Barrada na alfândega e impedida de correr em Pequim, Trulli admite temor por participação na etapa de Putrajaya

A Trulli não passou sequer da alfândega em Pequim, barrada por motivos ainda não muito bem explicados. O frete por conta própria não ajudou, e o chefe Lucio Cavuto prefere não repetir a tentativa por medo de se ver preso na mesma situação. A DHL deve tomar conta do envio das partes do trem de força da Motomatica para a Malásia

A Trulli nem andou nos testes na pré-temporada e ficou com o trem de força preso na alfândega de Pequim na primeira corrida da temporada. Mais do que isso, o pessoal do time de Jarno Trulli ainda não sabe se vai conseguir carregar suas coisas para Kuala Lumpur, de onde vai partir para Putrajaya e, com sorte, correr daqui a dois sábados.
 
Segundo o chefe da equipe, Lucio Cavuto, a Trulli optou por mandar por frete próprio – não a parceira oficial da F-E, a DHL. Apesar das caixas com os motores e inversores terem chegado duas semanas antes da corrida, além dos pedidos de socorro à DHL e ao chefe da China, nada feito. E nem há certeza, por enquanto, sobre a Malásia. 
 
"Entregamos nossos inversores e nossos motores por nosso próprio frete e não o da logística do campeonato, que é a DHL. O pacote chegou em 8 de outubro e desde 17 de outubro não conseguimos respostas sobre uma liberação do pessoal da alfândega. Então, perguntamos para a DHL se eles poderiam nos ajudar. Envolvemos a FEH e também o Steven Lu, da China, que nos ajudou muito. Na última quarta-feira recebemos um e-mail da DHL dizendo que tínhamos luz verde para o pacote", disse ao site americano 'Motorsport.com'.
 
"Recebemos outro e-mail na quinta de manhã dizendo que era uma luz vermelha e era um problema. Preenchemos todos os papéis e os pedidos da alfândega, mas a situação é que o caso ainda está na alfândega. O próximo passo que demos foi falar com  Alberto Longo, diretor-executivo-adjunto da FEH. Agora estamos tentando enviar de Pequim para Kuala Lumpur para a próxima corrida via DHL", seguiu.
Salvador Durán apertou mãos com Lucio Cavuto quando foi para a Trulli (Foto: Trulli)
"Esperamos que isso aconteça e eles entreguem, porque se nós tivemos que cuidar disso por nós mesmos, podemos ter os mesmos problemas", afirmou. 

Apesar das explicações, a razão do problema na alfândega ainda não foi abordada.

 
Além de apenas perder pontos e chances de aparecer com patrocinadores, a Trulli teme a perda do tempo de pista – algo que os motores desnevolvidos pela Motomatica ainda não tiveram. Especialmente levando em consideração que se trata de um trem de força desenvolvido em cinco meses.
 
"Com certeza vai afetar nosso desempenho, já que perdemos muito tempo de pista. A realidade é que entramos na F-E em julho de 2014, e todos os outros times estavam lá desde outubro antes disso. Você não pode alcançar os outros do nada. Tem que trabalhar e estamos trabalhando muito no nosso projeto", garantiu.
 
"Começamos a planejar desde novembro, mas só conseguimos a aprovação final da FIA no final de fevereiro, então nossos motores estavam na cabeça de nossos engenheiros. Só começamos a construir mesmo em março. Eu acredito que temos um dos melhores, tenho certeza. Nosso motor estava pronto em Mônaco e apresentamos à FIA", contou. 
 
"O inversor não é um trabalho fácil. Começamos em março e fizemos em cinco meses – você vai para qualquer companhia no mundo e pedir por um inversor de alta performance e vão pedir entre 12 e 13 meses pelo menos. Fizemos em cinco!", se vangloriou.
Jarno Trulli ainda guiando (Foto: Getty Images)
Cavuto ainda explicou de onde veio o maior problema de desempenho da Trulli no ano passado.
 
"Quando você termina na última posição, como fizemos no primeiro ano, você nunca está numa posição muito boa. É uma realidade. O desempenho não foi perfeito no ano passado, mas da parte de gerenciamento foi difícil porque tivemos só um mês para trabalhar antes da China ano passado. Então, para nós, as pessoas que escolhemos não eram as melhores no mercado. Temos um time muito melhor esse ano, uma estrutura melhor", garantiu.
 
"Ano passado, tivemos um problema grande de desempenho por causa de um sistema de resfriamento. Antes de recebermos os carros, o primeiro teste foi em Donington com a Drayson. Encontramos o radiador ligado ao motor e depois ao inversor. O inversor estava sendo 'comido'. É o coração do carro e precisa ser resfriado para ser eficiente", contou.
 
"Quando chegamos a Donington, nosso time copiou a Drayson e tínhamos quatro carros com esse erro dramático. Não dá para queimar sua temporada por causa disso. Só percebemos no verão, quando estávamos mudando o carro para a temporada e nosso mecânico brasileiro viu e perguntou se éramos loucos por estarmos resfriando primeiro o motor e não o inversor", encerrou.
 
Com ou sem a Trulli, o eP de Putrajaya dá sequência ao campeonato da F-E no dia 7 de novembro
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