5 coisas que aprendemos no eP de Xangai, 11ª e 12ª etapas da Fórmula E 2024
Em mais uma rodada dupla de vencedores diferentes, o eP de Xangai trouxe a reafirmação de António Félix da Costa, a queda de alguns concorrentes ao título e a certeza de que Nick Cassidy tem a faca e o queijo nas mãos para conquistar a primeira taça mundial da carreira
Depois de vários anos, a Fórmula E enfim realizou o sonho de retornar à China para a rodada dupla do eP de Xangai, local em que a categoria nunca havia corrido na história. No último fim de semana, Mitch Evans e António Félix da Costa foram os vencedores de mais duas corridas de pelotão, novamente marcadas por muita imprevisibilidade, muitos toques e dores de cabeça para a direção de prova.
A corrida 1, que teve 29 voltas, foi melhor. Mais veloz e indefinida até o giro final, quando Evans deu o bote em Pascal Wehrlein, a primeira disputa guardou o caos para o fim e trouxe a melhor última volta da temporada. No dia seguinte, com 28 voltas ao redor do circuito, os pilotos fizeram uma disputa mais lenta, e Da Costa sobrou na eficiência para se colocar em posição de vencer com certa antecedência.
A reabilitação do português, que já poderia ser o maior vencedor da temporada não fosse a desclassificação de Misano, é ótima para o campeonato. Por outro lado, a batida de Sam Bird em Wehrlein na corrida 2 é exatamente o contrário. Pela primeira vez, um líder do campeonato cria gordura suficiente para administrar até o fim, e Nick Cassidy deixou a China em situação bastante confortável.
Diante deste cenário, o GRANDE PRÊMIO aponta cinco coisas que aprendemos na rodada dupla do eP de Xangai da Fórmula E:
Agora, Cassidy pode jogar com o regulamento
Com 25 pontos de distância entre Cassidy e Wehrlein, é a primeira vez que um líder tem vantagem suficiente para pensar em jogar com o regulamento debaixo do braço. Com quatro corridas para o fim do campeonato, Nick certamente vai mudar de postura, evitar confusões e focar no acúmulo de pontos. São dez top-10 em 12 corridas, com oito pódios no caminho. Piloto mais regular do ano, o neozelandês vai precisar passar por apuros para colocar os rivais de volta na briga.
Da Costa está oficialmente recuperado
Acabou a crise. Se o desempenho desde São Paulo já dava indícios de que Da Costa havia se recuperado do início tenebroso do campeonato, a terceira vitória — segunda oficial — encerra qualquer discussão. Não fosse a desclassificação de Misano, o português seria o maior vencedor da temporada, o que dá o tom do equilíbrio que ronda a Fórmula E. Assim como em Berlim, António foi perfeito na regeneração de energia, fez uma pilotagem eficiente e até surpreendeu ao liderar por mais tempo do que o esperado, sempre controlando a distância para Jake Hughes e a bateria do carro. Desempenho de quem sabe o que está fazendo.
Dennis não vai levar o bicampeonato
A chance matematicamente ainda existe? Sim. O desempenho da temporada é digno de uma posição melhor? Também. Mas a verdade é que Jake Dennis não será bicampeão da Fórmula E em 2024. Veloz e eficiente, o britânico sofre demais com a falta de ritmo nas classificações e, em Xangai, ficou muito aquém do companheiro Norman Nato no quesito. O francês, inclusive, conseguiu o único pódio da Andretti na etapa chinesa. 54 pontos atrás de Cassidy, Dennis vai dando adeus ao sonho de se tornar o segundo bicampeão da categoria.
DS Penske é carro de classificação
Nenhuma equipe tem mais finais de classificação do que a DS Penske em 2024: são oito, quatro de Stoffel Vandoorne e quatro de Jean-Éric Vergne. Inclusive, nenhum outro piloto tem quatro finais também. Em Xangai, pole para Vergne na corrida 1 e quarta derrota em quatro finais de Vandoorne na corrida 2. Entretanto, a competitividade para por aí. Nas corridas, o carro sempre anda para trás, e brigar pela vitória é um mero devaneio. O time aurinegro precisa consertar o ritmo de prova se quiser sonhar com alguma coisa a partir de 2025.
Briga do fundão vai ser parelha
Neste momento, o título do Mundial de Equipes parece definido: com 73 pontos de diferença para a Porsche, a Jaguar conta os dias para levantar seu primeiro caneco da Fórmula E. Porém, o mesmo não pode ser dito do ‘fundão’: a briga promete ser muito parelha e ir até o final entre ERT [23 pontos], ABT Cupra [20] e Mahindra [13]. Todas sofrem demais para buscar o top-10 e veem suas forças serem potencializadas em finais de semana específicos. Em Xangai, a Mahindra deu as caras, foi sétima com Nyck De Vries na corrida 1 e merecia ter pontuado também na corrida 2 — mas Bird sabotou os planos. A corrida para fugir da lanterna vai se arrastar até o fim.
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