Vergne critica formato “loteria” da classificação da FE, mas D’Ambrosio discorda: “Produz um show incrível”

Jean-Éric Vergne e Jérôme D'Ambrosio estão em lados opostos no que se refere ao formato do treino de classificação da Fórmula E. Os dois até concordam que não há justiça, mas Vergne vê algo incompatível com o dinheiro que se gasta, enquanto D'Ambrosio crê ser bom pelo espetáculo

Muitas coisas sofreram verdadeiras revoluções nos cinco anos de existência da Fórmula E. Mas os treinos classificatórios seguem o mesmo padrão, com nada mais que alguns ajustes com o passar dos anos. Há quem, como Jean-Éric Vergne, ache um formato absurdo, ao passo que gente como Jérôme D'Ambrosio veja algo em benefício do espetáculo. 
 
Em temporadas passadas, os grupos eram inteiramente sorteados ao acaso, mas a partir do ano passado houve uma mudança: um grupo seria formado pelos cinco primeiros colocados do campeonato, para que nenhum deles se beneficiasse das condições climáticas ou da pista. Nesta quinta temporada, nova mudança: o grupo com os cinco líderes do campeonato vai à pista no Grupo 1, normalmente quando a pista está pior. 
 
Atual campeão, Vergne demonstrou enorme desagrado após o eP de Santiago, em que a pista melhorou muito nos grupos seguintes. Todos os cinco primeiros colocados do campeonato largaram bem longe da dianteira. Para Vergne é algo que configura uma loteria, algo injustificável numa categoria cara e que se põe como de ponta.
 
"Não entendo, Gastamos muito tempo e dinheiro para tentarmos ser os melhores, mas somos penalizados por estar no primeiro grupo. Especialmente numa pista como a de Santiago, onde a evolução é imensa", afirmou.
Jean-Éric Vergne (Foto: DS Techeetah)

A classificação sempre foi um problema na Fórmula E. Quando eu estava na F1, ninguém se queixava da classificação, então não acredito que possam manter dessa forma por muito tempo. São muitas grandes fábricas que gastam dinheiro e logo ficam com o fim de semana estragado por estarem no Grupo 1", seguiu.

 
"Posso entender que os fãs gostem da loteria, mas quando se gasta tanto dinheiro nosso esporte não deveria ser uma loteria", concluiu.
 
Companheiro de Vergne na DS Techeetah, André Lotterer concordou. "Não é uma boa forma de definir esses grupos, porque você tem que começar no primeiro com os carros na ordem do campeonato e não acredito que seja a maneira correta. Por que você tem que ser penalizado por estar na ponta do campeonato e sempre cair no Grupo 1."
 
"Gastamos muitos esforços e recursos para entrar na dianteira, mas não é positivo se regularmente te mandam para trás", falou.
Jérôme D'Ambrosio (Foto: Mahindra)

Jérôme D'Ambrosio pensa diferente, entretanto. Um dos pilotos a participar de todas as corridas da história da Fórmula E, o belga entrou na rodada chilena como o líder do campeonato. Acabou largando apenas no 21º lugar e terminou em décimo. De acordo com o belga, é verdade que não há justiça. Mas, no fim das contas, é tudo pelo show, o que faz com que valha a pena. 

 
"Acredito que dá para melhorar, daria para fazer alguma coisa. Mas, por outro lado, é bom para o espetáculo. O importante para os pilotos é que demos um bom espetáculo. É frustrante e não é a forma mais justa, mas, ao menos tempo, produz um show incrível", discordou.
 
"Então, falando como Jérôme, acredito que não é justo. Mas se falo como um fã da FE, então acho que faz com que as coisas sejam bastante emocionantes", encerrou.
 
Sam Bird, que venceu a prova chilena, é o novo líder do campeonato e vai ter de encarar o Grupo 1 no próximo sábado, quando a FE corre o eP da Cidade do México.

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