Vergne bate Cassidy em final espetacular e fatura primeiro eP de Hyderabad da Fórmula E

Após anos de desejo mútuo, a Fórmula E correu pela primeira vez em sua história na Índia neste sábado (11), e o bicampeão Jean-Èric Vergne foi o responsável por cravar a primeira vitória da categoria no eP de Hyderabad, em um final espetacular que garantiu à DS Penske seu triunfo inaugural na FE. Nick Cassidy ficou em segundo com a Envision, enquanto António Félix da Costa completou o pódio pela Porsche.

Se o fim de semana em Diriyah enfim trouxe empolgação à temporada 2022/2023 da Fórmula E, a primeira corrida da categoria na Índia não ficou atrás. Absurdamente movimentada, a disputa teve um choque bizarro entre os dois carros da Jaguar e uma disputa insana até o fim, com Vergne cruzando a linha de chegada absolutamente sem bateria.

Sérgio Sette Câmara, com uma ótima quinta colocação com a NIO, garantiu seus primeiros pontos no campeonato após largar em 15º, enquanto Lucas Di Grassi fez boa corrida de recuperação e terminou no top-10, mas despencou no grid após ser punido por desrespeitar os limites de pista e finalizou em 14º.

A Fórmula E volta a correr ainda no mês de fevereiro, e com mais uma estreia pela frente. No dia 25, equipes e pilotos aquecem os motores para o eP da Cidade do Cabo, com a corrida prevista para as 11h (horário de Brasília).

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Confira como foi o eP de Hyderabad:

Mitch Evans conseguiu manter a dianteira na largada e se defendeu do ataque de Jean-Èric Vergne, enquanto todos os demais pilotos se mantiveram intactos nas primeiras curvas, sem incidentes. Ainda na primeira volta, Nick Cassidy atacou Sam Bird e tomou a sexta posição do britânico.

No segundo giro da corrida, Edoardo Mortara perdeu o ponto de frenagem e atingiu a Envision de Cassidy com força. Devido ao impacto, o suíço sofreu com danos na asa dianteira de sua Maserati e começou a perder diversas posições no grid.

Na abertura da terceira volta, o top-10 tinha Mitch Evans, Jean-Èric Vergne, Sébastien Buemi, Sacha Fenestraz, Maximilian Günther, Nick Cassidy, Sam Bird, René Rast, António Félix da Costa e Oliver Rowland, nessa ordem.

Sob o forte calor indiano, os pilotos gerenciavam a energia de seus carros nas primeiras voltas de corrida, já que o uso exagerado da bateria poderia levar a um superaquecimento. Stoffel Vandoorne, Jake Hughes e Nico Müller abriram os trabalhos do modo ataque na quinta volta, cada um optando por uma estratégia diferente: 3min para o belga, 2min para o britânico e 1min para o suíço.

Enquanto a asa dianteira de Mortara permanecia na pista, o suíço se arrastava no fundo do pelotão com a Maserati, que inexplicavelmente não chamava o piloto para os boxes. Àquela altura, Edoardo tinha 45s de desvantagem para o penúltimo colocado, Müller.

No momento em que Evans ativou o modo ataque pela primeira vez, na sétima volta, a experiência de Buemi falou mais alto: o suíço aproveitou uma cochilada de Vergne e tomou a ponta do francês, que ainda precisou se defender de Fenestraz. O piloto da Nissan, por sua vez, perdeu a terceira colocação para Mitch — que aproveitava a potência extra para tentar retomar a liderança.

Na volta 9, Buemi ativou o modo ataque e deixou a liderança cair no colo de Vergne — mas defendeu o segundo lugar com sucesso de Evans. No giro seguinte, quando Jean-Èric também ativou o modo de ataque, Mitch teve a oportunidade de tomar a segunda colocação — porém, mais uma vez, não conseguiu.

Um pouco mais atrás, a briga pelo quarto lugar era ferrenha: Fenestraz ativou o modo ataque e conseguiu segurar a posição, mas Bird e Günther faziam forte pressão sobre o novato francês. Enquanto isso, Buemi marcava a volta mais rápida da corrida, com 1min15s460, e começava a criar vantagem em relação a Vergne.

Na volta 13, o inacreditável aconteceu: Sam Bird tentou ultrapassar Fenestraz e se chocou violentamente com Mitch Evans, justamente seu companheiro de Jaguar. Com o impacto, os dois foram parar fora do traçado e ainda levaram Fenestraz e Günther, que despencaram no pelotão.

Cassidy tomou o terceiro lugar, com Rast, Dennis, Rowland, Nato, Da Costa, Vandoorne e Sérgio Sette Câmara completando o top-10. A briga se formou de vez entre os primeiros colocados quando Buemi ativou o modo ataque, perdendo a posição para o companheiro Cassidy e atrapalhando Rast — que também foi em direção ao traçado externo.

Na volta 16, foi a vez de Cassidy ativar o modo ataque e perder o segundo lugar para Dennis. Rapidamente, entretanto, o piloto da Envision retomou a posição e se manteve 1s atrás do líder Vergne.

Com o modo ataque ativado, Dennis partiu para cima de Buemi com tudo para tomar o terceiro lugar e quase se chocou com o suíço, que manteve a posição. Cumprindo o plano de gerenciamento de energia à risca, Cassidy passou a se aproximar perigosamente de Vergne na volta 21 e abriu boa distância em relação ao companheiro de Envision, 2s3 atrás.

Buscando manter os 100% de aproveitamento nos top-10 da temporada, Jake Hughes viu seu sonho chegar ao fim na volta 23, quando perdeu o controle do carro sozinho e atingiu o muro de proteção do circuito indiano. Com isso, a direção de prova optou pela entrada do safety-car na pista.

O top-10, naquele momento, tinha uma configuração bem diferente do início da corrida: Vergne, Cassidy, Buemi, Dennis, Rast, Rowland, Da Costa, Vandoorne, Wehrlein e Lucas Di Grassi, o dono da volta mais rápida da corrida até então: 1min14s757.

Quando o safety-car deixou o traçado, uma nova confusão se formou: Rast atingiu a traseira da Andretti de Dennis no primeiro hairpin e destruiu a dianteira da McLaren. O britânico, com o carro danificado, também recolheu para os boxes e despencou no grid.

Em um final de tirar o fôlego, Vergne e Cassidy passaram a trocar golpes pela liderança, e o francês fazia de tudo para segurar o rival — que tinha seu companheiro de Envision, Buemi, colado atrás. Fazendo a festa da torcida indiana, Di Grassi aproveitava o caos para galgar posições no pelotão e já aparecia em oitavo, longe de incidentes.

Na 29ª volta da corrida, Vergne foi advertido pela direção de prova sobre desrespeitar os limites de pista e recebeu uma bandeira preta e branca. Neste momento, o francês tinha 3% de energia a menos do que o vice-líder Cassidy e segurava a ponta de todas as formas possíveis.

Oliver Rowland tentou um movimento ousado para cima de Buemi na volta seguinte e quase foi espremido no muro pelo suíço, que manteve o terceiro lugar e levou Da Costa consigo. Mais atrás, Sette Câmara também entrou no top-10 e andava logo atrás de Di Grassi, na nona colocação.

Nos últimos suspiros da disputa, a direção de prova resolveu distribuir punições: Jake Dennis, Lucas Di Grassi e Stoffel Vandoorne foram punidos em 5s cada por desrespeitarem os limites de pista, e Sébastien Buemi levou um drive-through — convertido em 17s — por ultrapassar o limite de energia permitido.

Na última volta, Cassidy abandonou o gerenciamento de energia e pisou fundo atrás de Vergne, que tinha 4% de bateria a menos. Em um final espetacular, a energia do francês acabou em cima da linha, e Nick precisou se contentar com o segundo lugar — e com 2% de bateria ainda restantes no carro. Com a distribuição de punições, António Félix da Costa assegurou o terceiro lugar para a Porsche, que ainda comemorou a quarta colocação de Pascal Wehrlein.

Fórmula E 2022/2023, 4ª Etapa, eP de Hyderabad:

1	J.E VERGNE	DS Penske	33 voltas
2	N CASSIDY	Envision	+0.400
3	A.F DA COSTA	Porsche	+1.859
4	P WEHRLEIN	Porsche	+2.855
5	S. SETTE CÂMARA	NIO	+3.523
6	O ROWLAND	Mahindra	+7.138
7	N NATO	Nissan	+7.318
8	S VANDOORNE	DS Penske	+7.564
9	A LOTTERER	Andretti	+8.703
10	E MORTARA	Maserati	+9.073
11	N MÜLLER	Abt Cupra	+10.622
12	S FENESTRAZ	Nissan	+11.635
13	M GÜNTHER	Maserati	+15.446
14	L DI GRASSI	Mahindra	+15.999
15	S BUEMI	Envision	+17.735
16	J DENNIS	Andretti	+1:10.562
17	R RAST	McLaren	NC
18	J HUGHES	McLaren	NC
19	S BIRD	Jaguar	NC
20	D TICKTUM	NIO	NC
21	M EVANS	Jaguar	NC
22	K VAN DER LINDE	Abt Cupra	NC

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