Williams confirma acerto com Latifi e fecha grid da F1 para 2020

Como há tempos era esperado, a Williams confirmou o canadense Nicholas Latifi como titular ao lado de George Russell para 2020. Aos 24 anos, o piloto nascido em Toronto chega à F1 depois de quatro temporadas e meia na F2/GP2, onde venceu seis vezes, mas não chegou a impressionar

A Williams confirmou a contratação de Nicholas Latifi como piloto titular para a temporada 2020 da Fórmula 1 na manhã desta quinta-feira (28). O anúncio já era dado como favas contadas desde que o canadense de 24 anos teve a chance de participar do seu primeiro TL1 na F1, justamente no fim de semana do GP do Canadá. O anúncio da saída de Robert Kubica ao fim do ano, e a presença de Latifi em quatro treinos livres na Bélgica, México, Estados Unidos e Brasil representaram uma forma de habituar o piloto a determinadas pistas antes da confirmação oficial do piloto ao lado de George Russell para 2020.

"Ainda parece um pouco surreal. Acho que minha ficha não vai cair completamente até eu estar no grid da Austrália ano que vem. Sou muito grato pela oportunidade que a Williams está me dando. Tive um ano muito agradável aqui, desde o primeiro dia na fábrica. Há uma atmosfera muito boa entre todos da equipe, você se sente confortável de cara, isso é importante em um ambiente novo. Não vejo a hora de dar o próximo passo como titular, não subestimo o desafio de ser um calouro, mas estou extremamente motivado e determinado a dar tudo de mim. Não pouparei esforços e farei o possível para ajudar o time e conquistar resultados que nos orgulhem", disse Nicholas, agora titular do time de Grove.

 
Latifi é mais um piloto que chega à F1 sob o rótulo de piloto pagante. Seu pai, Michael Latifi, é um refugiado iraniano que buscou nova vida no Canadá, iniciou sua trajetória profissional no país ainda adolescente como funcionário do McDonald’s e empreendeu uma carreira muito bem-sucedida no ramo alimentício, fundando a empresa Sofina, pela qual fez fortuna.
 
Bilionário, Michael Latifi passou a ter recursos para bancar a carreira do filho. Nicholas teve a maior parte da sua trajetória baseada na Europa, passando por categorias de base como a F3 Italiana, F3 Inglesa e Europeia, além de correr seis corridas pela antiga World Series by Renault.
Nicholas Latifi acelerou pela Williams na sexta-feira de TL1 em Interlagos (Rodrigo Berton/Grande Prêmio)
A partir de 2014, Latifi iniciou sua passagem pela então GP2 ao disputar duas corridas, voltou a competir na categoria no ano seguinte em sete provas, e a partir de 2016 passou a fazer parte da forte equipe francesa Dams em um ciclo de quatro temporadas. Nicholas fez um bom ano em 2017, quando terminou em quinto com uma vitória e um total de nove pódios.
 
2017 também foi o ano em que Latifi pilotou em teste um carro de F1 pela primeira vez ao acelerar pela Renault em sessão realizada em Hungaroring. Na temporada seguinte na F2, tendo Alexander Albon como companheiro de equipe, Nicholas teve uma temporada mais discreta, mas garantiu uma vitória e terminou em nono lugar no campeonato. O canadense chegou a fazer três dias de testes com a Force India, mas a aquisição da equipe pelo consórcio liderado por Lawrence Stroll acabou por minar suas pretensões de subir para a F1.
 
Veio então 2019, e Latifi construiu sua melhor carreira no automobilismo. Em determinado momento, o canadense chegou a liderar o campeonato, mas perdeu fôlego com o desenrolar do campeonato e foi superado por Nyck de Vries, que faturou o título por antecipação em Sóchi. 
Nicholas Latifi venceu seis corridas em sua passagem pela GP2/F2 (Foto: FIA F2)
Ainda assim, Nicholas, que teve como companheiro de equipe o brasileiro Sergio Sette Câmara, venceu quatro provas até a rodada dupla de Abu Dhabi — corridas 1 no Bahrein, Barcelona e Hungria e corrida 2 em Baku — e um total de 7 pódios, chegando à etapa final na vice-liderança do campeonato.
 
A declaração, no Brasil, de que não faria outro ano na F2, apenas mostrou que o caminho de Latifi, levando em conta toda a proximidade com a Williams, era mesmo a F1 em 2020.

"Todos nós na Williams ficamos imensamente impressionados com o que ele fez na F2 em 2019, assim como o comprometimento que teve conosco, o trabalho que fez nos bastidores. Nicholas se transformou em um estabelecido e muito respeitado membro do time, estamos ansiosos para que ele assuma seu novo cargo, assim como estamos de olho em recuperar terreno no pelotão intermediário", comentou a comandante do time Claire Williams.

Na esteira da provável saída da PKN Orlen, patrocinadora de Robert Kubica, Nicholas supre a falta de patrocínio com o dinheiro do pai. Assim, a Williams indica um cenário muito parecido com o desta temporada, tendo apenas em Russell um pilar de talento para 2020, com o patrocínio levado por Latifi sendo o bastante apenas para ajudar na sobrevivência da equipe de Grove por mais uma temporada que promete ser sofrível na F1.

Com o anúncio de Latifi, então, o grid da categoria principal do automobilismo está fechado, com as dez equipes já tendo confirmado suas duplas. O canadense será uma das duas novidades, entrando na vaga de Kubica, enquanto Esteban Ocon retorna ocupando o cockpit que foi de Nico Hülkenberg na Renault durante este ano.

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