Evans toma ponta no início, vence primeiro eP de Seul da Fórmula E e mantém chama acesa
Mitch Evans fez uma largada espetacular em Seul, subiu do terceiro ao primeiro lugar na segunda curva e segurou ponta até o fim para manter chances de título vivas na última corrida da temporada
A briga pelo título da Fórmula E seguirá viva até a última corrida da temporada. Neste sábado (13), na abertura da última etapa do ano, em Seul, Mitch Evans fez uma largada de quem ainda crê em levantar a taça e saiu do terceiro lugar para a ponta em apenas duas curvas. A partir daí, segurou o ritmo da disputa e não perdeu mais a liderança para assegurar sua quarta vitória em 2022 — melhor marca do grid — e manter a briga viva até o final.
Além do piloto da Jaguar, o pódio foi completado por Oliver Rowland, que levou a Mahindra ao seu primeiro top-3 da temporada após garantir a pole, e Lucas Di Grassi — futuro companheiro do britânico na equipe indiana — no terceiro lugar. Líder do campeonato, Stoffel Vandoorne terminou em quinto e deixou a vantagem para a última corrida em 21 pontos, um cenário ainda bastante confortável.
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Assim como na classificação, a corrida trouxe um desafio adicional para os pilotos da Fórmula E com a água que se acumulou ao longo do traçado, aliada à falta de aderência de um asfalto recentemente reformado para receber a categoria. Com isso, um acidente bizarro foi registrado logo na primeira volta: oito carros aquaplanaram no mesmo ponto e foram diretamente no muro, causando uma bandeira vermelha com menos de dois minutos de prova.
O fim de semana da Fórmula E em Seul ainda tem três atividades pela frente até o encerramento oficial da temporada: ainda neste sábado, o terceiro treino livre acontece às 21h30 (horário de Brasília) e a classificação para a corrida 2 está prevista para as 23h40.
A largada para a última prova do ano, por sua vez, acontece às 4h — já invadindo a madrugada de domingo. Enquanto o TL3 poderá ser acompanhado no canal da categoria no YouTube, as demais sessões terão transmissão ao vivo da TV Cultura e do SporTV 3, além da cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.
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Confira como foi o eP de Seul 1:
Sem chuva, mas com a pista bastante molhada e os carros passando normalmente no trânsito logo ao lado do circuito, a largada teve um Mitch Evans extremamente agressivo, com um início espetacular para tomar a ponta logo na segunda curva. Logo na saída, colocou de lado para cima de Oliver Rowland — que largou muito mal — e assumiu o segundo lugar, antes de atacar Lucas Di Grassi pela ponta em seguida.
A visibilidade dos pilotos no meio do pelotão era claramente prejudicada pela água na pista, que criava trechos de spray ao longo de todo o circuito. Várias disputas se formaram neste momento, quando um acidente de proporções gigantescas que envolveu vários carros gerou a paralisação imediata da corrida. Pelo menos oito pilotos perderam a direção ao passarem por uma poça no mesmo ponto e foram de forma sequencial no muro de proteção.
A cena foi realmente chocante, com os carros de Sébastien Buemi, Dan Ticktum, Nick Cassidy, Nyck De Vries, Norman Nato, Oliver Turvey, André Lotterer e Oliver Askew empilhados no muro. O suíço da Nissan, inclusive, estava inteiramente sobre o carro do atual campeão — Nyck chegou a agradecer pela existência do halo, que pode ter sido vital para evitar uma tragédia.
No momento em que a bandeira vermelha foi acionada, o top-10 tinha a seguinte ordem: Mitch Evans, Oliver Rowland, Lucas Di Grassi, Jake Dennis, Edoardo Mortara, Jean-Èric Vergne, Stoffel Vandoorne, Pascal Wehrlein, Sérgio Sette Câmara e Antonio Giovinazzi. Com esse resultado, a diferença de Evans para o líder Vandoorne caía para 17 pontos.
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Quando a direção de prova enfim liberou a relargada — que ocorreu atrás do safety-car —, apenas dois carros dos envolvidos no acidente voltaram para a corrida: Nato e Cassidy. Todos os outros seis abandonaram. Os dois tiveram que dar uma volta a mais pelo circuito, já que não conseguiram completar o primeiro giro, e realinharam no fundo do grid enquanto os demais rivais aguardavam no pit-lane.
O carro de segurança deixou a pista e os pilotos foram liberados para a corrida com 41 minutos restantes no cronômetro, e Giovinazzi imediatamente atacou o companheiro Sette Câmara pela nona posição. Vergne também tentou pressionar Mortara, mas quem se deu bem foi seu companheiro de equipe: António Félix da Costa também foi para cima do brasileiro da Dragon e assumiu o décimo lugar.
Os postulantes ao título mantiveram suas posições na largada, com Evans em primeiro, Mortara em quinto e Vandoorne em sétimo. No entanto, o suíço escapou na terceira volta ao ser tocado por Vergne e precisou retornar ao traçado, perdendo duas posições — Vandoorne aproveitou o embalo e também deixou o concorrente para trás.
Enquanto Sette Câmara tentava retornar ao top-10 e brigava com Robin Frijns pelo 11º lugar, Jake Dennis inaugurou o modo ataque, que na corrida deste sábado teve duas ativações obrigatórias de quatro minutos cada. Neste momento, a direção de prova anunciou uma punição de 5s a Mortara por mudar repetidamente de direção à frente de Vergne — o que teria causado o toque entre os dois — e praticamente sepultou as chances de título do piloto da Venturi.
Na sexta volta, Rowland, Di Grassi, Vandoorne, Wehrlein e Günther também foram em direção ao modo de ataque, que em Seul ficou situado em uma das retas — exigindo uma perda menor no tempo de volta para os pilotos. O alemão tentou usar a potência extra para atacar o sétimo lugar de Mortara, mas viu o suíço defender a posição de todas as formas possíveis.
Evans também foi em direção ao modo de ataque na volta seguinte — e quase tocou o muro. Ainda assim, saiu confortavelmente à frente do segundo colocado Rowland, que sustentava a pressão de Di Grassi. Além dos três primeiros, o top-10 ainda tinha Dennis, Vergne, Vandoorne, Mortara, Wehrlein, Da Costa e Frijns.
Em sua despedida da Fórmula E, Alexander Sims tentou atacar Giovinazzi pela 13ª colocação e acertou a traseira do italiano, fazendo o piloto da Dragon rodar no meio da pista e perder duas posições: para o próprio britânico e Nick Cassidy, que também passava no momento. O piloto da Mahindra, inclusive, conseguiu marcar a volta mais rápida da corrida na volta 11, com o modo de ataque ativado e o tempo de 1min28s650 — logo em seguida, foi punido em 5s pelo toque no ex-F1.
Vandoorne, que tentava se manter longe de incidentes e andava de maneira confortável em sexto, passou a ser atacado por Mortara na 12ª volta e fez todo o possível para manter a posição. O belga apertou o ritmo para escapar da pressão do suíço e logo tomou o quinto lugar de Vergne, que passou a ser pressionado pela Venturi.
Enquanto Vandoorne lutava para somar pontos e ao mesmo tempo terminar a corrida intacto, Evans abria quase 3s de vantagem para Rowland na volta 17, quando restavam pouco mais de 16 minutos e uma volta para o encerramento da penúltima corrida do ano. Com o quinto lugar do piloto da Mercedes e a liderança do rival da Jaguar — que ainda tinha a volta mais rápida —, a diferença entre líder e vice-líder no campeonato era de 20 pontos neste momento.
Mortara, por sua vez, daria adeus de vez às chances pelo campeonato: passou a sentir problemas no carro a partir da 20ª volta e nem conseguiu chegar nos boxes, recolhendo o carro em uma das zonas de escape para abandonar a corrida de forma melancólica. Sem potência, Giovinazzi foi outro a seguir o caminho dos boxes.
O pelotão passou a apresentar poucas disputas na reta final da corrida, com Evans confortavelmente na liderança e Vandoorne ainda mais preocupado em terminar a corrida de forma segura e levar os dez pontos da quinta colocação para casa. No fundo do grid, Sims completou uma corrida cheia de trapalhadas com a cereja do bolo: atingiu o muro de proteção na curva 10 foi o oitavo carro a abandonar.
O acidente do britânico da Mahindra gerou a ativação de uma bandeira amarela no circuito, que logo foi convertida em um safety-car. Como já não havia mais tempo no cronômetro para realizar a relargada, a corrida foi encerrada com o carro de segurança na pista e sem novas disputas por posição. Com isso, Evans assegurou sua quarta vitória na temporada e viu a diferença para a última prova do ano ficar em 21 pontos, já que Dennis tomou o tento extra da volta mais rápida.
Fórmula E 2021/2022, eP de Seul 1:
1 | M EVANS | Jaguar | 30 voltas |
2 | O ROWLAND | Mahindra | +0.820 |
3 | L DI GRASSI | Venturi Mercedes | +1.393 |
4 | J DENNIS | Andretti | +1.902 |
5 | S VANDOORNE | Mercedes | +2.470 |
6 | J.E VERGNE | DS Techeetah | +3.957 |
7 | P WEHRLEIN | Porsche | +4.149 |
8 | R FRIJNS | Envision | +4.508 |
9 | A.F DA COSTA | DS Techeetah | +4.970 |
10 | N CASSIDY | Envision | +5.325 |
11 | M GÜNTHER | Nissan | +5.610 |
12 | S. SETTE CÂMARA | Dragon Penske | +6.121 |
13 | N NATO | Jaguar | +57.545 |
14 | A SIMS | Mahindra | NC |
15 | A GIOVINAZZI | Dragon Penske | NC |
16 | E MORTARA | Venturi Mercedes | NC |
17 | D TICKTUM | NIO | NC |
18 | S BUEMI | Nissan | NC |
19 | N DE VRIES | Mercedes | NC |
20 | O TURVEY | NIO | NC |
21 | A LOTTERER | Porsche | NC |
22 | O ASKEW | Andretti | NC |