Pacotes aerodinâmicos e energia sem fim: Fórmula E lança edital para Gen4 de 2026
A Fórmula E lançou seu primeiro edital para a quarta geração de carros e, além do aumento de energia e possíveis mudanças nos pneus, a categoria planeja uma nova maneira de configurar a aerodinâmica dos monopostos a partir de 2026
Vivendo a primeira temporada dos carros de terceira geração em 2023, a Fórmula E já se planeja para o futuro e lançou, nesta quarta-feira (7), seu primeiro edital com os requerimentos para a nova fase, denominada por enquanto de “Gen4“. O período dos novos carros compreende o intervalo entre 2026 e 2030, e um dos planos é melhorar a aerodinâmica dos monopostos — além, é claro, do aumento de potência.
Entre tantas mudanças programadas, as alterações na aerodinâmica dos carros chamam atenção. A intenção da Fórmula E é criar tipos diferentes de ‘kits’ aerodinâmicos, algo parecido com o que é feito na Indy — que alterna seus pacotes em circuitos ovais e mistos —, permitindo que as equipes se adaptem de maneira específica a cada tipo de pista.
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O aumento de potência, de 350 kW para 600 kW, envolve também uma mudança profunda no motor. O objetivo da categoria é fazer com que o trem de força dianteiro, que atualmente serve apenas para regenerar energia, passe a ser produzido pelas próprias equipes fornecedoras do grid — atualmente, Jaguar, Porsche, Nissan, DS, NIO e Mahindra.
Apesar dos 700 kW no total, não é esperado — pelo menos até o momento — que as duas partes funcionem com o total de suas capacidades simultaneamente.
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Outro fator que deve trazer alterações é o modo de ataque. Como o edital prevê a manutenção dos 600 kW de potência ao passar pelo traçado externo, não ficou claro como o artifício será usado a partir de 2026. Uma das indicações, porém, é de que a mudança ao passar pelo trecho seja feita na parte aerodinâmica, não no motor.
Assim, é possível que os novos carros apresentem peças móveis, como o DRS da Fórmula 1, que seriam ativadas no momento da passagem pelo modo de ataque. Porém, ainda não há uma confirmação sobre isso, e a Fórmula E ainda passará por pelo menos outros três editais até a homologação final do carro.
Algumas especificações do edital, no entanto, ainda não estão completamente claras e deixam margem para interpretações. Um trecho, que fala em “não guardar energia”, indica que o gerenciamento de bateria pode estar próximo do fim em algumas disputas.
Uma das possibilidades seria a implementação de corridas sprint, algo já comentado há algum tempo no paddock da categoria, e a alternância entre corridas com alto nível de downforce e aceleração total com disputas mais parecidas com as atuais, principalmente em pistas nas quais a potência máxima do novo carro poderia apresentar algum tipo de perigo. No entanto, essas alterações ainda não foram confirmadas.
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Quanto à recuperação de energia, o novo edital prevê que o Gen4 passará dos atuais 600 kW para 700 kW, com um aumento também na capacidade da bateria, que deixaria os 47 kWh atuais para 55 kWh em 2026. Por fim, o peso da peça também vai saltar de 284 kg para 340 kg.
Por último, os interessados em se tornarem fornecedores de chassi para a Fórmula E receberam proposta de fabricar bólidos prontos para pneus de aro 18 e aro 20, o que indica uma possível mudança também nos compostos — ainda que o edital para fornecedores de pneus não tenha sido divulgado ainda.
O fato é que os interessados precisam enviar seus documentos até o último dia de agosto, e a decisão final da FIA sairá no dia 19 de outubro. A partir de então, a entidade ordena a produção dos carros e começa a planejar os testes de impacto, programados para acontecer exatamente um ano depois.
O projeto final será entregue em setembro de 2026, exatamente três meses antes do início esperado da temporada 2026/27, programado para novembro.
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