Vergne põe mão no título após vitória de resistência na melhor corrida da temporada

Jean-Éric Vergne conseguiu uma vitória de campeão no eP de Berna. O francês segurou Mitch Evans durante toda a corrida após um acidente bizarro na volta de abertura da prova suíça. No fim, o francês colocou a mão na taça e Berna apresentou a melhor corrida do ano

Corrida: E-Prix de Berna
Pista: Bern Street Circuit
Extensão: 2.668 km, 14 curvas
Pilotos inscritos: 22 
Pneus: Michelin Pilot Sport all-weather
Vencedor: Jean-Éric Vergne
Pódio: Mitch Evans e Sébastien Buemi
Brasileiros: Felipe Massa foi oitavo e Lucas Di Grassi terminou em nono
Palavra do vencedor: "Sim [estou feliz]. Na verdade, foi uma semana muito apertada. Preciso de uma semana de descanso. Fiz Le Mans no último final de semana, simulador na segunda-feira para me preparar para essa corrida… Estou muito feliz. A equipe trabalhou muito bem, não havia como ser melhor. O final, sob chuva, foi muito estressante, e tive que tomar muito cuidado. Preferiria terminar em segundo a terminar no muro, pensando no título. Claro, pensei em vencer a corrida, mas fui muito cuidadoso. Nada foi vencido ainda, é preciso continuar a trabalhar. A vantagem [na liderança] é muito boa, maior do que do ano passado."
Momento da corrida: Fim da primeira volta: uma série de toques tranca a chicane e faz com que metade do grid tenha de parar e a outra metade corta caminho por fora da pista. Mas a bandeira vermelha é acionada, e todas as mudanças de posição são canceladas.

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Não havia segredos quanto ao efeito que o resultado do eP de Berna deste sábado (22) poderia causar no campeonato. E o que aconteceu foi exatamente um dos desenhos mais extremos entre os possíveis: o líder do campeonato marcou a pole, venceu a corrida e levou 28 pontos para casa. O vice-líder, por sua vez, anotou um ponto. Jean-Éric Vergne para Nova York com o bicampeonato da Fórmula E na ponta dos dedos, embalados por uma vantagem de 32 tentos

 
Coisas comuns não apareceram aos montes no eP de Berna. Um acidente na primeira volta interrompeu a corrida ao trancar a pista e causar um engarrafamento. Aqueles que ganharam posição cortando a chicane se sentiram lesados por terem de voltar aos postos originais após a bandeira vermelha. Mas assim que foi. O que aparentemente era um sinal de caos se transformou numa das corridas mais divertidas dos cinco anos da FE. 
 
O caos não veio, mas as brigas por posição foram muitas numa pista bastante diferente de todas as outras as quais a categoria corre, ainda que estreita. Vergne nunca teve sossego. Mitch Evans atacou o tempo quase inteiro. Gastou os dois modos ataque, seguiu em cima quando JEV acabou com os dele, buscava espaço por dentro e por fora. Nos minutos finais, quando a chuva começou a cair com força, partiu de novo, num esforço derradeiro. Mas em vão. Vergne, acostumado a atacar, piloto agressivo que sempre foi, precisou se defender e fez com uma intensidade brutal. Uma vitória de campeão. 
Jean-Éric Vergne (Foto: FE)

O feito cresce uma vez que André Lotterer, companheiro de Vergne, foi o melhor entre os outros postulantes ao título (na pista): quarto colocado. Horas depois, porém, ele foi punido por ignorar luz vermelha na saída do pit-lane e acabou fora do top-10.

O alemão estaria 32 pontos atrás de Vergne e ultrapassaria Di Grassi, apenas décimo colocado na corrida. Com a alteração, porém, o brasileiro pulou para nono colocado na prova e se manteve vice-líder, com 32 pontos. mas com apenas 58 pontos em jogo. A situação é caótica para quem ainda imagina tomar o cinturão a fórceps.

 
Não fosse a bizarra punição tardia, Lotterer mereceria apenas elogios. Com o carro todo quebrado depois da batida, conseguiu ir aos boxes e, com o trabalho preciso da DS Techeetah, retomou o lugar no grid para a relargada. Saiu de oitavo para quarto e ainda pressionou Sébastien Buemi por um espaço no pódio. Só não se mantém na briga pelo título pelo já tradicional problema da categoria em punir tardiamente – mesmo tendo anunciado que o piloto estava sob análise ainda durante a corrida.
 
O campeonato que era o mais equilibrado da Fórmula E após oito etapas chega ao fim da 11ª encaminhado – embora não decidido. Vergne precisa acertar as contas com ele mesmo apenas. E a categoria precisa arrumar uma forma de manter Berna no calendário. O traçado da capital suíça deve permanecer, não pode ser deixado de lado após apenas uma corrida. Especialmente uma corrida como essa. 
Engarrafamento no eP de Berna (Foto: Reprodução/BBC)
Vergne comemorou a vitória após a correria com as 24 Horas de Le Mans na última semana e exaltou a paciência durante a prova.
 
"Sim [estou feliz]. Na verdade, foi uma semana muito apertada. Preciso de uma semana de descanso. Fiz Le Mans no último final de semana, simulador na segunda-feira para me preparar para essa corrida… Estou muito feliz", vibrou. 
 
"A equipe trabalhou muito bem, não havia como ser melhor. O final, sob chuva, foi muito estressante, e tive que tomar muito cuidado. Preferiria terminar em segundo a terminar no muro, pensando no título. Claro, pensei em vencer a corrida, mas fui muito cuidadoso. Nada foi vencido ainda, é preciso continuar a trabalhar. A vantagem [na liderança] é muito boa, maior do que do ano passado.
Mitch Evans (Foto: Jaguar)

Evans lamentou não ter conseguido ultrapassar Vergne, mas destacou a loucura da prova e saiu satisfeito com a exibição em Berna.

 
"Eu via as rodas lado a lado do cockpit. Tínhamos carros muito rápidos. Não consegui encontrar uma maneira de ultrapassá-lo. Não havia tempo para utilizar o modo ataque, o que acho que salvou Vergne. Nosso ritmo era muito bom. Que grande corrida. Parabéns a ele e a Techeetah, e parabéns à minha equipe, que trabalhou tanto", elogiou. 
 
"Que corrida maluca. As últimas voltas foram no limite, absolutamente, ainda mais com a chuva. Deu para ver na TV o quanto estávamos próximos. Já é uma corrida clássica. Espero que possamos manter esse ritmo em Nova York", falou.
 
O terceiro colocado da prova, Buemi, comemorou a ida ao pódio em casa e em frente aos familiares e amigos. 
 
"Conseguir um pódio em casa é fantástico. Pude ouvi os fãs gritando meu nome, um ótimo sentimento. Minha família está aqui, então estou muito feliz. Seria uma pena não ir ao pódio, ainda mais sabendo que podemos não voltar aqui ano que vem", falou.
Lucas Di Grassi (Foto: Audi)
Na décima colocação, Di Grassi avisou que ainda está vivo. "Dia difícil hoje. Larguei em 19º, consegui passar muita gente e marcar um ponto. Foi uma corrida divertida, fizemos um bom progresso, fomos rápidos e ainda temos uma boa chance. Vamos lutar duro em Nova York", finalizou.
 
Felipe Massa, que segurou Di Grassi no fim, anotou a oitava colocação e voltou a marcar pontos: agora tem 35 e o 14º posto do campeonato.
 
A FE termina em três semanas: dias 14 e 15 de julho, rodada dupla, Nova York.
 

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