Contratado pela FIA, Berger afirma que excesso de categorias prejudica jovens pilotos

Ex-companheiro de equipe de Ayrton Senna, Gerhard Berger foi contratado pela FIA para organizar as categorias de base do automobilismo. Em oito meses no cargo, o piloto afirmou que o problema é o excesso de campeonatos e a prioridade é a F3

Contratado pela FIA para organizar as categorias de base do automobilismo, Gerhard Berger começa a ter noção do problema que precisa resolver. Após quase oito meses no cargo, o austríaco afirmou que a maior dificuldade é o número elevado de certames diferentes, o que acaba enfraquecendo os próprios campeonatos, já que os jovens pilotos mais talentosos não competem um contra outro.

“O sistema não está mais fazendo o que deveria, que é dar a um piloto talentoso experiência que ele possa usar para chegar à F1”, acusou. “Há muitos campeonatos diferentes, e a atenção entre eles é muito dividida. As pessoas estão preocupadas que os melhores pilotos estão espalhados e não é mais possível olhar para a F3 Inglesa, por exemplo, e ter certeza que um piloto vai chegar à F1”, declarou.

Gerhard Berger afirmou que os campeonatos regionais precisam ser fortalecidos (Foto: F3 Inglesa)

O ex-companheiro de equipe de Ayrton Senna disse que a prioridade é construir uma estrutura forte a partir da F3, que deveria ser o principal celeiro de jovens pilotos. “O mais urgente agora é organizar a F3. Para mim, esse sempre foi o campeonato mais importante para os jovens pilotos. É onde você pode ver pela primeira vez quanto talento alguém tem”, disse.

Aliás, assim que assumiu a FIA, Berger agiu diretamente nesse campeonato. O austríaco criou a F3 Europeia, um certame montado com etapas das F3 Euro e da F3 Inglesa. Assim, pilotos e equipes que disputam um desses torneios podem participar dos outros, já que se trata da mesma corrida. A medida foi muito bem aceita, já que em algumas corridas o grid combinado chegou a cerca de 30 carros.

“Hoje em dia, há muitos campeonatos dentro da própria F3. Então, a primeira coisa que fiz foi criar a nova F3 Europeia, da FIA. Ele não foi popular com todo mundo porque há muito interesse distinto, mas eu não me importo com isso. Nós precisamos começar com uma nova plataforma e esse é o novo campeonato”, disse Berger, destacando o próprio trabalho.

“Está dando tudo certo maravilhosamente. O importante agora é construir campeonatos nacionais fortes com o mesmo regulamento. Esse é o projeto no momento e ainda vai levar algum tempo”, acrescentou o austríaco, afirmando que a F3 Europeia só vai dar certo se os torneios locais – como a F3 Inglesa e a F3 Euro – também estiverem fortalecidos.

Berger disse que o número elevado de categorias diferentes também é um problema acima da F3, quando diversos campeonatos lutam pela atenção dos jovens pilotos. “É o mesmo problema no nível seguinte, com F2, GP2 e World Series. Você não quer criar um novo formato, mas, sim, construir um formato melhor. O que isso significa? Primeiramente, é preciso um regulamento inteligente. Depois, é preciso abaixar os custos”, explicou.

O agora dirigente, por fim, explicou que a última preocupação é quanto à criação de um campeonato intermediário entre o kartismo e a F3, evitando que um piloto comece a carreira logo em carros mais potentes. “Está faltando alguma coisa entre os karts e a F3. Uma espécie de F4. Nós estamos trabalho nisso. Não pode ser algo muito completo, mas deve ser um desafio, então os pilotos poderão aprender algo. Esse é o terceiro projeto”, encerrou.

Embora Berger não tenha citado, certames como a F-Renault e a extinta F-BMW servem como esse passo intermediário após o kartismo. Na França, aliás, existe até mesmo um campeonato chamado de F4.

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