Um ano após acidente de esqui, Schumacher segue isolado em processo lento de reabilitação cheio de mistérios
Cercado em sua casa na Suíça e por incertezas e dúvidas sobre sua real condição, Michael Schumacher continua em dura reabilitação, um ano após o grave acidente de esqui sofrido na França. Oficialmente, o ex-piloto de 45 anos atravessa um processo "delicado, longo e difícil e sem prazo para recuperação plena"
Logo após o impacto, o ex-piloto foi atendido pela equipe de resgate da estação de Méribel e transportado de helicóptero para um hospital da região, mas, logo em seguida, foi levado para o Centro Hospitalar Universitário de Grénoble, ao qual chegou em coma — a situação neste estágio já era considerada extremamente crítica.
Diante da grande e lógica repercussão que o acidente ganhou na mídia no mundo inteiro, os médicos de Grénoble não tiveram opção a ser conceder uma entrevista coletiva logo depois dos primeiros movimentos para salvar Michael. A expressão no rosto dos profissionais era de apreensão e enorme prudência. A condição do heptacampeão era muito grave. O ex-piloto havia sofrido sérias lesões cerebrais e lutava pela vida na UTI do hospital.
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A batalha do recordista de títulos na F1 reuniu uma legião de fãs e jornalistas do mundo inteiro à porta do CHU e fez a família do alemão pedir por paz — um jornalista, disfarçado de padre, chegou a entrar na ala de cuidados intensivos para tentar fotografar o ex-piloto.
Daí para frente, as informações sobre o estado de saúde de Schumacher começaram a vir a conta-gotas e sempre com grande cautela. Neste ponto, a voz que trazia as notícias era de a Sabine Kehm, a assessora de longa data de Michael. Foi Sabine quem passou a informar a condição de saúde e os pequenos progressos do germânico ao longo dos meses seguintes.
A tragédia também comoveu o mundo do esporte a motor. Schumacher recebeu a visita do ex-chefe da época de Ferrari, Jean Todt, além do amigo e também companheiro na equipe italiana e na Mercedes, Ross Brawn, no hospital na França. Os dois, aliás, viraram figuras frequentes no quarto do CHU e na casa do ex-piloto.
Amigo próximo, Felipe Massa também foi ver o ex-companheiro de Ferrari. O compatriota Sebastian Vettel lamentou o acidente, assim como os demais pilotos do grid. A Mercedes, a última equipe defendida por Schumacher na F1, estampou em seus carros ao longo de 2014 uma mensagem de apoio: “Continue lutando, Michael”.
Apesar de extremamente reservada, a família de Schumacher por muitas vezes se mostrou grata por todas as mensagens carinho e pronta recuperação enviada pelos fãs e pelos amigos, mas nunca baixou a guarda. A esposa Corinna em nenhum momento deu entrevistas ou atendeu à imprensa de forma direta.
Foi assim nos quase seis meses em que Michael permaneceu internado na França. No dia 16 de junho, Kehm veio a público para anunciar que o heptacampeão havia deixado o coma e que a reabilitação passaria a ser feita na Suíça, no Hospital Universitário de Cantão de Vaud, em uma clínica altamente reconhecida e especializada em diagnósticos como os de Schumacher.
Menos dez dias depois da transferência, a família do ex-piloto precisou lidar com mais um drama: o roubo do prontuário médico de Schumacher. Entende-se que o documento foi tirado do Hospital em Grénoble e oferecido a grandes meios de comunicação na Europa.
A polícia francesa imediatamente entrou em ação em conjunto com as autoridades suíças — suspeitava-se que o roubo teria sido feito durante a transferência do alemão para o país vizinho.
Um suspeito foi preso no início de agosto na cidade de Zurique. O homem foi encontrado morto no dia seguinte à prisão, o que encerrou o caso — a identidade da pessoa nunca foi revelada.
Apesar da transferência, a assessora de Michael, Sabine, preferiu a cautela ao falar sobre o estado de saúde do heptacampeão, deixando claro que a decisão de leva-lo para casa não significava uma grande melhora em sua condição.
AS IMAGENS DE MICHAEL SCHUMACHER
Na luxuosa residência, a esposa Corinna montou um centro de apoio quase impecável, com cerca de 15 profissionais, entre médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, que cuidam 24 horas por dia do ex-piloto.
A última informação passada pela família, por meio da porta-voz, veio em 24 de novembro. De acordo com Sabine, o alemão de 45 anos enfrenta um processo longo e difícil de reabilitação e sem prazo para uma recuperação plena.
Para lembrar os 12 meses do acidente, o GRANDE PRÊMIO organizou uma cronologia dos fatos. Confira:
E assim, como num passe de mágica, 2014 passou. Foi rápido mesmo. Se Vettel decepcionou, a Mercedes dominou e o medo de acidentes fatais voltou à F1; se a Ganassi não correspondeu e Will Power fez chegar o dia que parecia inalcançável; se Márquez deu mais um passou para construir uma dinastia; se Rubens Barrichello viveu sua redenção, tudo isso é sinal das marcas de 2014 no automobilismo. Para encerrar e reforçar o que aconteceu no ano, a REVISTA WARM UP volta a eleger os melhores do ano.