Chegou ao fim. O campeonato estava fadado a terminar neste domingo (9) de grande ação no esporte a motor internacional, com Brad Binder levando à KTM a primeira vitória na MotoGP e Max Verstappen furando a Mercedes na Fórmula 1. Na Fórmula E, nenhuma surpresa, mas a definição. António Félix da Costa fez a cama para fechar tudo hoje, e foi exatamente o que aconteceu. O português é campeão.
Foi com o segundo lugar. A vitória ficou com o companheiro, Jean-Éric Vergne. O português até chegou a liderar, mas o francês retomou. No dia da volta do então bicampeão vigente às vitórias, a Fórmula E saúda um novo conquistador.
A terceira colocação ficou com a Nissan, mas após uma troca de vagas. Sébastien Buemi ficou adormecido durante toda a prova, mas ultrapassou o companheiro Oliver Rowland no fim e voltou ao pódio. Nyck de Vries ainda terminou em quarto, com Rowland em quinto.
Lucas Di Grassi voltou a viver corrida normal para ele: saiu de posição de largada complicada para escalar o pelotão e marcar pontos: foi o sexto. Mitch Evans, André Lotterer, Alex Lynn e Felipe Massa, de volta aos pontos, fecharam o top-10. O melhor giro da prova foi de Sam Bird, mas, como terminou na 11ª colocação, fica sem o ponto. O tento extra vai para… Sim, Da Costa, dono da melhor volta entre os que terminaram a corrida na zona de pontuação.
O vice-líder do campeonato e piloto melhor posicionado para evitar o título ainda no domingo, Maximilian Günther, largou no fundo do grid e bateu de forma confusa logo na largada, abandonando a corrida.
Apesar do fim da briga pelo título, o campeonato volta à pista para a terceira rodada dupla no Tempelhof na próxima quarta-feira.
Confira como foi a corrida:
Antes da largada da quarta corrida no Aeroporto de Tempelhof, a notícia de que Robin Frijns não largaria por conta de problemas na bateria McLaren do carro da Virgin. Desta maneira, apenas 23 competidores partiam para a luz verde.
A largada parecia se desenrolar sem grandes mergulhos até que o vice-líder do campeonato, Maximilian Günther, errou no contorno da segunda curva e subiu na asa traseira direita de Oliver Turvey. Fim de prova para Günther, facilitando ainda mais o título de António Félix da Costa. Safety-car na pista.
Na frente, Alex Lynn passava Felipe Massa, enquanto Sérgio Sette Câmara tomava a penúltima posição de Daniel Abt. Da Costa largou com o maior cuidado do mundo e apenas circundou Jean-Éric Vergne, que mantinha a ponta.
Após rápida interferência do safety-car, corrida de volta e Mitch Evans passava René Rast, mas Rast buscou o modo ataque e devolveu, ainda tirando Massa da frente. Eis que, entretanto, a chuva aparecia. E aparecia para valer.
Da Costa tomava cuidado. Com chuva e Oliver Rowland de modo ataque acionado, caiu para terceiro. Mas durou pouco. Assim que acionou a velocidade extra, limpou Rowland e partiu para uma ultrapassagem um tanto quanto tranquila contra o companheiro de equipe e a liderança.
Rast perdia ritmo e posições, ficando atrás de Massa, Evans e Lucas Di Grassi. Em seguida, levou um passão estiloso de Jérôme D’Ambrosio que fez o alemão reclamar no rádio. Segundo ele, foi jogado para o muro. Vida que segue.
Na abertura da 20ª volta, Da Costa tinha 0s3 de dianteira para Vergne, que mantinha 0s7 para Rowland. O resultado do FanBoost também saía: Da Costa, Stoffel Vandoorne, Daniel Abt, Di Grassi e Günther era os agraciados. Ainda na disputa pelo pódio, Nyck de Vries recebia bandeira preta e branca por dançar na pista enquanto se defendia no pelotão.
Enquanto os cinco primeiros lugares se mantinham, Di Grassi crescia: passava por Lynn, Evans e Massa para alcançar o sexto lugar. Excelente na disputa pelo vice-campeonato, mas longe de evitar o que já surgia inevitável.
Tinha disputa pela vitória, contudo: Vergne deu o troco em Da Costa com a mesma facilidade, na volta 29, sem resistência, e partiu para a liderança. Rowland seguia próximo, ainda nutrindo chance de um ataque tardio.
Bem lá atrás, Sette Câmara aparecia na frente do companheiro Nico Müller – o suíço passaria de volta antes do fim. Atrás dos dois, somente Turvey, afetado desde a batida do começo – na qual, diga-se, foi inocente.
Falando em brigas internas, Sébastien Buemi superou Rowland pelo terceiro lugar e partiu ele, não o companheiro, para atacar o virtual campeão Da Costa. A chuva começava a aparecer novamente, ainda que leve no contexto geral. Buemi tentou se engraçar para cima de Da Costa, mas respeitou o momento. O português não venceu, foi segundo, atrás de Vergne, mas saiu do carro campeão.
Fórmula E 2020, eP de Berlim, Alemanha, Corrida 4, Resultado Final:
1 | J.E VERGNE | DS Techeetah | 37 voltas | |
2 | A.F DA COSTA | DS Techeetah | +0.497 | |
3 | S BUEMI | Nissan | +1.392 | |
4 | N DE VRIES | Mercedes | +3.791 | |
5 | O ROWLAND | Nissan | +5.018 | |
6 | L DI GRASSI | Audi | +9.805 | |
7 | M EVANS | Jaguar | +14.814 | |
8 | A LOTTERER | Porsche | +15.755 | |
9 | A LYNN | Mahindra | +21.001 | |
10 | F MASSA | Venturi Mercedes | +22.809 | |
11 | S BIRD | Virgin Audi | +22.911 | |
12 | S VANDOORNE | Mercedes | +23.388 | |
13 | A SIMS | BMW | +23.575 | |
14 | E MORTARA | Venturi Mercedes | +23.889 | |
15 | J D’AMBROSIO | Mahindra | +23.914 | |
16 | R RAST | Audi | +24.381 | |
17 | J CALADO | Jaguar | +26.600 | |
18 | D ABT | NIO | +29.121 | |
19 | N JANI | Porsche | +29.527 | |
20 | N MÜLLER | Dragon Penske | +34.431 | |
21 | S. SETTE CÂMARA | Dragon Penske | +36.315 | |
22 | O TURVEY | NIO | +1:01.473 | |
23 | M GÜNTHER | BMW | +37 voltas | NC |
24 | R FRIJNS | Virgin Audi | DSQ |