Williams se livra de Sargeant e equilibra gangorra em inglória luta contra Alpine na F1

Depois de correr mutilada por longos 15 GPs na temporada 2024 da Fórmula 1, a Williams enfim conseguiu equilibrar o jogo contra a Alpine, que padece de problemas até piores, porém sempre compensou a deficiência técnica com os braços de Pierre Gasly e Esteban Ocon

Demorou precisamente nove meses, do anúncio da renovação de Logan Sargeant, em 1º de dezembro de 2023, até a substituição oficial do americano por Franco Colapinto no GP da Itália, em 1º de setembro deste ano, para a Williams enfim entender que não se vai a lugar algum na Fórmula 1 quando se tem apenas um piloto competitivo à disposição. Especialmente quando a principal equipe adversária tem no line-up dois dos mais talentosos da atual geração, ainda que isso signifique muito pouco por se tratar de uma inglória luta pela oitava colocação no Mundial de Construtores.

De certa forma, Williams e Alpine se equivalem em alguns aspectos, porém os ingleses conseguem levar vantagem quando o assunto é, por exemplo, a operação de James Vowles, um pouco mais assertiva que a de Bruno Famin e, agora, Oliver Oakes. É que é sempre difícil levar a sério uma esquadra que achou por bem resgatar Flavio Briatore para o posto de conselheiro-executivo e encerrar definitivamente a fabricação de motores na principal categoria do automobilismo mundial.

O entendimento do carro também sempre pareceu mais claro do lado de Grove, que soube aproveitar a passagem por pistas com trechos de alta velocidade — as preferidas do FW46 — para exibir um dedo a mais de performance. Foi o que aconteceu, por exemplo, em Silverstone e em Monza, nada menos que os circuitos mais velozes do calendário. Mas pouca coisa adiantava pelo simples fato de ter passado 15 GPs correndo mutilada.

A Alpine, por sua vez, invertia o jogo ao compensar (e muito!) a bagunça total que virou de uns tempos para cá com a força dos braços de Pierre Gasly e Esteban Ocon, dois dos melhores pilotos da atualidade, e é somente por essa razão que se mantinha com certa folga à frente de uma combalida Sauber, apenas existindo até a chegada de 2026, e uma Williams totalmente limitada por contar apenas com Alexander Albon para capitalizar alguma coisa. Só que é como diz o ditado, ‘antes tarde do que nunca’, e a chegada de Colapinto trouxe fôlego novo aos ingleses.

Alexander Albon carregou Williams nas costas por muito tempo (Foto: Williams)

Claro que a mudança veio justamente em um dos circuitos propícios ao carro da Williams, Monza, mas ver o jovem argentino andando próximo do tailandês evidenciou o que, na verdade, todo mundo já sabia: o FW46 é melhor que a A524 e só precisava da dupla certa para equilibrar a gangorra. De certa forma, a Alpine pode, sim, temer a ameaça de encerrar 2024 como a segunda pior equipe do grid da Fórmula 1.

Das seis corridas que restam, Las Vegas é o lugar onde a Williams terá mais chances de capitalizar bons pontos por se de alta, basta que acerte não somente o ajuste do carro, como também a estratégia — aqui, inclusive, outro ponto falho, a sorte é que a Alpine, se bobear, fica atrás nesse quesito. E ainda vale lembrar que Albon pontuou no ano passado no Catar, em Austin e na Cidade do México, portanto, se fosse para apostar em uma das duas, Williams surge com um bico de carro de vantagem.

Agora, verdade seja dita: quem vencer a tal queda de braço sairá com um prêmio de consolação de sabor agridoce nas mãos. De bom mesmo, só a certeza de que nem tudo estará perdido. A Williams, por exemplo, avisou que qualquer novidade que surgir no carro daqui para a frente já será pensada para o ano que vem — que, aliás, promete muito com a chegada de Carlos Sainz, não apenas veloz e experiente, mas exímio leitor de corrida.

Por essa ótica, a balança volta a desequilibrar para a Alpine, que continuará com o ótimo Gasly, mas terá o novato Jack Doohan, de quem nada se espera — o que pode ser bom para ele, mas a impressão que dá é que esse filme já foi visto, coincidentemente com a rival direta na briga no campeonato. A chance, portanto, de nova reviravolta da ordem de forças é muito real.

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