A F1 quer estender suas fronteiras pelo mundo, trazendo novos países e ampliando, com isso, o calendário, mas há quem ache que os clássicos não podem ficar de fora. O GRANDE PREMIUM entra na discussão e lista dez circuitos marcantes na história da categoria que mereciam voltar

O tradicionalíssimo GP de Mônaco corre o risco de ficar de fora de uma temporada da Fórmula 1 após mais de 70 anos de história desde a primeira edição oficial, em 1950. O fato causou uma onda de manifestações da parte dos pilotos sobre o desejo de que circuitos clássicos permaneçam no calendário. Mas e se fosse possível trazer de volta aquelas que marcaram época, quais seriam?

Pensando nessa pergunta, o 10+ trouxe alguns circuitos memoráveis que ajudaram a escrever parte da história da Fórmula 1. A maioria não possui mais o seu traçado original, mas permanecem com a aura daqueles tempos de glória.

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Confira todas as edições das listas do 10+

A primeira vez da F1 em Adelaide, lá em 1985 (Foto: Reprodução/Pinterest)

Adelaide, Austrália

O desafiador circuito de rua de Adelaide foi idealizado para receber a F1 com o intuito de alavancar o turismo da região. A história dessa pista se mistura à de grandes nomes da F1, entre eles Ayrton Senna e Alain Prost.

Em 1986, Prost levou a melhor sobre Nigell Mansell e Nelson Piquet, naquela que é considerada uma das grandes finais de Mundial de todos os tempos. Já Senna fechou o ano do tricampeonato com chave de ouro em 1991, numa corrida que só durou 14 voltas por causa da chuva torrencial.

Pista de Indianápolis recebeu F1 por sete anos (Foto: IMS)

Indianápolis, Estados Unidos

Um jargão muito usado no automobilismo é o tal do “templo sagrado”, e se tem uma pista que se encaixa perfeitamente nessa expressão é o Indianápolis Motor Speedway. Palco de uma das provas mais emblemáticas dos esportes a motor, as 500 Milhas, o circuito recebeu a F1 de 2000 a 2007. O traçado desenhado para a categoria era diferente do usado para a Indy, com um trecho misto, mas era uma atração à parte ver os carros andando no oval original.

O casamento, porém, entrou em crise em 2005, com a fatídica corrida de seis carros. Na ocasião, Michelin e Bridgestone eram as fornecedoras de pneus, e os carros calçados com os compostos da fabricante francesa decidiram não correr por questões de segurança. Só que isso foi de conhecimento público apenas na volta de apresentação, com os 14 carros que usavam pneus Michelin desistindo de correr. Com isso, apenas Ferrari, Jordan e Minardi largaram.

Hockenheim, Alemanha

Se o traçado recente de Hockenheim já deixa saudades por ser considerada uma pista desafiadora, com boas possibilidades de ultrapassagens, para quem acompanhou a F1 na chamada Era de Ouro, o original está em qualquer lista de clássicos da categoria.

O desenho do antigo Hockenheimring era praticamente um oval, com os carros atingindo velocidade plena no retão da Floresta Negra. Porém, essa característica acabou provocando alguns acidentes fatais, como o de Jim Clark. Mudanças na pista em nome da segurança foram feitas ao longo dos anos até chegar ao traçado usado pela F1 atual.

Hockenheim ainda é especial para o Brasil por ter marcado a primeira vitória de Rubens Barrichello na F1, que fez uma corrida heroica em 2000 ao largar em 18º e manter pneus de pista seca quando chovia em parte do circuito.

GP da África do Sul de 1974 (Foto: LAT Images)

Kyalami, África do Sul

Um circuito de alta, com um retão em descida que terminava no principal ponto de ultrapassagem e ainda contava com uma sequência de curvas de alta que agradavam tanto os pilotos quanto os fãs de F1. Kyalami recebeu a F1 em 23 oportunidades e é especial para os brasileiros por ter sido palco do bicampeonato de Nelson Piquet.

Mas assim como boa parte dos circuitos de alta velocidade do passado, a pista sul-africana não escapou de tragédias fatais, com as mortes de Peter Revson e Tom Pryce. A corrida na África do Sul também enfrentou impasses políticos na época do Apartheid, regime de segregação racial.

Vale destacar que o traçado original não existe mais: foi modificado e recebeu a F1 em duas ocasiões nos anos 90. Há uma expectativa para o retorno do lendário circuito ao calendário da F1, mas ainda não foi confirmado.

O Autódromo de Estoril (Foto: Pinterest)

Estoril, Portugal

A F1 voltou a correr em Portugal em 2020 por causa da pandemia da covid-19 no circuito do Algarve, em Portimão. Porém, o tradicional GP lusitano era disputado antigamente no circuito do Estoril e está na história, entre outras razões, pela primeira vitória de Ayrton Senna na categoria.

Assim como Kyalami, Estoril também pode retornar ao calendário da F1, porém receberia a categoria em uma pista totalmente remodelada e muito mais lenta que a antiga — mudanças essas que foram feitas para receber a MotoGP a partir de 2000.

Uma curiosidade: foi um brasileiro que idealizou o traçado do circuito. Trata-se do arquiteto e engenheiro Ayrton Lolô Cornelsen, que também é responsável pelos desenhos dos autódromos de Curitiba e Jacarepaguá.

E falando em circuitos brasileiros…

GP do Brasil de 1985 (Foto: Divulgação)

Jacarepaguá, Brasil

Não vai voltar porque, infelizmente, ela não existe mais, porém uma lista sobre circuitos clássicos que deveriam retornar ao calendário da F1 não poderia deixar de ter o antigo autódromo localizado no Rio de Janeiro.

Jacarepaguá à primeira vista era bem simples, sem o sobe e desce costumeiro de muitos circuitos, porém tinha curvas de média e alta velocidade, além de uma característica peculiar que agradava em muito os torcedores: permitia visão total da pista a partir das arquibancadas, algo raro.

Entre os momentos marcantes, o pódio de Emerson Fittipaldi com a Copersucar em 1978 e a dobradinha “caseira” de Nelson Piquet e Ayrton Senna em 1986.

Jean-Pierre Jabouille conquistou a primeira vitória dos motores turbos na F1 em Dijon, 1979 (Foto: Pinterest)

Dijon, França

Os circuitos franceses mais conhecidos são Paul Ricard e principalmente Magny-Cours, mas a pequena pista de Dijon tem um charme incomparável. O traçado bem variado, com subidas e descidas, curvas de alta e uma longa reta principal que viu uma intensa troca de posições entre René Arnoux e Gilles Villeneuve em 1979, tinha apenas 3,2 km de extensão — para se ter uma ideia, Niki Lauda fez uma pole-position abaixo de 1min, algo raríssimo para a F1.

Ao todo, foram seis edições do GP da França em Dijon, que chegou a ganhar uma extensão para se adequar melhor aos padrões FIA, mas a entidade começou a impor condições que não cabiam mais ao autódromo. Contudo, no tempo em que esteve no calendário, provou ser um “templo” merecedor da categoria.

(Foto: Reprodução)

Buenos Aires, Argentina

A Argentina de Juan Manuel Fangio recebeu a Fórmula 1 pela primeira vez em 1953, e ainda viu o seu filho mais famoso no automobilismo vencer em casa por quatro vezes seguidas. Da década de 50 até então, várias foram as alterações no traçado original, sempre em busca de aumentar a segurança a fim de evitar tragédias como a do ano de estreia do país na F1.

O autódromo de Buenos Aires passou por uma reforça recente com o intuito de voltar a ter a F1 em suas terras, porém a pandemia adiou os planos por ora. O circuito tem duas grandes retas e trechos em “S” de alta velocidade que proporcionariam ótimos pontos de ultrapassagem.

Circuito de Brands Hatch (Foto: Reprodução)

Brands Hatch, Inglaterra

Mais um circuito popular entre os pilotos, de alta velocidade, curvas desafiadoras, mas que teve de sofrer alterações severas em seu traçado em nome da segurança. Brands Hatch foi a casa do GP da Inglaterra por 14 vezes e viu momentos decisivos em disputas pelo título acontecerem em seu asfalto, como as vitórias de Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet, em 1972 e 1983, respectivamente.

Como acontece com vários circuitos europeus que hoje não fazem mais parte do calendário da F1, Brands Hatch também foi vencido pela FIA, que optou por fazer um contrato com modernizada Silverstone para sediar o GP da Inglaterra.

(Foto: AFP)

Donington Park, Inglaterra

Esse aqui vale muito mais pela curiosidade de saber como seria uma corrida de Fórmula 1 sob condições normais. Para aqueles que não são da época, ou nunca tiveram conhecimento, o circuito de Donington Park, na Inglaterra, recebeu apenas uma corrida de F1 na história, mas foi “A” corrida: a da famigerada primeira volta perfeita de Ayrton Senna na chuva. Em quarto no grid, perdeu uma posição antes da primeira curva, mas o piloto da McLaren não só retomou o posto com rapidez como também não tomou conhecimento de nenhum dos demais adversários, ultrapassando com muita facilidade até a primeira posição.

A pista de Donington passou por diversos entraves financeiros por conta das exigências da FIA para receber a F1. Chegou a ter um projeto desenvolvido pelo arquiteto Hermann Tilke para reformas no traçado, porém sem sucesso.

*Por Luana Marino

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