Sette Câmara revela que estava “saturado” da F2: “Tornou-se desinteressante”

Novo piloto reserva e de desenvolvimento da Dragon na Fórmula E, Sergio Sette Câmara justificou os motivos pelos quais não vai seguir na Fórmula 2 em 2020. Uma vez que garantiu os pontos para a almejada superlicença, o mineiro entende que não há motivos para continuar na categoria pelo quarto ano seguido e que, por isso, era necessário buscar novos horizontes na carreira

O grid da Fórmula 2 para a temporada 2020 foi definido com a presença de três brasileiros: Pedro Piquet, Felipe Drugovich e Guilherme Samaia. Contudo, uma ausência foi bastante sentida. Sergio Sette Câmara, que disputou a categoria de acesso à F1 por três anos seguidos, correu pelas equipes MP, Carlin e Dams, faturou três vitórias, 18 pódios e terminou 2019 na quarta colocação, não vai seguir no campeonato. 
 
Aos 21 anos, o mineiro, que anunciou neste domingo (8) sua saída da McLaren, onde exerceu a função de piloto de testes, revelou que a F2 tornou-se desinteressante depois da obtenção dos pontos necessários para ter a almejada superlicença, documento que permite a um piloto fazer parte do Mundial de Fórmula 1.
 
Depois da participação no teste de novatos promovido pela Fórmula E, em Marrakech, onde o piloto terminou na segunda colocação com o carro da Dragon, Sergio concedeu entrevista ao site norte-americano ‘Motorsport.com’ e disse por que optou por não fazer uma quarta temporada na Fórmula 2. 
Sérgio Sette Câmara andou bem no teste feito com a Dragon na Fórmula E em Marrakech (Foto: Fórmula E)
“Foram alguns fatores que gostaria de deixar para mim. Não cabe compartilhar, mas não vou continuar lá porque as coisas não se encaixaram e também porque, de certa forma, tornou-se desinteressante para mim”, explicou.
 
“Eu já fiz três anos, já consegui a superlicença e, em algum momento, você fica saturado por estar em um lugar o tempo todo. Pode haver outras formas melhores para correr”, salientou Sette Câmara.
 
Sergio contou como recebeu o convite da Dragon para fazer parte da equipe. As negociações tiveram início ainda no ano passado, mas pelo tempo apertado não foi possível assegurar uma vaga como piloto titular no grid da categoria dos carros elétricos.
 
“Recebi um e-mail de Jay [Penske] em novembro, acho que antes de Riad [etapa inaugural da temporada 2019/20, na Arábia Saudita]. Conversei com as pessoas da equipe e as coisas avançaram, fechei o acordo com eles. Fiquei muito feliz porque sempre me interessei pela Fórmula E”, declarou.
 
“Mas, uma vez que a temporada começa numa época estranha do ano, se você não começa a negociar com as equipes ou a conversar muito cedo, digamos, em maio, você pode perder esta janela. Então, claro, a uma semana da temporada não há chance de me oferecerem nada, e isso aconteceu de forma que eu não esperava”, revelou Sette Câmara.
 
O brasileiro disse também que ficou bastante satisfeito com a performance que teve nos trabalhos de pista em Marrakech. Sette Câmara ficou só atrás de Nick Cassidy, que liderou a sessão de novatos com o carro da Virgin.
 
“Foi a minha primeira vez em um carro de Fórmula E. Estou feliz. Prefiro muito mais estar como agora do que sair daqui sem uma volta no top-10, vamos dizer assim. Não vou dizer que não é uma coisa boa, porque é. Mas é difícil igualar [o teste] a um fim de semana de corrida porque todo o formato é diferente, a pista estava emborrachada e tenho certeza de que muita gente pegou tráfego, cometeu erros… Mas nos colocamos lá, encaixamos a volta no fim e, se esse fosse o formato de um fim de semana, estaríamos em segundo lugar”, complementou.
 
De fato, o tempo estabelecido por Sette Câmara na melhor das 42 voltas percorridas em Marrakech ficou em 1min16s930, somente mais lento que o 1min16s467 de Cassidy e melhor que a marca que levou António Félix da Costa a marcar a pole do eP marroquino: 1min17s158.

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