Consultor define Red Bull como “purista”, descarta presença na FE e prevê: “Euforia vai acabar logo”

Enquanto montadoras se comprometem com a Fórmula E ao longo prazo, a Red Bull dá de ombros. Helmut Marko, consultor da equipe, vê o campeonato mais como “lance de marketing” do que um esporte, muito por causa dos carros “tão lentos”

O comprometimento da Red Bull com a Fórmula 1 não significa uma futura investida na Fórmula E. Helmut Marko, consultor da Red Bull, mostrou não ser um grande fã do campeonato elétrico, definido como um “ótimo lance de marketing”, mas não necessariamente atraente do ponto de vista esportivo.
 
“Nós somos puristas do automobilismo”, definiu Marko, entrevistado pelo ‘Motorsport.com’. “Por melhor que sejamos em marketing, para nós a Fórmula E é apenas uma desculpa da indústria automobilista para se afastar do escândalo do diesel [da Volkswagen em 2015]. No fim das contas, o diesel é o motor mais eficiente com sobras. No começo, os custos [da Fórmula E] eram de oito milhões. Agora já está acima de 20 milhões. Se as gigantes como Porsche e Mercedes entrarem, vai subir mais uma vez”, indicou.
 
A postura da Red Bull vai na contramão da adotada por montadoras. Audi, BMW, Nissan – anteriormente representada pela Renault –, Mercedes e Citroën são algumas das gigantes que já fincaram pé na FE. Apesar dos representantes de alto nível, os carros não escapam de ser considerados “lentos”.
As cores da Red Bull em um carro da FE? Parece que não vai acontecer (Foto: Pirelli)

“Os carros da FE são como carros de F3, mas com uma bateria de 400 kg”, disse Marko. “Não é uma questão de ser o piloto mais rápido, já que envolve administrar consumo de energia, muito mais do que na F1 ou qualquer outro campeonato. Eles são tão lentos. Só parece atrativo nesses circuitos de rua apertados. A grande vantagem é que a Fórmula E é um ótimo lance de marketing por estar no centro das cidades. Pergunte à namorada se ela quer ir até Spa ou até Nova York. Esse é o conceito básico da FE, ir direto às pessoas”, refletiu.
 
Além das críticas ao aspecto esportivo e às questões de marketing, Marko tem um outro motivo para não querer o envolvimento da Red Bull na FE: o campeonato, hoje em fase de pleno crescimento, não vai causar tanta euforia por muito tempo.
 
“Só um pode vencer. Quando os orçamentos chegarem na casa de 40 ou 50 milhões, ao menos uma [montadora] vai ficar em quinto ou sexto. Aí essa euforia vai acabar logo”, encerrou.
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