Surpreso com domínio, Da Costa atribui êxito à DS Techeetah: “Trabalho muito bem feito”

O novo campeão da Fórmula E destacou a preparação feita antes da rodada sêxtupla de Berlim e lembrou que chegou a duvidar da eficácia dos testes à exaustão no simulador: “Precisa assim de tantos dias?”. No fim das contas, o português ressaltou que foi justamente este trabalho que o ajudou a chegar tão forte na semana que o consagrou

Antes do começo da rodada sêxtupla que definiria o título da temporada 2019/20 da Fórmula E em Berlim, António Félix da Costa, piloto da DS Techeetah, chegou a dizer que buscaria esquecer da posição de líder do campeonato por considerar que “10 ou 15 pilotos” ainda estavam no páreo pelo título. Mas as duas primeiras corridas realizadas no aeroporto de Tempelhof foram o bastante para que não houvesse mais dúvidas sobre quem seria o novo campeão na categoria dos carros elétricos.

Como jamais visto antes na Fórmula E, AFC foi soberano na primeira das três rodadas duplas em Berlim. Na corrida 1, marcou a pole-position com requintes de crueldade, sendo 0s322 mais rápido que seu companheiro de equipe, Jean-Éric Vergne. Depois, fez o chamado Grand Chellem ao liderar de ponta a ponta, vencer e ainda registrar a volta mais rápida.

Na segunda prova, o domínio de Félix da Costa foi ainda maior. No grid de largada, vantagem de 0s417 para Sébastien Buemi, o segundo mais rápido, com a Nissan. O segundo Grand Chellem seguido só não veio porque Stoffel Vandoorne, da Mercedes, registrou a volta mais rápida. Mas o novo triunfo em Berlim deixava claro: o luso estava a um passo do título. O que se confirmou definitivamente no último domingo, na quarta das seis corridas da programação.

António Felix da Costa é o novo campeão da Fórmula E (Foto: FIA Fórmula E)

Na última terça-feira (11), Félix da Costa concedeu entrevista coletiva por videoconferência com a participação de jornalistas brasileiros. Perguntado pelo GRANDE PRÊMIO sobre como descrever tamanho domínio, o lisboeta de 28 anos se mostrou impressionado.

“Na verdade, até eu mesmo fiquei surpreso. Nós já vimos na Fórmula E duas ou três equipes que, às vezes, estão um pouquinho melhor. Mas esse tipo de domínio nunca tínhamos visto antes. Especialmente naquelas duas primeiras corridas em Berlim, onde fizemos a pole-position por uma margem bem boa e vencemos as duas provas”, disse.

Mas qual o segredo para tamanho domínio e o sucesso? Félix da Costa atribuiu o êxito à dedicação da DS Techeetah.

“A verdade é que o trabalho de casa foi tão bem feito, mas tão bem feito… Fizemos muitos dias no simulador. E até perguntei: ‘Precisa assim de tantos dias?’. Foi um trabalho muito bem feito”, exaltou o dono do carro #13 na Fórmula E.

“E até falei para meu pai antes de vir: ‘Acho que nunca cheguei tão bem preparado para uma corrida como estou agora’. E isso se viu rapidamente. Obviamente, estava num bom momento, confiante e cada vez melhor com a equipe e com o carro”, comemorou o mais novo campeão da Fórmula E.

Em setembro do ano passado, Félix da Costa anunciava a ida para a equipe franco-chinesa com somente um objetivo: ser campeão. Naquela época, o próprio luso se questionava os motivos pelos quais a DS Techeetah era tão vitoriosa. A escuderia vinha de dois títulos consecutivos de pilotos com Jean-Éric Vergne e da taça entre as equipes na temporada 2018/19.

Félix da Costa atribuiu o sucesso ao trabalho duro da equipe franco-chinesa (Foto: Fórmula E)

“Falei para eles que agora não estou mais surpreso por vocês ganharem tanto. São vários pontos: primeiramente, a fome que os caras têm de ganhar. Isso, obviamente, leva a outros pontos consequentes. A atenção ao detalhe, as ideias que eles têm, o esforço que empreendem… É uma equipe que está sempre junta, todo mundo no mesmo lugar, e isso faz uma diferença grande”, salientou.

Félix da Costa traçou um paralelo com sua equipe anterior na Fórmula E. “Na BMW, não era o caso: tinha os alemães e ingleses na Inglaterra, os norte-americanos nos EUA… Ter a equipe toda junta faz diferença. A fome que todos têm de ganhar, de estar juntos todos os dias… E depois, obviamente, tem três ou quatro caras que são fundamentais, muito, muito inteligentes, que criaram um carro muito rápido. E isso tudo junto dá os frutos para ganhar”, concluiu AFC.

A Fórmula E volta a acelerar nesta quarta-feira com a disputa do eP de Berlim 5.

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