"Único com condições", Nasr chega à F1 sem ter corrido no Brasil porque “não tinha uma formação legal”
Felipe Nasr foi campeão da F-BMW Europeia e da F3 Inglesa no caminho para a F1, mas não participou dos certames de base do automobilismo nacional. O piloto precisou 'fugir' do Brasil para alcançar a F1 porque a base é precária. E Felipe Massa espera que a chegada do xará à F1 ajude a mudar o cenário e impulsionar o esporte no país
F-BMW, F3 Inglesa e GP2: a trajetória de Felipe Nasr — novo piloto da Sauber para 2015 — rumo à F1 excluiu as categorias de base brasileiras. A explicação é simples e direta: ele não acreditava que alcançaria nelas a formação necessária para se tornar um piloto da principal categoria do planeta.
Aos 16 anos, Nasr trocou o kartismo pelos monopostos, fazendo sua estreia na F-BMW Norte-Americana — disputou só duas corridas. Em 2009, já partiu rumo ao Velho Continente para correr na F-BMW Europeia, sagrando-se campeão na categoria.
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Em 2010, mudou para F3 Inglesa e foi quinto no campeonato. Um ano depois, faturou o título de forma dominante com sete vitórias e 15 pódios.
Nas últimas três temporadas, disputou a GP2. Foi décimo no primeiro ano, quarto no segundo e está na vice-liderança antes da rodada dupla final em Abu Dhabi. Também foi piloto de testes da Williams em 2014.
“Eu saí do Brasil com 16 anos justamente porque o automobilismo brasileiro, no sentido F1, não tinha uma formação legal”, disse Nasr em Interlagos. “Optei por outro caminho, infelizmente, e pude construir a minha carreira e seguir o sonho de chegar na F1.”
Nasr vai ser, em 2014, o segundo piloto brasileiro do grid, juntando-se ao xará Felipe Massa. Experiente, o vice-campeão de 2008 acredita que o aumento no número de brasileiros na categoria só pode ser benéfica para o automobilismo nacional — e espera que os responsáveis percebam isso e tomem atitudes para melhorar o esporte no país.
“Concorrência a gente tem dentro da pista, independente se é do mesmo país ou não. Mas o que eu quero é o maior número de brasileiros na F1 para manter o nome do nosso país lá em cima por muitos anos”, afirmou o piloto ao ser perguntado pelo GRANDE PRÊMIO.
Massa disse saber que “o brasileiro gosta do seu piloto”, citando o tênis como exemplo: “A gente viu que, na época do Guga, o Brasil ficou totalmente voltado para o tênis. Hoje em dia, acabou.”
“Isso mostra que o brasileiro é importante para o nosso país e mostra o que a federação e as empresas têm que fazer para ajudar o nosso país, que nada é feito. Isso mostra que o brasileiro é importante para o seu país e tomara que a gente possa melhorar. No momento, ainda não enxerguei nenhuma saída para melhorar esse lado”, falou.
O piloto da Williams não vê outro brasileiro em condições de entrar na F1 após Nasr. “Venho falando nos últimos anos que o único que tem condições de entrar é o Felipe. Tem que dar valor e tem que tentar fazer com que a nossa organização e as coisas mudem para continuar tendo piloto bom lá em cima”, completou.
Além de Nasr, outros dois pilotos participaram em 2014 das provas das duas principais categorias de acesso à F1, André Negrão na GP2 e Pietro Fantin na World Series.
Foram outros 0s2 no treino livre 2 desta sexta-feira (7), e Nico Rosberg pode se gabar de um incomum domínio sobre Lewis Hamilton. O alemão voltou a pôr tempo sobre o inglês. O tempo exato de Rosberg foi de 1min12s123. Novamente, então, a Mercedes voltou a fazer dobradinha.
Fernando Alonso, sétimo, viu o seu motor explodir na Reta Oposta, o que deve fazer com que use uma unidade nova e perca dez posições no grid de largada do GP do Brasil. Alonso foi ao menos elegante com a equipe que vai deixar: ao ver o carro em chamas, tratou de caçar um extintor e dar uma de bombeiro.
Leia a reportagem completa dos treinos da F1 no GRANDE PRÊMIO.
As imagens do GP do Brasil de F1
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