Coluna Safety-car, por Felipe Giacomelli: Esperança

O que realmente podemos considerar como sucesso da F3? É colocar algum garoto no caminho da F1, Indy ou outro campeonato top ou ter um grid cheio e competitivo em todas as etapas?

É muito fácil escrever um texto de apresentação da F3 Sul-americana, basta copiar o que eu já havia dito no ano passado, no retrasado e três, quatro, cinco anos atrás. O tema não muda em nada. Mais uma vez, o principal campeonato de base do Brasil começa com a esperança de retornar aos velhos tempos e conseguir revelar pilotos de qualidade.

Mas o que realmente podemos considerar como sucesso da F3? É colocar algum garoto no caminho da F1, Indy ou outro campeonato top ou ter um grid cheio e competitivo em todas as etapas? As duas coisas, obviamente, até porque elas estão correlacionadas. Caso a categoria consiga reunir vários carros e equipes, consequentemente a chance de revelar algum jovem promissor estatisticamente é maior.

Guilherme Silva foi um dos bons pilotos revelados pela F3 recentemente (Foto: Divulgação)

Entretanto, uma coisa não depende necessariamente da outra. Há dois anos, a F3 teve apenas sete pilotos disputando mais ou menos de forma completa um bizarro campeonato que começou em março, no Velopark, teve um hiato de quatro meses sem corrida e foi encerrado em dezembro, nove meses após o início. Portanto, um cenário terrível para o desenvolvimento de qualquer atleta.

Só que dos sete pilotos, dois garotos vingaram: Guilherme Silva, que terminaria aquele ano como campeão da F-Futuro e terceiro colocado da F3, e Bruno Bonifácio, campeão da F3 Light (onde competiu literalmente sozinho), antes de se mudar para a Europa.

De uma forma simbólica e até mesmo coincidente, este fim de semana também marca o pontapé inicial da temporada 2013 desses dois garotos na Europa. Ambos estão inscritos para a disputa da F-Renault Alps, na pista de Vallelunga, na Itália.

Silva, da poderosa equipe Koiranen, vai disputar apenas algumas corridas desse campeonato, já que o foco maior é vencer o Europeu. Apesar disso, ele é favorito absoluto à corrida deste fim de semana por ter se destacado nos treinos coletivos de pré-temporada, quando chegou a superar até mesmo o companheiro de equipe, Nyck De Vries, do programa da McLaren.

Bonifácio, por sua vez, vai participar dos dois campeonatos da F-Renault. Se no Europeu o buraco é mais embaixo, ele assume o posto de piloto a ser batido na Alps. Durante os treinos coletivos deste certame, a equipe Prema – com a qual compete – dominou amplamente as atividades, sendo sempre cerca de 1s mais rápida que as adversárias.

Como o brasileiro estava testando pelo torneio continental, quem guiou o carro do time italiano foi o jovem Antonio Fuoco – da Academia da Ferrari – que estreia nos monopostos neste ano. Se o novato foi mais rápido que o restante do grid, imagina o que um veterano de três temporadas com esse tipo de carro pode fazer?

Dito isso, a F3 Sul-americana começa 2013 de olho em um passado distante, em que a cada ano conseguia revelar de cinco a dez pilotos, sendo que dois ou três chegavam à F1. Entretanto, se ela conseguir repetir um desempenho não tão longínquo – como o de 2011 – e colocar em evidência um ou outro jovem valor já estará de bom tamanho.

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