Envolto em expectativa, Pit Boost enfim estreia na Fórmula E durante eP de Jedá
Pit Boost estreia finalmente na Fórmula E, após longa espera de mais de dois anos, no fim de semana do eP de Jedá, na Arábia Saudita
A Fórmula E chegou para a temporada 2024/25, 11ª da trajetória da categoria, com uma grande pergunta pairando sobre o ar: seria finalmente esse o ano em que o tão esperado Pit Boost estrearia? Foram, afinal, duas temporadas que chegaram e terminaram à espera da inovação, retida num período de desenvolvimento muito maior do que o campeonato esperava. Eis que a resolução, enfim, veio em forma de resposta. Demorou, mas a hora está aqui: no eP de Jedá, na Arábia Saudita, terceira das 16 etapas do campeonato mundial, a nova tecnologia enxerga a luz do dia.
O GRANDE PRÊMIO, então, faz um apanhado de como compreender a novidade, que chegou a respirar por aparelhos após a longa espera. O Pit Boost é um recurso inovador e, agora, obrigatório no meio da corrida para que os Gen3 Evo — monopostos vigentes na categoria desde a temporada 2023 — recebam carga extra durante as provas. Os pilotos terão de ir ao pit-lane uma vez, obrigatoriamente, e fazer carga de 30s, que vai gerar duas ativações de potência extra ao longo da prova e impulsionar o carro de 300 kW para 350 kW, potência de classificação.
O plano é usar a tecnologia apenas nas rodadas duplas, sempre em apenas uma das corridas do fim de semana — assim, portanto, criando variações estratégicas que, nos planos da categoria, impedirão equipes e pilotos de permaneceram em zona de conforto durante um evento com duas corridas no mesmo local. As definições exatas serão informadas pela Fórmula E a cada etapa, sempre com pelo menos 21 dias de antecedência, segundo o artigo 37.4 do regulamento esportivo. Nesta primeira aparição do novo formato, a corrida com protagonismo do Pit Boost será a primeira, marcada para a sexta-feira, 14 de fevereiro.
Outro fator importante aqui é que cada equipe receberá da Fórmula E apenas um totem de carregamento, o que é impede uma carga dupla e força os times a chamarem os pilotos em momentos diferentes. A medida visa fazer com que os times arrisquem e ousem na escolha dos momentos das paradas, invertendo momentos para cada um de seus dois carros.

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Além de existir apenas um totem de carregamento para cada equipe, haverá uma limitação de pessoal de dois mecânicos e um terceiro membro da equipe dos boxes para segurar o pirulito ‘stop-go’ durante as paradas. Quando um piloto estiver dentro da janela de recarga determinada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), o protocolo é ir ao pit-lane e parar completamente do lado de fora de sua garagem, dentro da área delimitada. Neste fim de semana, os pilotos poderão entrar quando suas baterias estiverem abaixo de 60% e acima de 40% da carga total.
Assim que o carro estiver completamente parado em sua posição de pit-stop definida pela FIA, sem pneus fora das linhas brancas, a energia adicional de 10% — 3,85 kWh neste eP de Jedá, mas o valor será definido para cada etapa de acordo com as medições da FIA — poderá ser adicionada aos bólidos durante os 30s, a 600 kW. O carro, então, pode ser liberado se for seguro. Todo o processo precisa levar um tempo mínimo de 34s, com 30s dedicados exclusivamente à recarga.
Os pit-stops serão monitorados pela FIA e informados aos comissários se o processo não for feito dentro das diretrizes fornecidas a todas as equipes. Caso alguma parte do equipamento apresente problemas técnicos, dois totens de carregamento reservas estão disponíveis e localizados na garagem da entidade. Esses itens podem ser usados, mas apenas com autorização expressa do diretor de prova.

Embora não haja pit-stop obrigatório na Fórmula E desde a aposentadoria da Gen1, a primeira geração de carros do campeonato, ao fim da jornada 2017/18, as idas aos boxes não são proibidas. Pilotos e equipes lançam mão do subterfúgio caso tenham algum grave problema no carro — e é algo que sempre está a perigo de acontecer durante uma corrida. Dá para mexer nos carros, então, durante a parada para utilizar o Pit Boost?
A definição de FIA e Fórmula E é que as equipes podem, sim, mexer no carro durante uma parada para Pit Boost, mas só após a conclusão da injeção de potência e do totem de carregamento ter sido desconectado do carro. O trabalho no bólido, desta forma, está permitido durante a janela da parada e também está englobado dentro do tempo mínimo de pit-stop (34s).
As equipes também poderão contar com auxílio de outros membros do time de mecânicos para as trocas, além dos três profissionais que farão o Pit Boost. Se um piloto tiver sofrido uma penalidade de tempo de 5s ou 10s, elas devem ser cumpridas antes da recarga obrigatória e não estão englobadas no tempo mínimo de parada.

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E o Modo Ataque?
Sim. O Moto Ataque continua ativo e obrigatório durante as corridas da Fórmula E, mas com uma diferença importante: a partir de agora, a ativação do já tradicional aumento de potência poderá ser feito a partir da terceira volta. Na primeira formatação do Pit Boost, quando ainda era chamado de Attack Charge, o plano era impedir que o Modo Ataque fosse ativado antes da parada obrigatória. A categoria, no entanto, retrocedeu e manteve a mesma regra das outras corridas.
Parte da categoria desde 2018, o recurso permite que os pilotos ganhem 50 kW extras de potência para levá-los a 350 kW e tração integral por um tempo limitado durante a corrida. É algo que maximiza a aceleração e o controle, abrindo caminho para mais ultrapassagens e criando uma janela de estratégia que pode misturar ainda mais a ordem de forças durante a prova. Todos os pilotos têm de acionar o Modo Ataque duas vezes por corrida, somando oito minutos que podem ser divididos como dois acionamentos de quatro minutos ou um de dois e outra de seis. A Fórmula E pode alterar esse total a cada etapa.
Nesta temporada 2024/25, com a inclusão da tração integral nos carros Gen3 Evo, o Modo Ataque voltou a se apresentar altamente dominante. Nas duas corridas do campeonato até aqui, esteve evidente que, com o Modo Ataque acionado, pilotos passam a ter carro implacável frente aos adversários em nível normal de potência.
A Fórmula E estreia na pista de Jedá, que substitui a antiga casa no país, Diriyah, com evento realizado entre os dias 13 e 15 de fevereiro. O primeiro evento do fim de semana, na quinta-feira (13), é o TL0, treino apenas com novatos, marcado para as 11h40 (de Brasília, GMT-3), antes do TL1 às 14h45. Na sexta-feira (14), o dia começa com o TL2, marcado para as 6h45; a classificação define o grid de largada a partir das 8h50; a largada, por sua vez, tem transmissão abrindo às 13h. Os horários da sexta se repetem no sábado (15): 6h45, 8h50 e 13h. O GRANDE PRÊMIO faz cobertura completa do evento e transmite todas as atividades AO VIVO e COM IMAGENS pelo YouTube.

