Bortoleto tira pressão dos ombros e chega em final da F2 em direção oposta à de Hadjar
Não há mais pressão sobre a vaga na F1 para Gabriel Bortoleto, e isso, de certa forma, é uma vantagem sobre Isack Hadjar, que não pode desperdiçar a cartada do título da F2 na tentativa de convencer a cúpula da Red Bull de que merece o lugar na RB
Pela primeira vez desde que surgiu na famigerada lista de Mattia Binotto como candidato a uma vaga na Sauber Audi, Gabriel Bortoleto não terá de se preocupar em negar o que já era certeza há algum tempo — não desde Monza, claro, por conta dos impasses contratuais com a McLaren, mas era aquele tipo de segredo que os pilotos dificilmente conseguem segurar sem que jornalistas ‘das antigas’ descubram. Em São Paulo, por exemplo, o acordo para estrear na Fórmula 1 em 2025 já estava certo, porém a equipe baseada em Hinwil optou por não fazer o anúncio no Brasil. Mas independentemente da oficialização, fato é que tal certeza traz, sim, um sentimento diferente para a final da Fórmula 2, que começa a ser disputada a partir deste fim de semana, no Catar.
O primeiro, claro, é alívio, e ele mesmo usou essa palavra ao participar do podcast F1 Nation. A partir de agora, avisou Gabriel, o foco está “ainda mais voltado” para a F2, e chama a atenção ver que ele se encontra em situação oposta à do principal adversário, Isack Hadjar. Se a F1 não é mais um problema para Bortoleto, o francês ainda se vê em uma complicada briga para convencer a cúpula da Red Bull de que também merece a chance de ser um dos 20 a correrem na principal categoria do automobilismo mundial.
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A vida de Hadjar é mais difícil, e tudo depende do que, afinal, os taurinos vão fazer com relação a Sergio Pérez. Não é surpresa que o mexicano se segura por lá sabe-se Deus por qual razão — na verdade, todos sabem muito bem, e é por esse motivo que uma reviravolta pode acontecer e trazer para Milton Keynes Franco Colapinto e seus incontáveis patrocínios para o lugar de Checo, quebrando por completo a escadinha da academia. Tanto Liam Lawson quanto Yuki Tsunoda sonham com o posto de companheiro de equipe de Max Verstappen, e uma promoção a qualquer um dos dois abriria naturalmente a vaga almejada por Hadjar na RB.
A questão, todavia, é que fica até difícil aplicar a lógica nesta equação. Ora, bater Bortoleto na final da F2 certamente daria a Isack belo argumento para provar que merece estar na F1, porém não é de hoje que o título de lá significa alguma coisa — Felipe Drugovich e Théo Pourchaire que o digam. Mesmo assim, é uma cartada da qual Hadjar não pode se dar ao luxo de abrir mão, pois pode ser a única.

Claro que há o teste de novatos no fim do ano, em Abu Dhabi, e o próprio Helmut Marko assegurou que nenhuma decisão seria tomada antes disso. Hadjar estará em ação contra seus rivais diretos e sabe que terá de deixar a melhor impressão, mas uma ajudinha antes é sempre bem-vinda.
Essa pressão inversa pode contar muito a favor de Bortoleto, que já tem a vantagem na tabela — pode até ser campeão no Catar se tiver uma rodada quase perfeita e for para Abu Dhabi com 40 de frente na liderança. Para completar, a Invicta hoje se mostra muito mais confiável do que o carro da Campos, que apresentou ritmo muito ruim na Itália e ainda teve um problema esquisitíssimo de freios em Baku. O resultado foram duas rodadas em que Isack não pontuou. E foi justamente no tropeço dele que Bortoleto teve uma das performances mais impressionantes de um piloto ao sair de último para vencer a corrida 2 em Monza.
Agora, engana-se quem pensa que dá para cravar um ou outro campeão. Vale lembrar que Hadjar já possui quatro vitórias no ano, e isso dá a ele a vantagem num eventual empate. Vai ser um duelo muito interessante, sem dúvida, e o menor erro poderá custar caro. As respostas começarão a ser dadas a partir de sexta-feira (29).
A Fórmula 2 retorna neste fim de semana, de 29 de novembro a 1º de dezembro, com a rodada do Catar, primeira vez da categoria no circuito de Lusail.
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