Em prova confusa na Bélgica, Ericsson vence, Valsecchi sobe ao pódio e empata com Razia

Na corrida mais longa da história da GP2, Marcus Ericsson venceu, seguido por James Calado e Davide Valsecchi. O italiano com Luiz Razia na liderança da temporada e agora soma 206 pontos. A prova foi marcada pelo grave acidente de Nigel Melker. O holandês, que bateu forte na Eau Rouge, passa bem

A primeira corrida do fim de semana da GP2 na Bélgica, neste sábado (1), em Spa-Francorchamps, foi marcada por um grande susto, mas, no fim, deixou o campeonato ainda mais acirrado. Por muita sorte, Nigel Melker escapou praticamente ileso de um gravíssimo acidente no início da corrida após bater de frente na saída da Eau Rouge, paralisando a prova em quase uma hora. Após a relargada, melhor para Marcus Ericsson, que conquistou vitória relativamente tranquila no tradicional circuito belga.

O sueco da iSport completou as 25 voltas da primeira corrida do fim de semana em Spa com 11s5 de vantagem para James Calado, da Lotus, segundo colocado. Davide Valsecchi fez uma corrida conservadora, pensando no campeonato, mas se deu bem. O veterano italiano terminou a prova em terceiro, resultado que, combinado com o quinto lugar de Luiz Razia, acirrou ainda mais a luta pelo título de 2012.

Valsecchi soma agora 204 pontos e empatou com Razia. No entanto, o brasileiro tem a significativa vantagem de ter uma vitória a mais em relação ao rival. Faltam cinco corridas para o término da temporada. Na próxima delas, também em Spa, no domingo, Razia vai largar em terceiro, enquanto Valsecchi parte do sexto lugar. O baiano da Arden fez boa prova de recuperação depois de ter largado em 19º. Esteban Gutiérrez perdeu a chance de se aproximar dos líderes e está praticamente fora da luta pelo título. Depois de sofrer punição de drive-through, o mexicano terminou em décimo e agora soma 150 pontos, bem longe de Razia e Valsecchi, faltando cinco corridas para o fim da temporada.

Felipe Nasr também mostrou bom rendimento e, depois de travar várias disputas no pelotão intermediário, garantiu um bom oitavo lugar. O resultado lhe dá o direito de sair na pole-position da bateria complementar do fim de semana em Spa. O circuito belga marcou a história da GP2 que, neste sábado, teve a corrida mais longa de sua história. Muito por conta da bandeira vermelha acenada para remoção dos detritos do carro de Melker e, principalmente, pela falta do helicóptero médico, fundamental para a autorização da largada, a prova durou, ao todo, 1h55min36s.

Ericsson venceu a caótica corrida em Spa-Francorchamps neste sábado (1) (Foto: GP2)

Saiba como foi a primeira etapa do fim de semana da GP2 em Spa-Francorchamps

Pole-position em Spa, Rio Haryanto fez largada tranquila e, como um veterano, suportou a pressão de Esteban Gutiérrez, James Calado e Marcus Ericsson e se manteve na primeira colocação. Mas o início da prova foi de incidentes no pelotão intermediário. Fabio Leimer e Rodolfo González ficaram pelo caminho ainda na primeira volta. Razia, por sua vez, era o 15º colocado, atrás dos compatriotas Felipe Nasr, em 11º, e Victor Guerin, em 12º.

A dupla da Lotus foi ultrapassada por Ericsson ainda no início da prova. O sueco da iSport partiu para cima de Haryanto, que não conseguia abrir vantagem na ponta. Gutiérrez, por sua vez, abriu a segunda volta atrás de Calado, mas pegou o vácuo do carro do britânico e fez a bela ultrapassagem na temida Eau Rouge, ganhando a terceira colocação.

Até que, na terceira volta, Nigel Melker sofreu um acidente assustador. Na saída da Eau Rouge, o holandês perdeu o controle do seu carro e bateu de frente na barreira de pneus. O companheiro de equipe de Guerin foi removido para um hospital da região. Segundos antes, no mesmo trecho, Ericsson passou Haryanto e assumiu a liderança da prova, que recebeu a intervenção do safety-car por conta da batida de Melker.

Nigel Melker sofreu gravíssimo acidente na saída da Eau Rouge neste sábado (Foto: Reprodução/Twitter)

Com a bandeira amarela vigorando em toda a pista, a maioria do grid foi para os boxes realizar troca de pneus. Ficaram na pista Van der Garde, que assumiu a liderança, Stéphane Richelmi, sétimo, Simon Trummer, que subiu para nono, Stefano Coletti, em 13º, e Ricardo Teixeira, duas posições atrás. E Haryanto, se ainda tinha alguma chance de vitória, tratou de desperdiça-la depois de rodar, com pneus frios, na saída da Les Combes.

Minutos depois, a direção de prova decidiu interromper a corrida com bandeira vermelha para ter mais tempo para remoção dos inúmeros detritos que ficaram na pista, no local da batida de Melker. Via Twitter, a GP2 informou que o holandês está consciente e que foi removido para um centro médico para checagem das suas condições. A categoria veiculou imagens da batida de Melker em seguida, num claro indicativo de que o piloto está bem.

Já com a bandeira vermelha, a corrida teve uma imagem impactante, quando, além do safety-car, uma ambulância, conduzindo Melker, e outro carro médico, escoltavam os pilotos rumo à reta dos boxes na Bélgica. No fim deste trajeto, Nasr deixou o carro morrer, mas conseguiu voltar para o grid, que teve Haryanto em posição inversa à primeira largada. De pole no início da prova, o indonésio da Carlin se posicionou em último.

Depois que a pista foi liberada, o procedimento para relargada começou a ser realizado. Contudo, antes de os pilotos irem para a volta de aquecimento dos pneus, a largada foi abortada, já que o helicóptero médico não estava na pista, pois o veículo levou Melker para um hospital próximo à região do autódromo.

Depois de muitas idas e vindas e indefinição quanto à relargada, a caótica corrida foi retomada quase uma hora depois, com Van der Garde na frente, seguido por Richelmi e Coletti, que ainda não haviam feito o pit-stop obrigatório. O líder dentre os pilotos que trocaram pneus era Ericsson.

Em 11º, Razia tentava reagir na corrida, já que seu grande rival na luta pelo título, Valsecchi, vinha em sexto. Mas o baiano da Arden vinha abrindo caminho e ganhava posições, passando em oitavo na 19ª volta, a mesma em que Van der Garde foi chamado pela Caterham para finalmente fazer seu pit-stop. Dessa forma, Richelmi assumiu momentaneamente a liderança, seguido por Coletti, que, faltando seis voltas para o fim da corrida, ainda seguiam sem trocas de pneus.

Com a parada de Van der Garde, Razia subiu para sétimo e ficou duas posições atrás de Valsecchi, diminuindo significativamente o estrago da sua má posição no grid em Spa. Tão logo Coletti fez sua parada, faltando quatro voltas para o fim da corrida, Razia subiu para sexto. A corrida seguia com Richelmi na liderança, o piloto da Trident finalmente foi para os boxes na volta seguinte e deixou caminho aberto para a liderança de Ericsson.

No pelotão intermediário, Gutiérrez, que sofreu uma punição com drive-through por ter ultrapassado Calado sob bandeira amarela, tentava uma melhor colocação na corrida e estava no complicado pelotão intermediário junto com Coletti e Victor Guerin. O mexicano conseguiu passar pelos dois e seguiu na prova, mas o monegasco tocou no carro da Ocean, pilotado pelo brasileiro, e, assim como Victor, ficou pelo caminho em mais um incidente da movimentada (e acidentada) corrida da GP2.

No fim das contas, após 25 voltas, melhor para Ericsson, que não cometeu erros e mostrou pilotagem bastante segura na corrida mais longa da história da GP2, com 1h55min36s. O sueco da iSport terminou 11s5 à frente de Calado, enquanto Valsecchi completou o pódio. Razia conseguiu uma boa reação e garantiu o quinto lugar, empatando em número de pontos com Valsecchi, enquanto Felipe Nasr terminou em oitavo. O jovem brasiliense da Dams conquistou o direito de largar na pole da corrida do domingo, obedecendo a regra do grid invertido.

GP2, Spa-Francorchamps, corrida 1, final:

 

 

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