5 coisas que aprendemos no eP de Portland, 13ª e 14ª etapas da Fórmula E 2024

O eP de Portland trouxe mais um testamento das habilidades de António Félix da Costa, que venceu as duas corridas, mas também ressaltou a inconsistência da direção de prova com uma punição descabida a Mitch Evans e viu o primeiro fim de semana trágico de Nick Cassidy

A penúltima rodada dupla da temporada 2023/24 da Fórmula E também serviu como despedida — pelo menos por enquanto — do eP de Portland, que fez sua segunda aparição em 2024 e não está na programação do ano que vem. Com mais duas corrida de pelotão imprevisíveis, António Félix da Costa aproveitou a punição polêmica de Mitch Evans para levar a corrida 1 e ainda se sobressaiu para varrer o fim de semana com um segundo triunfo na corrida 2.

A vitória dupla do português, entretanto, veio acompanhada de outras histórias. A malfadada punição de Evans mexeu com o campeonato, impedindo que o neozelandês assumisse a liderança, enquanto o líder Nick Cassidy viveu o pior fim de semana da temporada — e ainda manteve a ponta.

A Porsche viu a sorte sorrir para o português, mas viveu mais uma etapa atribulada com Pascal Wehrlein — que ainda sonha com o título — e viu Evans tomar a segunda posição da tabela. Enquanto isso, a equipe alemã ainda lamenta a desclassificação de António em Misano. Não fosse a punição, Da Costa seria o segundo colocado no campeonato.

Diante deste cenário, o GRANDE PRÊMIO aponta cinco coisas que aprendemos na rodada dupla do eP de Portland da Fórmula E:

Da Costa foi o grande nome da etapa de Portland (Foto: Fórmula E/Sam Bagnall/ LAT Images)

Cassidy perdeu grande chance de selar título

É até óbvio dizer: o calvário de Nick Cassidy em Portland foi a grande história do fim de semana, principalmente para um piloto que não emendou sequências ruins ao longo de toda a temporada. O neozelandês rodou sozinho na abertura da última volta na corrida 1, quando brigava pela vitória, e sofreu com danos na corrida 2. No fim, saiu zerado nas duas.

Considerando os resultados dos rivais e a punição a Evans, Cassidy poderia ter colocado nove dedos na taça do campeonato em Portland. Não o fez, e ainda viu Mitch e Wehrlein reduzirem a vantagem na ponta para 12 pontos. Poderia ser pior. Ainda é uma situação confortável para a etapa derradeira, em Londres, mas Nick não pode se dar ao luxo de viver mais uma rodada tão ruim na Inglaterra.

É impossível duvidar de Da Costa

O automobilismo é, de fato, um esporte totalmente imprevisível. Depois de lidar com fortes críticas no início do campeonato, António Félix da Costa é o melhor piloto da segunda metade de temporada na Fórmula E e o maior vencedor do ano, com quatro triunfos — três nas últimas três corridas. A desclassificação controversa em Misano impediu a quina e a vice-liderança do campeonato.

Mesmo com tudo isso, Da Costa chega à rodada final com chances matemáticas de título. Será uma tarefa inglória cortar a desvantagem de 33 pontos para o líder Cassidy, ainda mais com dois pilotos entre os dois, mas a fase atual do português impede que se duvide dele. Iluminado, António vai a Londres para provar de uma vez por todas que a possibilidade de substituí-lo foi um devaneio por parte da Porsche.

Punição a Evans foi um erro e mexeu com o campeonato (Foto: Fórmula E/LAT/Simon Galloway)

Direção de prova precisa encontrar padrão

A punição dada pela direção de prova da Fórmula E a Mitch Evans na corrida 1 foi completamente bizarra. Todas as corridas de pelotão da temporada envolveram muitos toques e deram trabalho aos comissários, mas a decisão em torno do contato entre o neozelandês e Jake Hughes fugiu inteiramente do que tinha sido decidido até agora. No fim, interferiu não apenas no resultado da prova, mas também na disputa pelo campeonato.

Revoltado com a decisão, Evans questionou justamente a falta de consistência da direção de prova, que optou por punir um incidente absolutamente de corrida. Se a decisão ainda fosse baseada em julgamentos anteriores, faria sentido. Porém, fugiu muito do que havia sido feito até agora e gerou um cenário perigoso para o futuro. Chegou a hora de criar um entendimento sobre o que pode ou não acontecer na pista.

Portland vai fazer falta

Fora do calendário da próxima temporada, a pista de Portland reserva uma corrida diferente das outras na Fórmula E. Ainda que mantenha o sistema de pelotão de Xangai, Misano e Berlim, a pista americana tem uma entrada traiçoeira na última curva que causou muitos problemas em 2023 e 2024. Até o líder do campeonato sofreu e rodou naquele ponto esse ano.

Substituída por Miami, que vai receber a Fórmula E em Homestead, Portland não vai deixar saudades aos pilotos que costumeiramente criticam as corridas de pelotão, mas sua ausência certamente será sentida pelo nível de disputas que permite na pista e pelas corridas que possibilitou nestes dois anos. A ver se a nova praça sobe o sarrafo.

Wehrlein precisa brilhar mais se quiser ser campeão da Fórmula E (Foto: Fórmula E/LAT/Sam Bagnall)

Wehrlein precisa fazer mais. Bem mais

Pascal Wehrlein segue com chances matemáticas de título, mas precisa mostrar de uma vez por todas que merece ser campeão da Fórmula E. Assim como no ano passado, o alemão abriu o campeonato em grande forma e foi caindo conforme o ano passou. Mesmo sendo extremamente confiável — é o único que completou todas as corridas de 2024 na pista e só deixou de pontuar em duas —, o piloto da Porsche não brilha tanto quanto Cassidy e Evans — e nem tem conseguido acompanhar o ritmo de Da Costa.

Sempre cotado para brigar lá em cima na categoria, Wehrlein se aproxima do ‘quase’ mais uma vez. Pode virar o jogo e conquistar a taça em Londres, certamente, mas desperdiçou em Portland mais uma chance de colocar Cassidy contra a parede. A segunda metade de temporada de Pascal novamente ficou muito abaixo da primeira, algo que o alemão precisa consertar.

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