Vergne é premiado por maturidade e se torna quarto campeão da FE em título “para Bianchi”

Jean-Éric Vergne deixou aflorar características que sempre mostrou ter. Na temporada 2017/18 da FE, foi o melhor piloto e mostrou que cresceu, amadureceu e conseguiu dar o próximo passo. Com esse passo dado após uma bela corrida de recuperação, lembrou do amigo Jules Bianchi, de exaltar a Techeetah e de torcer para a seleção da França

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Quem seguiu o campeonato 2017/18 da Fórmula E notou que Jean-Éric Vergne era um sujeito diferente. O arrojo não sumiu, claro, mas a cabeça parecia no lugar, os erros tão bobos que sempre cometeu na carreira não apareciam e os resultados se amontoavam. Isso tudo foi permitido por um ótimo carro. Se a Techeetah errou muito em sua primeira temporada, foi a que mais acertou este ano. No sábado (14), em Nova York, Vergne fez o serviço que garantia o fim da briga. Ele é campeão da FE que escolheu para seguir a carreira quando a F1 virou as costas.

 
Vergne não cometeu erros. Fez uma bela volta no treino classificatório, mas que foi apagada por conta de um dos raros erros da Techeetah. Tudo bem, colocou a mão no volante para a corrida e teve calma até nos momentos mais duros, quando, por exemplo, passou Felix Rosenqvist, um outrora rival pela conquista. Mas fez tudo que era necessário, às vezes rápido e às vezes com extrema paciência. Um JEV que por anos não apareceu. O francês ainda é um piloto rápido e com um talento que tem feições brutas, mas foram um pouco mais lapidadas com a maturidade dos 28 anos completados em abril. Faltava um título de categoria grande? Não falta mais. A FE pode ir para a mesma prateleira que a F3 Britânica de 2010, até então a única conquista que havia tido em monopostos.
 
Ao confirmar e receber o OK de que podia comemorar o título ao cruzar na quinta colocação da primeira corrida do fim de semana no circuito de rua de Red Hook, no Brooklyn, Vergne lembrou de três coisas. Primeiro, a França, que joga a final da Copa do Mundo no domingo, contra a novata Croácia; depois, de seu time, que acertou tantas e tão importantes vezes durante a jornada do título; e, por fim, mas mais marcante, lembrou de Jules Bianchi. 
Vergne garantiu, neste sábado, o título da temporada 2017/2018 da FE (Foto: Techeetah)
O amigo Jules cresceu junto dele nos kartódromos da França. Os dois, com grande talento, pularam para os carros e foram construindo as carreiras até se encontrarem na F1, Vergne como pupilo da Red Bull e Bianchi ligado à Ferrari. Após a morte do amigo, nove meses depois de um acidente violento no GP do Japão de 2014, Vergne foi uma das pessoas que carregaram o caixão de Jules. "Um grande piloto nos deixou, mas ficou uma linda lembrança", disse JEV após o funeral do amigo. "Ele foi uma grande pessoa, dentro e fora da pista, e seu nome estará para sempre em nossos corações."
 
O funeral completa exatos três anos em uma semana. Vergne, no maior momento da carreira de piloto profissional, não teve como não lembrar do sujeito que carrega no capacete. "Essa é para o meu amigo Jules."
 
"Eu não consigo acreditar, que corrida maluca! A sensação é ótima", disse logo após o fim da corrida. "Falta a França ganhar amanhã – Allez Les Bleu!", cravou em relação à final da Copa do Mundo. "Esse time [a Techeetah] nunca me decepcionou, então eu jamais decepcionaria nenhum deles também."
Bianchi e Vergne, com Grosjean ao meio (Foto: Reprodução/Pinterest)

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Sobre a prova em si – em que, diga-se, saiu de 18º para o quinto lugar -, destacou que teve momentos de tensão. Um deles foi exatamente a disputa com Rosenqvist, na qual saiu reclamando.

"Não foi fácil, especialmente porque alguns pilotos não facilitaram minha vida. Tivemos algumas preocupações, e eu precisei tomar bastante cuidado para passá-los, então definitivamente não foi uma corrida fácil. Foi mais difícil que Zurique, mas está feito. Não importa como foi, está feito", disse em meio a gargalhadas. 

 
Algo que não abriu mão foi de mostrar a confiança. Fez questão de garantir que esperava, sim, o título. "Claro. Quando você compete, pensa nisso. Quer ganhar corridas, decidir campeonatos, isso está na cabeça. Eu imaginava, se não imaginasse não faria isso", falou.

Comemoração é só amanhã
 
O chefe da Techeetah, Mark Preston, elogiou o poder de recuperação mostrado por Vergne e André Lotterer. Questionado sobre não ter grande comemoração hoje, visto que a equipe ainda disputa o título de construtores – onde lidera por cinco pontos -, mostrou otimismo.
 
"Baseado no que vimos em Berlim e Zurique, sabíamos que eles podiam se recuperar e foi exatamente o que aconteceu. É incrível", falou.
Vergne campeão (Foto: FE)
"A briga pelo campeonato de Equipes está viva. Vamos dar uma pequena descansada e já trabalhar pensando em amanhã. Realmente queremos competir com esses caras [Audi] e estar no topo – acho que poderíamos ter feito isso hoje. Vamos ver amanhã", falou.

Aceitou a medalha
 
Resignado, Sam Bird estava com os pés no chão mesmo logo após ver as chances do título findarem. Reiterou que a questão da DS Virgin é com a eficiência – o gasto de energia do trem de força francês é alto. Uma vez que a corrida é tão longa, a vida fica difícil. 
 
"Não tínhamos a eficiência hoje. Não tivemos a eficiência durante toda a temporada, esse sempre foi nosso problema", argumentou. "Quando a FIA nos deu uma corrida tão longa, ficamos com problemas. Não tinha muito mais que eu pudesse fazer, eu fiquei feliz com minha atuação. Parabéns a JEV", falou.
 
"Só não tínhamos a eficiência. Não faltou confiança no carro. Se eu tiver que poupar mais que os outros pilotos, não há nada que eu possa fazer", indicou.
Lucas Di Grassi em Nova York (Foto: FE)

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O pódio
 

Mesmo longe do campeonato, Lucas Di Grassi fez mais uma bela corrida e venceu. Após partir do 11º lugar, parou para a troca de carros já em segundo e não demorou para ultrapassar o companheiro Daniel Abt. Como a Audi quer ganhar o campeonato de Equipes, mandou o enigmático aviso de código 100 – para que os dois levassem os carros para casa nas últimas voltas. Di Grassi tentou explicar o que era o tal código.

"Para mim, código 100 tem a ver com gerenciamento de energia. Tentamos marcar o máximo possível de pontos e lutar de forma justa. Na FE, não dá para abrir muito uma vez que você está na liderança. Se você fizer isso, gasta muita energia. Aí, caso apareça um safety-car, você fica com menos energia e em pior posição. Naquele momento, estávamos em 1-2, e eu precisava poupar o máximo possível e manter Daniel atrás. Quando o safety-car veio, a estratégia mudou', explicou um animado Lucas. Afinal, são duas vitórias seguidas e seis pódios em sequência.

 
Abt ficou contrariado. "Eu estou feliz pela Audi", disse após a prova. E emendou que não tinha mais nada para falar.
 
O terceiro lugar ficou com Sébastien Buemi, que largou na pole e até fez uma corrida bem correta. O fato é que não havia como conter os bólidos da Audi.
 
"Eu estou muito feliz. Hoje, infelizmente, não tínhamos o ritmo para competir com a Audi, nós estávamos em outra categoria. Foi um bom trabalho deles, mereceram a vitória. Fico feliz de ter sido o melhor do resto hoje", declarou.
Nelsinho Piquet (Foto: Jaguar)
Na mão

Quem voltou a sofrer de problemas de confiabilidade que aterrorizam na segunda metade da temporada foi Nelsinho Piquet. O piloto ocupava a quarta colocação e estava vivo na briga para ir ao pódio, mas o carro da Jaguar parou na pista no começo da metade final da prova. Segundo ele, depois da corrida, por um problema de software.

 
"Tinha voltado para a pista e o carro morreu. É frustrante, porque a gente tinha passado muito bem pelo pit-stop, brigávamos pela terceira posição e aconteceu o que aconteceu. Amanhã tem mais uma corrida, mas é difícil. Achamos que ainda ia dar para terminar o ano com um pódio, mas deu alguma coisa errado. É botar a cabeça para cima, tem mais um dia amanhã", falou ao Fox Sports brasileiro.
 
A temporada da FE ainda volta mais uma vez, no domingo, para fechar as cortinas até dezembro. 
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