Testes acabam ainda sem equipes no limite, mas com Mercedes mais forte

Ninguém realmente tentou voltas de classificação, mas isso não significa que seja impossível falar em favoritos ao título da F1. A Mercedes, com voltas melhores em qualidade e quantidade, parece ter tudo sob controle. Resta saber qual o tamanho da vantagem sobre rivais mais próximas, Ferrari e Red Bull

O último dia de pré-temporada da Fórmula 1 costuma ser um dia de expectativa. É quando, depois de tantos dias escondendo o jogo, espera-se alguma grande equipe criando coragem para pisar fundo e anotar o melhor tempo possível. Três setores roxos, a famosa volta de apresentação. Só que ficou decepcionado quem acompanhou as atividades de sexta-feira (28) esperando isso: as equipes de ponta atacaram Barcelona ainda com alguma dose de cautela, não superando os tempos da primeira semana e mantendo alguma incerteza a respeito dos verdadeiros rumos de 2020.
 
A conclusão de que as equipes foram cautelosas vem após uma breve olhada na tabela de tempos da primeira semana. Valtteri Bottas conseguiu 1min15s7, sendo apenas 0s3 mais lento que o tempo da pole do GP da Espanha de 2019. A volta deu gás às declarações sobre a velocidade dos carros atuais, que tem chances concretas de aniquilar recordes de voltas ao longo da temporada. Dessa forma, não era exagero algum pensar em tempos talvez na casa de 1min15s2 na segunda semana. Só que foi contemplados com a melhor volta sendo ainda do finlandês, mas de 1min16s1. 
Valtteri Bottas andando na frente de Charles Leclerc. Não é cena nova (Foto: Reprodução/F1)

Em outras palavras, 0s4 de segundo se perderam no caminho. Isso não quer dizer que a Mercedes piorou, e sim que não forçou tanto seu carro. Afinal, o bólido foi aperfeiçoado com o passar dos dias. E aí podemos aplicar a mesma lógica para Ferrari e Red Bull, que tinham a chance de andar mais rápido que os prateados e não o fizeram. Em suma, um jogo de ver quem fica com o dedo nervoso e puxa o gatilho antes dos outros, mostrando-se fraca ou forte.

 
Fica a ressalva, entretanto, de que o clima esteve um pouco pior na segunda semana. Ventou mais nos três últimos dias, o que não deixa os carros felizes. Entretanto, não é algo que justifique uma queda de quase 0s5 em tempos de volta, ainda mais em um traçado relativamente curto.
 
Mesmo que as equipes prefiram dar uma de Mister M e esconder a realidade por trás de alguns truques, algumas lições podem ser tiradas da pré-temporada. A primeira, mais notória e óbvia, é que ainda há uma vantagem da Mercedes. A equipe conseguiu mais voltas do que qualquer outra e ainda teve os melhores tempos na primeira e na segunda semana. Mesmo sem saber disso, já dava para apostar no W11. Afinal, em uma F1 2020 que é em essência uma segunda temporada da F1 2019, com quase todos os carros sendo continuidade dos de outrora, não havia muito com a escuderia de Brackley errar a mão. O que vale citar é que, repetindo o que já foi dito na análise de quinta-feira, a disparidade entre as equipes segue sendo objetivo de especulação.
A Ferrari, assim como a Mercedes, não forçou tanto o carro (Foto: Pirelli)

Assumindo Ferrari e Red Bull estão em segundo plano no pelotão dianteiro, não dá para esperar decepção em suas respectivas fábricas. O que seria decepcionante mesmo é perder terreno em relação aos ritmos de 2019. Portanto, se os italianos ficarem em terceiro ou se os austríacos desgarrarem. Mas, de novo, perguntas sem resposta.

 
As duas equipes encaram a pré-temporada com modéstia. A Ferrari, com sinceridade ao extremo. Mattia Binotto não quer dar falsas impressões e indica que o que se viu em Barcelona é a realidade. A Red Bull guardando segredos e passando a maior parte do tempo rodando com pneus mais duros e tanque mais cheio.
 
Seguindo o jargão mais dito por pilotos em Barcelona, só será possível entender a divisão de forças da F1 na Austrália. Nos resta esperar. Mas há duas boas notícias: a primeira é que dá para fazer apostas sem muito medo errar, a segunda é que são só mais duas semanas de espera.

O GRANDE PRÊMIO cobre AO VIVO, em TEMPO REAL e 'in loco' os testes de pré-temporada da F1 em Barcelona com o repórter Vitor Fazio. Siga tudo aqui.

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