Williams escala reserva Nissany no lugar de Russell para treino livre 1 do GP da Espanha

Roy Nissany vai ter sua primeira chance em uma atividade oficial da Fórmula 1. O israelense, que compete pela Trident na Fórmula 2, vai pilotar o FW43 na manhã de sexta-feira em Barcelona

A Williams vai promover uma novidade para a sexta-feira que abre o fim de semana do GP da Espanha de Fórmula 1. Roy Nissany, que no começo do ano foi anunciado como piloto reserva, terá a chance de pilotar o FW43 no primeiro treino livre em Barcelona. O israelense de 25 anos vai ocupar o carro de George Russell. A confirmação foi feita pela equipe de Grove nesta terça-feira (11).

Atualmente, Nissany é piloto da Trident na Fórmula 2. O israelense de Tel Aviv somou 1 ponto graças ao décimo lugar obtido na corrida 1 da etapa da Áustria, no Red Bull Ring. A carreira de Roy, filho de Chanoch Nissany — que chegou a participar do terceiro treino livre do GP da Hungria de 2005 pela Minardi, mas não chegou a disputar um GP —, tem carreira apoiada pelo bilionário Sylvan Adams, israelense de origem canadense. Um dos patrocínios da Williams é o da Israel Start-Up Nation, equipe de ciclismo do empresário.

Em comunicado emitido pela Williams, Nissany falou sobre a primeira chance em uma atividade oficial na F1.

Roy Nissany
Roy Nissany vai pilotar o Williams FW43 na sexta-feira em Barcelona (Foto: Williams)

“Estou muito ansioso para entrar no carro em Barcelona. Pilotar num TL1 pela primeira vez é um grande marco para todos, mas para mim também é uma conquista nacional por carregar a bandeira de Israel. Tenho me preparado muito para isso com a equipe e acredito que podemos obter muito valor na esteira disso”, declarou.

Roy teve a primeira chance de guiar um carro de F1 no teste de pneus realizado no fim do ano passado em Abu Dhabi, pouco depois do encerramento da temporada 2019.

Dave Robson, chefe de performance da Williams, acredita que o israelense vai ajudar no planejamento traçado pela equipe para o primeiro dia do fim de semana na Catalunha.

“Roy Nissany vai pilotar o carro de George durante o treino livre 1. Passamos algum tempo com Roy em Abu Dhabi no fim do ano passado e sabemos que ele vai estar imediatamente atualizado com a velocidade e vai contribuir para o importante plano de testes na sexta-feira”, comentou o engenheiro.

Responsável por bancar a carreira de Nissany, Sylvan Adams é herdeiro de um império estimado em US$ 1,6 bilhão (R$ 8,7 bilhões) criado pelo pai, Marcel Adams, romeno que sobreviveu ao holocausto na Segunda Guerra Mundial antes de migrar para o Canadá e fazer fortuna em empreendimentos imobiliários por meio da Iberville Developments. Sylvan, presidente e CEO da empresa, se mudou para Israel em 2015 e passou a investir maciçamente no seu esporte preferido, o ciclismo, criando não apenas uma equipe profissional como sendo também o responsável por construir o primeiro velódromo do Oriente Médio em Tel Aviv, onde mora.

Roy tem um currículo bastante modesto no automobilismo. O piloto tem quatro vitórias na hoje extinta Fórmula V8 3.5 (antiga World Series by Renault) entre 2016 e 2017. No ano seguinte, disputou sem brilho a F2 e marcou só 1 ponto em 20 corridas disputadas pela Campos. No fim de 2019, guiou o Williams FW42 em Yas Marina. Antes, em 2014, o israelense chegou a guiar um carro da Sauber em teste no circuito de Valência, na Espanha.

O empresário acredita que, com Nissany, vai poder ver Israel sendo representado no mais alto nível na F1 e sonha alto.

“Estamos planejando lançar âncora na Williams e obter todo o sucesso. O objetivo final é vencer o Mundial de Pilotos”, disse Sylvan em entrevista à revista Motor Sport em junho. E o escolhido para trilhar o que Adams define com o caminho para o sucesso é justamente Nissany. “Roy é um vencedor”, comentou o homem que se descreve como “autoembaixador geral para Israel”.

“A ideia de ver a bandeira israelense no carro, e Roy sendo transmitido para 350 milhões a 400 milhões de espectadores a cada duas semanas me anima bastante. Meus projetos almejam alcançar a mídia para alcançar pessoas, pessoas comuns, e mostrar a elas o país e dizer: ‘Estamos lá, é isso o que somos, uma sociedade democrática muito aberta, tolerante, e fazemos coisas interessantes’”, bradou.

Adams não poupa dinheiro para realizar seus objetivos. A publicação conta que o empresário já investiu em programas educacionais e de saúde de Israel, contratou Madonna para se apresentar no concurso de música Eurovision, em 2019, e bancou a ida da Seleção Argentina para um amistoso contra Israel em Tel Aviv.

Sobre aumentar o seu envolvimento com a Fórmula 1, Adams revelou que a ideia é colocar Nissany no grid no ano que vem. “O plano é que Roy seja um piloto de F1 até 2021. Acho que temos um vencedor aqui, então, para mim, o nível é muito alto”.

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