Retrospectiva 2024: F2 vê melhor geração desde 2018 e enfim faz roda girar na Fórmula 1

A geração capitaneada por Gabriel Bortoleto, Oliver Bearman e companhia demonstrou enorme potencial e deixou a Fórmula 1 sem escolha a não ser promover uma renovação que era urgente

Sem dúvida, 2024 já é um marco na Fórmula 2 por representar um importante capítulo na história que será contada a partir do ano que vem na Fórmula 1. Afinal, depois de seis anos, a classe de acesso trouxe uma geração tão talentosa quanto à vista em 2018 que se tornou praticamente impossível não abrir vagas na categoria máxima do automobilismo mundial para dar vez a ela.

Desde o começo do ano, e antes mesmo do início do campeonato, no Bahrein, a expectativa era alta, não apenas pela estreia do novo carro, mas principalmente pela presença de alguns nomes promissores no grid. O mais notável, sem dúvida, era Andrea Kimi Antonelli, porém muito mais pela curiosidade gerada pela Mercedes do que qualquer outra coisa por catapultá-lo da FRECA para a F2.

Mas o rapaz era bom, de fato, só que o frenesi em torno dele empacou na performance do carro da Prema, que oscilou bastante com o novo regulamento técnico e a forma diferente de trabalhar a aerodinâmica, com efeito-solo. Kimi também teve a sua dose de noviciado ao precisar trabalhar o gerenciamento dos pneus para melhorar o ritmo de corrida, mas os resultados constantemente melhores que os do companheiro, Oliver Bearman, indicavam que Toto Wolff não estava tão louco em não correr o risco de perdê-lo para algum rival.

Bearman, aliás, também conquistou na prática o seu lugar ao sol. De repente, uma apendicite tirou Carlos Sainz do GP da Arábia Saudita, e coube ao novato de apenas 18 anos na ocasião a responsabilidade de assumir o cockpit da Ferrari. Foi uma senhora prova de fogo, mas Ollie, como é chamado, conseguiu passar com louvor pela veloz e traiçoeira pista urbana de Jedá. Os aplausos de Lewis Hamilton ao final coroaram um desempenho que carimbou de vez o passaporte para a F1 no ano seguinte.

Andrea Kimi Antonelli e Oliver Bearman dividiram a Prema em 2024 (Foto: Reprodução/Ferrari Driver Academy)

Outro que também se tornou maior que a F2 foi o campeão, Gabriel Bortoleto, e em estrada semelhante à trilhada por Oscar Piastri, Charles Leclerc e George Russell — esse último, inclusive, remanescente da ótima geração de 2018, que ainda revelou Lando Norris e Alexander Albon. A vitória em Monza, e da forma como foi, ao partir de último até ser o primeiro a receber a bandeirada, deixou claro que seria loucura a F1 perdê-lo por qualquer razão.

Por fim, mas não menos importante, Isack Hadjar conquistou merecida vaga final no grid da F1 2025 depois que a Red Bull finalmente encerrou o vínculo com Sergio Pérez. Era o correto a se fazer, pois, tal qual Bortoleto, também provou que estava pronto para subir o degrau definitivo na escada dos monopostos.

Agora, é preciso enfatizar que o momento também foi bastante oportuno. Praticamente todas as equipes viraram 2024 com ao menos um piloto com contrato terminando ao final do ano, e isso proporcionou a chance de analisar o leque de opções nas academias. Foi assim, por exemplo, que a Alpine viu Jack Doohan, remanescente da geração de Felipe Drugovich, como alternativa para suprir a ausência de Esteban Ocon.

A Williams também foi outra que olhou para o próprio cercado e apostou em Franco Colapinto para ocupar o lugar do demitido Logan Sargeant, e o argentino ficou muito perto de causar um verdadeiro rebuliço até mesmo no que já estava assegurado para 2025, pois foram várias as especulações que o ligaram à Red Bull e à Alpine. Não foi possível, mas é certamente um nome que soube aproveitar as corridas que teve à disposição e deixou marca registrada de olho no futuro.

2025, portanto, terá seis novatos disputando o Mundial completo, sendo quatro oriundos da temporada recente da Fórmula 2: Bearman (Haas), Antonelli (Mercedes), Bortoleto (Sauber) e Hadjar (Racing Bulls). E certamente caberiam outros nomes ali. Não dava para encaixar todo mundo, claro, por isso que Zane Maloney, por exemplo, foi se aventurar na Fórmula E, assim como o promissor Taylor Barnard. Paul Aron, novato, conseguiu contrato para ser reserva da Alpine e dará início a um extenso programa de testes enquanto aguarda na fila, e Dennis Hauger resolveu tentar a sorte na Indy — o mesmo, aliás, que Enzo Fittipaldi, que chegou a vencer corrida este ano com a Van Amersfoort. Ainda assim, os que conseguiram chegar à F1 representam muito bem a classe de 2024.

Fórmula 2 volta a acelerar no próximo ano, entre os dias 15 e 16 de março de 2025, com a abertura da temporada em Melbourne, na rodada da Austrália.

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