Bottas e Pérez fazem 2021 abaixo do sarrafo, mas ainda são parte de luta por título

O GP da Rússia foi mais um ponto negativo na temporada de Sergio Pérez e Valtteri Bottas, cada vez mais longe dos elogios em 2021

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É interessante fazer análise mais ampla sobre a participação de Valtteri Bottas neste momento da temporada 2021 do Mundial de Fórmula 1. Mercedes e Red Bull, ao menos em teoria, precisam dos dois e há duas batalhas em curso para avaliar. Uma é entre as equipes, a outra está entre os companheiros de equipe dos dois. Por pior que estejam, sempre serão fatores em uma. Em outra, nem tanto. Mas atuações como a do GP da Rússia afastam ambos dos elogios.

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Vamos primeiro às corridas de cada um. Bottas vinha de um fim de semana fortíssimo na Itália, daquele que é capaz de fazer várias vezes mas estão cada vez mais raros, e terminou sendo prejudicado dramaticamente por uma ideia tenebrosa da Mercedes: mudar o motor pela segunda corrida seguida. Tudo isso para marcar Verstappen numa possível estratégia de chuva lá no fim do pelotão. Fracassou. Terminou num quinto lugar com certa sorte, porque a chuva veio nas voltas finais e permitiu que o caos se instalasse. Mas guiou muito bem nas condições.

Pérez, ao contrário do que vinha acontecendo, até foi bem. Fez corrida muito competente, passou bastante tempo em segundo e foi um pouco atrapalhado pelo momento em que foi chamado aos boxes pela Red Bull. Quando a chuva veio, enterrou o mexicano: terminou em nono.

Bottas é um caso curioso. Neste momento, o finlandês vive em dois mundos diferentes. Está fora da Mercedes a partir do momento em que a bandeira quadriculada surgir para o GP de Abu Dhabi, seu substituto está aquecendo com polichinelos do lado de fora da garagem e a equipe continua jogando o carro #77 para trás no grid. O futuro está decidido: será na Alfa Romeo, num desafio inteiramente distinto. O presente tem data de validade, mas o futuro segue abstrato – por conta das novas regras e do desconhecido absoluto da nova ordem de forças -, ainda que definido. É o fim de um ciclo bem-sucedido.

Sergio Pérez terminou o GP da Rússia em nono (Foto: Red Bull Pool Content/Getty Images)
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Já Pérez teve o contrato renovado, mas a probabilidade de permanecer na Red Bull para 2022 está contra ele, no momento. A equipe dos energéticos aponta algo como o 2021 da Mercedes: a expectativa do último ano de maturação de novos personagens, provavelmente um Pierre Gasly que faz temporada tremendamente superior a Checo. Pérez fez carreira como um grande – e eu quero dizer grande, mesmo – piloto de equipes intermediárias. Mas suas fraquezas são mortais para times grandes. Sobretudo a dificuldade atroz de classificar o carro.

“Não faz nenhuma diferença para mim [a renovação de contrato]. Mesmo se tivéssemos contratos mais longos, ainda somos pilotos de corrida e queremos ir bem fim de semana após fim de semana. A única coisa que mentalizo é o próximo fim de semana de corrida. Não estou pensando ‘eu tenho um contrato para o ano que vem agora, então posso ficar mais relaxado’. Não, de jeito nenhum. Se eu estivesse pensando assim, nunca estaria aqui na Red Bull, de maneira alguma”, jurou o mexicano.

A proposta editorial desta análise era discutir se os dois segundões são carta fora do baralho para a disputa por título: a resposta não é tão simples.

A Mercedes fez de tudo para Bottas ser parte ativa da briga do Mundial de Pilotos entre Lewis Hamilton e Valtteri Bottas. Não apenas tentou mexer a peça finlandesa num tabuleiro do absurdo em Sóchi justamente para isso. Não funcionou. E também não foi a primeira vez: aconteceu na Holanda e na França, por exemplo.

“Não dá para escapar do fato de quem foi o cara [Verstappen] que chegou em segundo atrás de Lewis [Hamilton]. E o companheiro do cara que ganhou a corrida, Valtteri, nós esperávamos que ele se defendesse um pouco e segurasse o corner da Mercedes contra a Red Bull e Verstappen. Mas, no fim, parece que ele fez sinal para ser passado. Ele não quer problema algum, não sei. Não parece que está correndo. Foi quase como um presente para Max – isso não é muito coisa de quem corre”, criticou o campeão mundial Damon Hill.

Então, neste Mundial, sim: são carta fora do baralho.

Valtteri Bottas dá vantagem para a Mercedes contra a Red Bull (Foto: Mercedes)

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Mas existe um outro Mundial, o de Construtores. E aqui os dois são fatores importantes, porque Hamilton está dois pontos à frente de Verstappen, mas a Mercedes lidera por 33 para a Red Bull. A grande diferença aqui é entre Bottas e Pérez, separados por 31 tentos.

Se a diferença entre os líderes seguir sempre próxima como as etapas recentes indicam, então Bottas e Pérez vão definir o destino de suas equipes. Aqui, Bottas leva diferença considerável e diz que está motivado neste fim de ano.

“Quero vencer. Quero ganhar e quero que a gente consiga o quinto Mundial de Construtores e, claro, quero que o campeão seja Lewis. Para mim, corridas individuais. Ainda é uma enorme motivação”, garantiu.

No momento, a vitória está nas costas de Bottas também. Ele é o desempate. Os dois fazem campeonato abaixo do sarrafo, mas ainda são parte da conversa.

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