Tentativa de arrancadas de Norris e da Ferrari: o que está em jogo no GP de São Paulo

O GP de São Paulo já costuma ser bom e interessante em qualquer circunstância, mas o de 2024 tende a ser especial, com Lando Norris tentando abrir de vez o Mundial de Pilotos e a Ferrari, empolgada, em busca da virada no Mundial de Construtores

O GP de São Paulo de F1 chegou e, com aquele, uma série de expectativas. Para começo de conversa, trata-se de uma prova que naturalmente gera interesse, que se basta: um ótimo circuito, um grande ambiente e o fator meteorológico que costuma bagunçar isso. Mas 2024 vai além.

Com exceção feita a 2021, ano em que Lewis Hamilton e Max Verstappen se digladiaram até a última volta da última etapa, o GP de São Paulo vinha sendo ultimamente uma corrida quase que ‘extracampeonato’, já que os campeões se decidiam cedo. Foi assim com Hamilton desde a aposentadoria de Nico Rosberg e, mais recentemente, com Verstappen.

Só que a 21ª etapa da temporada 2024 chega diferente. Tem todo componente lendário de Interlagos, sim, mas há também um campeonato, como não? A briga firme pelo Mundial de Construtores puxa a fila, é verdade, só que Verstappen ainda não fechou a conta no Mundial de Pilotos. E nem tem como fazer isso em São Paulo contra Lando Norris.

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Max Verstappen não vive uma segunda metade de temporada fácil (Foto: Red Bull Content Pool)

Verstappen luta contra próprios fantasmas

Verstappen venceu cinco das primeiras sete corridas de 2024 e, mesmo assim, tem o título ameaçado. É que, o que parecia impossível, aconteceu: a Red Bull não apenas deixou de ser a força dominante da F1, como foi atropelada pela McLaren. E cedo, logo na sexta etapa do ano.

Dali para frente, deu para contar nos dedos as provas em que a equipe austríaca foi competitiva de verdade, enquanto foram mais raras ainda as vezes em que os energéticos ao menos fizeram frente para a McLaren. Mesmo assim, Verstappen manteve uma dianteira confortável.

Durante quase todo o campeonato, Max foi trocando pontos com o principal perseguidor, Norris, mas isso parece começar a virar um pouco. Ainda é cedo e o neerlandês é muito favorito, só que são dez corridas de jejum para o tricampeão e só quatro pódios no caminho.

Para piorar, nas duas últimas etapas, Verstappen deu sinais claros de que está incomodado com a falta de vitórias e foi ríspido além do limite em brigas com o rival. Nos EUA, escapou ileso, mas no México isso custou 20s e, pelo menos, duas posições no final. É justamente o que não pode acontecer.

Lando Norris conta com Carlos Sainz para tirar pontos de Max Verstappen (Foto: AFP)

O fato é que Max sustenta hoje 47 pontos de frente para Norris, uma vantagem que não pode ser desprezada, especialmente num universo de quatro corridas restantes. Mas pode colocar tudo a perder se resolver arriscar tudo e ficar atrás de Mercedes.

Norris busca arrancada para título improvável

Aí tem o lado do desafiante, o lado de Norris. O inglês vai para Interlagos e, na real, para todas as corridas daqui até o fim do ano, com um único objetivo: vencer o que vier pela frente, sem negociação, sem margem. A diferença ainda é muito grande e só contar com derrapadas de Verstappen dificilmente vai resolver a parada a favor de Lando.

Mas é bom que se diga que se trata de um desafio e tanto, afinal, faltam quatro corridas e estamos falando em quatro vitórias obrigatórias para alguém que tem três no ano — e na carreira. De quebra, mais duas sprints que também precisam ser faturadas. E tudo isso diante de um crescimento assustador da Ferrari.

Charles Leclerc e Carlos Sainz fizeram 1-2 em Austin e quase repetiram no México (Foto: AFP)

A batalha do Mundial de Construtores e o gigante vermelho que acordou

Pois é, aí tem a Ferrari. Charles Leclerc muito dificilmente vai ser campeão e Carlos Sainz já está fora do páreo, mas ambos podem ser enormes fiéis da balança por aqui. Se Oscar Piastri e Sergio Pérez, principalmente, cada vez mais deixam de ser fatores, a dupla vermelha vai se metendo na briga.

Ou seja: para Verstappen, pensando exclusivamente no campeonato, o ideal é que as Ferrari tirem pontos de Norris, mesmo que acabem o castigando também. Já para Norris, os carros italianos também precisam andar na frente do rival, mas não a ponto de ganharem corridas, como aconteceu nos EUA e no México. Não é simples.

Enquanto isso, os ferraristas não podem ficar nem aí para Norris e Verstappen e devem simplesmente olhar para o Mundial de Construtores. Ali, sim, a disputa está aberta e o título é completamente plausível.

O GP de São Paulo costuma ser quase sempre muito bom (Foto: Rodrigo Berton/Warm Up)

A tabela aponta a McLaren com 566 pontos, mas com Piastri em viés claro de baixa, enquanto a Ferrari tem 537. A Red Bull aparece com 512 e, mesmo que matematicamente esteja viva, a realidade praticamente descarta os austríacos, pela total inoperância de Pérez e pelo carro não mais que mediano.

O GP de São Paulo, assim, chega com todos os componentes para ser, pelo menos, o mais marcante desde 2021 em termos de campeonato. A magia, a mística, a beleza da disputa brasileira, enfim, volta a se encontrar com a emoção da briga pelos títulos.

Fórmula 1 segue neste fim de semana, entre os dias 1 e 3 de novembro, com o GP de São Paulo, etapa brasileira do calendário. O GRANDE PRÊMIO cobre ‘in loco’ com os repórteres Evelyn Guimarães, Gabriel Carvalho, Gabriel Curty, Luana Marino e Pedro Henrique Marum, além do fotógrafo Rodrigo Berton.

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