Da Costa conta com punição a Vergne e abre temporada com vitória em Ad Diriyah. Di Grassi é 9º

A abertura da quinta temporada foi acentuada no toque de aleatoriedade. Punições, formatos e mudanças que misturaram tudo diversas vezes, mas no final António Félix da Costa recebeu de volta a liderança e teve de protegê-la de Jean-Éric Vergne para dar à BMW a primeira vitória na FE

O eP de Ad Diriyah deste sábado (15) marcou a primeira corrida da nova fase da Fórmula E, sim, mas também uma das provas mais loucas da categoria. Punições por motivos misteriosos, modo de ataque sem especificações bem explicadas foram alguns exemplos. Mas mesmo assim, a disputa pela vitória foi divertida. António Félix da Costa largou na ponta, foi ultrapassado por Jean-Éric Vergne e não parecia ter força para se recuperar. Mas as circunstâncias da prova jogaram o alto do pódio de volta para o português e a BMW.

Na realidade, Da Costa não teve como resistir ao primeiro ataque de Vergne, ainda na metade inicial da prova. O francês tinha um ritmo fortíssimo e, após largar no quinto lugar, foi limpando o caminho até encontrar a BMW e ultrapassar sem dificuldades. Vergne abriu e parecia destinado a vencer a corrida sem dificuldades, até que foi punido – junto com outros cinco pilotos – por "improbidade técnica" não especificada, mas relacionada ao consumo de energia.
António Félix da Costa (Foto: BMW Andretti)

Vergne voltou na quarta colocação, mas José María López, que era o terceiro, acertou o muro ao errar a zona de ativação do modo de ataque pela terceira vez seguida. Safety-car que permitiu Da Costa e Vergne acionarem o modo de ataque. JEV superou Jérôme D'Ambrosio, que vinha na segunda colocação, mas não chegou ao português em tempo de executar um ataque bem-sucedido.

 
Da Costa venceu para uma estreia especial da BMW ao lado da Andretti e redenção própria: foram dois anos difíceis e quase quatro anos sem vencer na categoria, desde o eP de Buenos Aires de 10 de janeiro de 2015.

Mitch Evans, André Lotterer – que somou ainda a melhor volta -, Sébastien Buemi, Oliver Rowland, Daniel Abt, Lucas Di Grassi e Nelsinho Piquet fecharam o top-10. Felipe Massa, que fazia boa corrida até sofrer uma punição como a de Vergne, ficou com o 14º lugar. 

 
A FE agora vive o fim do ano e volta em 12 de janeiro, direto de Marrakech – na entrada de outro deserto. 
Jean-Éric Vergne (Foto: Techeetah)

Confira como foi o eP de Ad Diriyah:

Após o treino de classificação, a direção de prova confirmou a exclusão de todos os tempos de Tom Dillmann por dar mais voltas que o permitido e cancelou as voltas rápidas de Lucas Di Grassi, Sam Bird, Robin Frijns e Oliver Turvey por utilizarem mais que os 250 kw permitidos. Os cinco pilotos, então, caíram para as últimas posições antes da largada.

 
António Félix da Costa, o pole, teve dificuldades para acertar o carro no colchete. Errou no começo, deu ré e posicionou o bólido um tanto quanto torto, mas o bastante. Logo na largada, Sébastien Buemi deu o mergulho e limpou José María López para assumir o segundo lugar. Felipe Massa passou três inicialmente e deixou Daniel Abt pelo caminho ainda na volta de abertura para pular para décimo. 
Logo na segunda volta, Edoardo Mortara passou direto na curva de forma até parecida ao que aconteceu no treino livre. Apenas reforçando a sensação de que o problema é de freio. 
 
Assim que acabou a bandeira amarela de pista inteira, Jean-Éric Vergne ultrapassou Stoffel Vandoorne e começou a mostrar força. Logo quem ficou para trás foi López. Na frente, Buemi começava a se aproximar de Da Costa, ainda que de forma branda. E Vandoorne seguia perdendo ritmo e posições: depois de largar no quarto posto e ser ultrapassado por Vergne, ficou também para Jérôme D'Ambrosio e André Lotterer.
 
Com 34 minutos ainda restantes para o fim do tempo, Lotterer já deixara López para trás e atacava Vergne na pista. A tentativa durou pouco, porque logo o francês se separou e foi embora, enquanto Pechito encostava em Lotterer para tentar o troco. 
 
O modo de ataque estreou com o uso de Oliver Turvey e Tom Dillmann, depois de 12 minutos. Finalmente o novo formato começava a ser testado. 
 
E aí um novo problema. Felix Rosenqvist, que ultrapassara Gary Paffett e Nelsinho Piquet, parou na pista com problemas. Como era, ao menos até a segunda ordem, a única corrida do sueco na temporada, ele se despede da FE de forma melancólica. 
 
Vergne não estava nem aí. Cada vez mais rápido, posicionou o carro por fora da curva e por ali mesmo atacou e conseguiu tirar Buemi da frente para assumir o segundo lugar. Mais rápido na pista, partiu para a perseguição ao líder.
 
Diferentes pilotos iam acionando o modo de ataque, e as ultrapassagens iam se acumulando. Massa deixou Vandoorne para trás com estilo, bem como Lotterer fez com Buemi para colocar as duas DS Techeetah em posição de pódio. 
 
Com 20 minutos de corrida, Vergne alcançou Da Costa e logo partiu para dentro. Nada demorou até que o campeão vigente aparecesse na primeira colocação. Massa seguia bem na corrida. Recebeu o FanBoost – ao lado de Vandoorne, Lucas Di Grassi, Da Costa e Daniel Abt – e cravou a então volta mais rápida da prova num espaço de dois minutos. Na luta pela última vaga da pontuação, Oliver Rowland deixou Abt para trás. 
A disputa pelo quarto posto era forte. López, que havia perdido ritmo, recuperou e encostou em Buemi – com D'Ambrosio também se aproximando. López atacou a primeira vez: deu errado. Atacou a segunda: deu certo, mas o argentino não contornou bem a curva e acabou devolvendo a posição. Na terceira, sim, passou. E D'Ambrosio também tirou Buemi da frente. Logo o belga passou López e também Lotterer, ambas manobras limpas, para assumir o terceiro posto. 
 
No meio tempo, punições. Inclusive para os estreantes Massa, Gary Paffett e Alexander Sims e também Vergne e Lotterer por questões técnicas não especificadas. 
 
E então o drama de Pechito López: por duas voltas seguidas, tentou acionar o modo de ataque e errou. Resultado: acabou no muro. Safety-car na pista e fim de uma corrida de pódio para López. 
Quando a bandeira verde foi apontada, quase seis minutos depois, Da Costa era o líder e acionou o modo de ataque, bem como Vergne, que estava na terceira colocação após a punição. Entre os dois, D'Ambrosio. 
O ritmo do francês, entretanto, era absolutamente impressionante. A ultrapassagem para cima de D'Ambrosio era inevitável, mas atacar Da Costa seria mais complicado. Em alta velocidade, o português conseguiu controlar a distância com a qual Vergne chegava e fez com que a aproximação real fosse apenas na última volta. 
 
Mais um pouquinho de força, e vitória do português. Uma redenção após anos bastante complicados na Andretti, além de um excelente começo da BMW.

Fórmula E, Temporada 2018/19, ep da Arábia Saudita, Classificação Final:

1 ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA POR BMW 33 voltas  
2 JEAN-ÉRIC VERGNE FRA TECHEETAH DS +0.462  
3 JÉRÔME D'AMBROSIO BEL MAHINDRA +4.033  
4 MITCH EVANS NZL JAGUAR +5.383  
5 ANDRÉ LOTTERER ALE TECHEETAH DS +5.579  
6 SÉBASTIEN BUEMI SUI NISSAN +6.625  
7 OLIVER ROWLAND ING NISSAN +9.105  
8 DANIEL ABT ALE AUDI +9.819  
9 LUCAS DI GRASSI BRA AUDI +10.936  
10 NELSINHO PIQUET BRA JAGUAR +11.564  
11 SAM BIRD ING VIRGIN AUDI +11.747  
12 ROBIN FRIJNS HOL VIRGIN AUDI +12.189  
13 OLIVER TURVEY ING NIO +13.104  
14 FELIPE MASSA BRA VENTURI +13.610  
15 TOM DILLMANN FRA NIO +14.273  
16 MAXIMILIAN GÜNTHER ALE DRAGON PENSKE +16.161  
17 STOFFEL VANDOORNE BEL HWA VENTURI +20.013  
18 ALEXANDER SIMS ING BMW +47.712  
19 EDOARDO MORTARA SUI VENTURI +1 volta  
20 JOSÉ MARÍA LÓPEZ ARG DRAGON PENSKE +8 voltas NC
21 GARY PAFFETT ING HWA VENTURI +24 voltas NC
22 FELIX ROSENQVIST SUE MAHINDRA +25 voltas NC
 

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