mundial de Rali e nas 24h de Le Mans. Ao desembarcar na Ferrari, o primeiro chefe ferrarista não italiano encontrou um time bagunçado, derrotado e com péssimas atuações em pista, sendo massacrado regularmente por Williams e McLaren, além da Benetton mais tarde. Era preciso colocar ordem na casa. Apesar das cobranças, Todt soube lidar bem com a pressão e, a partir de 1996, começou a formar aquele que seria o grupo mais vitorioso e coeso da história da equipe vermelha. Primeiro, tratou de contratar o melhor homem do grid na época. Ou seja, tirou o então bicampeão Michael Schumacher do time chefiado por Flavio Briatore. Apesar da Ferrari viver uma fase bem ruim, Schumacher acreditou no potencial daquilo que Todt vislumbrava. E afinal, muitas vezes, não há como dizer não para a equipe do Cavalinho Rampante, não é mesmo? Michael tinha 26 anos quando passou a vestir vermelho, apenas dois anos mais novo do que Vettel, na época em que Seb decidiu deixar a Red Bull.  
 
Só que a equipe italiana ainda precisava de um ajuste fino, depois das duas primeiras temporadas de Michael lá. E isso significava que John Barnard, responsável pelos carros de 1996 e 1997, tinha de ser substituído. Foi aí que Jean foi atrás da dupla que havia trabalhado com Schumacher na Benetton: o diretor-técnico Ross Brawn e o projetista Rory Byrne. O conjunto se encaixou tão bem que o sucesso parecia inevitável, mas demorou a se concretizar. Talvez aqui tenha sido o grande segredo: a paciência e a confiança de todos para chegar lá. Da presidência ao mecânico. É claro que havia uma enorme pressão do lado de fora, uma vez que a estrutura do time era gigantesca e dava sinais de que tinha todos os ingredientes para vencer. O campeonato de 97 foi uma prova, mas a derrota e a punição ao alemão pelo papelão em Jerez não ajudaram em nada.
Jean Todt e Michael Schumacher mudaram a história da Ferrari (Foto: Ferrari)
Também é bem verdade que a Ferrari bateu de frente com uma McLaren quase perfeita em 1998, um carro que levava a assinatura de Adrian Newey. Mas Todt e Schumacher souberam liderar os ferraristas. Tanto é verdade que, em 1999, mesmo tendo ficado de fora de seis corridas devido ao acidente em Silverstone, Michael pôde ajudar a Ferrari a conquistar o título de Construtores. E a partir daí, a coisa engrenou de vez. 
 
A Scuderia decidiu trocar o espalhafatoso Eddie Irvine por Rubens Barrichello na temporada de 2000 e ainda colocou na pista um carro vitorioso. Schumacher, então, não desperdiçou mais nenhuma chance, garantindo cinco títulos em sequência, tirando proveito de todo o potencial técnico e humano da Ferrari. Michael ainda é o único heptacampeão da história da F1 e o maior vencedor da categoria – das 91 vitórias que possui na carreira, 72 foram conquistadas com o carro vermelho. 
 
Portanto, a equipe montada por Todt apresentou um domínio incontestável e altamente competente. Talvez só a Mercedes de agora seja comparável. Todos se entendiam muito bem e não havia dúvidas quanto ao papel de cada membro do time. E o chefe francês blindava seus comandados até mesmo da cúpula ferrarista. Muitas vezes, dava impressão de que ele próprio era o dono da Ferrari, tamanha independência e personalidade.
 
Dessa forma, é possível entender por que deu certo. Todt assumiu a responsabilidade e soube lidar com todas as consequências, colocou as pessoas certas nos lugares certos e soube cobrar. E partir do momento em que Jean acertou o grupo técnico, esse conjunto permaneceu o mesmo do começo ao fim, com a mesmíssima mentalidade vencedora, profissional e sem erros. Houve a confiança e o respaldo. 
 
O fim da era Schumacher foi menos doloroso a curto prazo, mas se tornou um grande desafio ao longo das últimas temporadas. A Ferrari mudou e jamais foi capaz de reproduzir o que viveu sob a batuta de Todt, mas ninguém pode acusá-la de não tentar. 
Schumacher ajudou a Ferrari a encerrar um jejum de títulos que durava 21 anos (Foto: Ferrari)
Contratações estelares ofuscadas por grandes dinastias 
 
Desde o fim dos ‘anos de ouro’ e da primeira aposentadoria de Schumacher, a Ferrari se esmerou em procurar um nome de peso para substituir o heptacampeão do mundo. A primeira aposta, diga-se de passagem, até deu certo, ainda que um pouco por acidente. Kimi Räikkönen era o azarão naquela temporada 2007 protagonizada por Fernando Alonso e Lewis Hamilton, mas acabou levando o título muito por conta do embate entre os dois. O ‘Homem de Gelo’ foi o último campeão da Ferrari na F1.
 
E depois que Felipe Massa quase levou o título, em 2008, a Ferrari viveu um período de transição. É que o ano seguinte foi todo errado para Maranello. Sem um carro minimamente competitivo à época de novo regulamento — que foi melhor compreendido por Brawn e Red Bull —, Massa sofreu o mais grave acidente da carreira, na Hungria, e Räikkönen anunciou a retirada do grid depois de vencer somente uma corrida.
 
O início da década marcou também o começo da chamada ‘era Fernando Alonso’ na Ferrari. Contratado a peso de ouro, depois da jornada atribulada na McLaren e de dois anos oscilantes na Renault, o bicampeão do mundo começou muito bem sua trajetória, com direito a vitória na corrida de estreia, em 14 de março de 2010, no Bahrein.
 

Naquele tempo, Stefano Domenicali ainda era o chefe de equipe, posto assumido em 2008, depois da gloriosa época comandada por Jean Todt. A Ferrari, presidida por Luca di Montezemolo, tinha como grandes pilares ainda Aldo Costa, diretor-técnico até 2011; Nicholas Tombazis, engenheiro responsável pelo desenvolvimento do chassi; e Luca Marmorini, chefe da divisão de motores.
 
A manutenção da base técnica da Ferrari, além da continuidade de Felipe Massa, representou elementos importantes para Alonso no seu primeiro ano com a escuderia. O espanhol, é verdade, foi um dos grandes nomes daquele 2010, sendo concorrente direto por toda a temporada contra adversários de muito peso: Vettel e Mark Webber, da Red Bull; Lewis Hamilton e Jenson Button, da McLaren.
 
Antes da última corrida do campeonato, em Abu Dhabi, Alonso chegou como líder, com 246 pontos, e cinco vitórias, mais que qualquer outro piloto. Webber somava 238, contra 231 de Vettel e 222 de Hamilton. Os quatro chegaram a Yas Marina com chances de título.
 
Fernando tinha todas as condições de cravar o tri no Oriente Médio. Mas aí, enquanto Vettel foi mais eficiente e aproveitou a chance de ouro ao largar na ponta e vencer em Abu Dhabi, Alonso teve uma corrida marcada pelo erro estratégico da Ferrari e pela falta de habilidade do próprio piloto ao não conseguir ultrapassar Vitaly Petrov ao cruzar a linha de chegada em sétimo, sendo que um quarto lugar lhe seria o bastante para o título.

Foi o seu primeiro fracasso em Maranello.

Alonso venceu logo na estreia com a Ferrari, mas não conseguiu dar um título a ela (Foto: Ferrari)
Para 2011, a única grande novidade no corpo técnico da Ferrari foi a mudança de Aldo Costa por Pat Fry, que chegava da McLaren como novo diretor-técnico. Só que, naquela temporada, o time italiano e toda a concorrência foram varridos pela dinastia Red Bull, que teve em Vettel o seu grande pilar ao garantir, com enorme facilidade, a taça do mundo.
 
Alonso ficou mesmo bem perto de ser campeão em 2012. Mesmo vencendo menos corridas que Vettel (5 x 3 para o alemão), o espanhol foi bastante regular ao longo de uma temporada em que claramente não teve o melhor carro. Faltou somente a vitória na última corrida do campeonato, em Interlagos, para superar a pontuação de Vettel e levar o tri. O apertado placar final, de 281 tentos para Seb, contra 278 de Alonso, jamais se repetiu desde então.
 
A performance de Alonso em 2012, de tirar ‘leite de pedra’ de um carro que claramente não era o melhor, foi o estopim de um relacionamento que começou em clima de lua-de-mel, mas desandou desde então. Depois de um 2013 bem ruim para Fernando — em que pese o vice-campeonato —, com somente duas vitórias, sendo a última da carreira o GP da Espanha, em maio daquele ano, o caldo entornou de vez.
 
A saída do homem-chave para a sua contratação, Luca di Montezemolo, substituído por Sergio Marchionne, sacramentou o fim da ‘era Alonso’ em Maranello. Na esteira de amplo processo de reformulação iniciada em 2013 e concluída em 2014 — chegada de James Allison como novo diretor-técnico, saída de Massa e volta de Räikkönen,  Marco Mattiacci como novo chefe de equipe no lugar de Domenicali, e Mattia Binotto como responsável pelas complexas unidades de potência —, Alonso deixou a equipe ‘queimado’ e sem deixar saudades.
 
Fernando foi substituído pelo grande piloto da década até o momento. Igualmente trazido a peso de ouro, Vettel saiu da Red Bull para ser o próximo candidato a ‘novo Schumacher’.
Vettel e Räikkönen se deram muito bem como colegas na Ferrari (Foto: Ferrari)
Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen. Uma dupla cheia de cancha e formada por dois campeões do mundo era o grande trunfo da Ferrari para frear o domínio prateado, que nadou de braçada em 2014 com o início da era híbrida de motores. Além dos pilotos, a grande novidade no pit-lane era Maurizio Arrivabene, que substituiu Mattiacci. Na prática, saía um dirigente sem experiência na F1 — Marco atuava na venda de carros Ferrari nos Estados Unidos — para outro com patamar semelhante. Arrivabene tinha no seu histórico mais recente, antes de ingressar em Maranello, o trabalho desenvolvido com marketing e vendas da Philip Morris, por meio da marca Marlboro.
 
Arrivabene, como o nome diz, chegou bem à Ferrari. Assim como Vettel, que venceu logo na sua segunda corrida com o time, o GP da Malásia. Só que o bom começo de 2015 foi pura ilusão, e a Ferrari foi arrasada pela rival prateada, que venceu 16 das 19 corridas do campeonato — as outras três tiveram Seb como vencedor. Mas muito pouco pelo que a Ferrari esperava de Vettel e pelo que Vettel esperava da Ferrari.
 
Se a temporada 2015 foi abaixo do esperado para Vettel, 2016 foi um ano ainda pior. Seb teve como melhores resultados três segundos lugares (GPs da China, Canadá e da Europa) e um total de 7 pódios.
 
Mas foi um mero alento em ano de completo vazio para a Ferrari em termos de vitórias. A Mercedes novamente nadou de braçada e venceu 19 das 21 corridas do campeonato, sendo dez com Hamilton e nove com Nico Rosberg. As outras ficaram com a Red Bull, uma para Max Verstappen e outra para Daniel Ricciardo.
 

Para piorar ainda mais o ano, James Allison deixou a Ferrari no meio da temporada. O engenheiro britânico encerrou sua jornada depois da morte da esposa no fim de julho e se resguardou em seu país-natal. Binotto, responsável então somente pelos motores, foi promovido a diretor-técnico da escuderia italiana.
 
A base formada por Vettel e Räikkönen na pista e o tripé composto por Marchionne, Arrivabene e Binotto seguiu por mais dois anos. Nos números, 2017 e 2018 foram razoáveis para Seb, que venceu dez vezes neste período, sendo cinco em cada temporada, e nos dois campeonatos terminou como vice-campeão.
 
Em 2017, o alemão teve algumas grandes atuações, como as vitórias na Austrália, Bahrein e principalmente em Mônaco — com direito a dobradinha com Kimi —, e algumas polêmicas, como a ‘briga de trânsito’ com Hamilton ao bater na Mercedes do britânico nas ruas de Baku. Mas a tão esperada rivalidade com Lewis não virou realidade, e o vice veio como uma espécie de prêmio de consolação diante da dinastia prateada que se construía.
 
Já a temporada 2018 começou dando pinta de que aquele ano seria, finalmente, colorido de vermelho. As duas vitórias de Vettel, na Austrália e Bahrein, deram a falsa impressão. Seb e Hamilton travaram um campeonato de alto nível e que tinha a liderança do alemão após vencer, na casa do adversário, o GP da Inglaterra.
 
Duas semanas depois, na Alemanha, Vettel tinha a chance de dar um passo enorme rumo ao penta. Foi justamente quando tudo começou a dar errado. Para ele e para a Ferrari. O alemão escorregou com sua SF71H no chão molhado de Hockenheim, parou na barreira de proteção e viu Hamilton sair do meio do pelotão para vencer. Pior ainda foi que, dias depois, Sergio Marchionne morreu precocemente, aos 66 anos, em decorrência de um câncer no pulmão.
Lewis Hamilton e a Mercedes complicaram demais a vida de Vettel e a Ferrari (Foto: Beto Issa)
Os problemas da pista se uniram a uma mudança de comando inesperada e que abalou as estruturas de Maranello. John Elkann foi alçado ao posto de novo presidente da Ferrari, que passou a ter uma nova formação executiva, e Louis Camilleri como CEO. A marca buscava, de alguma forma, trilhar um caminho diferente para tentar se reencontrar.
 
Marchionne havia deixado claro a vontade de promover um jovem da Academia de Pilotos da Ferrari para o lugar de Räikkönen na temporada seguinte. Charles Leclerc fez grande trabalho em seu ano de estreia pela Sauber e era a bola da vez. Nos bastidores, Vettel e Arrivabene se mostraram favoráveis à permanência de Kimi, que também deixava, nas entrelinhas, sua vontade de permanecer. Mas prevaleceu o desejo do ex-presidente, e Leclerc foi promovido a titular. Restou ao nórdico um lugar confortável e sem tanta pressão para passar os anos finais da sua carreira na F1: a Sauber ou Alfa Romeo.
 
A chegada de um Leclerc supermotivado para mostrar serviço, em postura bem diferente de um quase sempre acomodado Räikkönen, tirou Vettel do prumo. Talvez o alemão não esperasse ser peitado pelo novo companheiro de equipe desde o começo. Sua chegada, de certa forma, tirou o pano de uma performance boa, mas que poderia ter sido muito melhor por parte do tetracampeão.
 
Com sete poles e duas vitórias, mas principalmente pela postura de não abaixar a cabeça para alguém do quilate de Vettel, Leclerc se impôs internamente e mostrou que merecia não apenas um novo contrato, mas herdar o posto de primeiro piloto. Charles se agigantou e Sebastian murchou diante do sucesso do colega, não se conformou com o rebaixamento do status e definiu seu adeus àquele projeto que, ainda em 2015, o colocava como o sucessor do ‘outro alemão’. Agora cabe ao monegasco o papel de liderar o time, tendo ao seu dispor uma estrutura nova no ano que vem, com o jovem espanhol Carlos Sainz como o próximo colega a ser batido.
 
Mesmo tendo enfrentado durante a maior parte do tempo uma Mercedes dominante e um Lewis Hamilton em estado de graça, Vettel parte para o ano final do seu ciclo em Maranello com a impressão de que poderia ter sido muito maior. Assim como Alonso, o tetracampeão poderia até estar no lugar certo, mas na hora errada.
 
Fica fácil agora traçar o paralelo com o que Vettel enfrentou. O tetracampeão jamais teve ao seu redor os recursos humanos que Schumacher teve em sua época. Embora tenha tido o apoio quase incondicional de Maurizio Arrivabene, faltou ao alemão o brilhantismo de Brawn e Byrne, além da paciência da chefia. Seb também passou por troca de comando e até da presidência da Ferrari. Só que talvez o que tenha mais atrapalhado a vida do alemão tenha sido a hegemonia da Mercedes e desse Lewis Hamilton, que pouco erra e entende melhor do que ninguém seus adversários. E isso realmente Schumacher não enfrentou. E nem mesmo Alonso. 

Paddockast #61
VETTEL: ACERTOS, ERROS E… AZAR NA FERRARI

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