A Fórmula E concluiu sua primeira metade de temporada em Berlim, e o GRANDE PREMIUM separou dez motivos que tornam a segunda parte do ano imperdível na categoria de monopostos elétricos

A Fórmula E concluiu oficialmente a primeira metade da temporada 2021/2022 no dia 15 de maio, quando Nyck de Vries voltou a triunfar e venceu a corrida 2 do eP de Berlim — algo que não acontecia desde a estreia do campeonato. E com oito etapas disputadas e mais oito a serem corridas até a metade de agosto, o que esperar da competição em sua fase final?

A briga pelo título segue pegando fogo, com pelo menos três pilotos envolvidos de perto na luta — e outros só esperando um deslize para encostarem. Além disso, a temporada marca algumas despedidas, como da Mercedes e dos carros Gen2, e algumas novidades, como as estreias de Indonésia e Coreia do Sul.

Além disso, a FE de 2022 ainda reserva bastante movimentação entre pilotos e equipes, todos buscando a melhor colocação possível para a estreia dos carros Gen3 na categoria em 2023. Assim, destacamos abaixo os dez principais motivos para ficar de olho na segunda metade da Fórmula E este ano:

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1. Disputa pelo título

A briga pela conquista do título mundial da Fórmula E está longe de uma definição após oito corridas disputadas. Stoffel Vandoorne lidera o campeonato pela Mercedes em temporada marcada pela regularidade: apesar da liderança, venceu apenas uma etapa até aqui, em Mônaco, e soma 111 pontos.

Apesar de ter uma distância de certa forma confortável para o segundo lugar, é importante lembrar que as coisas mudam muito rápido na Fórmula E: com as jornadas duplas, um mesmo piloto pode fazer 50 pontos no final de semana se vencer as duas corridas — isso, sem contar com os pontos extras pela melhor volta e pela pole.

Assim, Edoardo Mortara, com 99 tentos e duas vitórias na temporada — Diriyah e Berlim — e Jean-Éric Vergne, que ainda não venceu nenhuma mas é o único do grid a pontuar em todas as corridas do ano — soma 95 — ainda estão completamente dentro do páreo e são as principais ‘sombras’ ao belga.

Além deles, Mitch Evans possui 83 pontos, mas até aqui só apresentou desempenhos fortes em Roma, final de semana no qual venceu as duas corridas. Por fim, Robin Frijns completa o top-5 com 81 pontos, 30 a menos do que o líder do campeonato, o que torna sua missão um pouco mais complicada em busca do título — não impossível, porém.

2. Mercedes

Atual campeã de Construtores e de Pilotos da Fórmula E após o título de Nyck de Vries na temporada passada, a Mercedes participa pela última vez da categoria este ano. A escuderia alemã vai deixar a FE após o encerramento da temporada como equipe de fábrica, e a McLaren vai assumir as operações da equipe a partir de 2022/2023.

Assim, é esperado da tradicional montadora alemã que se despeça da Fórmula E da melhor maneira possível: com título. E atualmente, o objetivo está sendo cumprido. Além da liderança de Vandoorne no Mundial de Pilotos, a Mercedes também lidera o de Construtores com 176 pontos somados até aqui.

Atrás do time alemão, aparece a Venturi de Mortara e Lucas Di Grassi: o time monegasco — que também vai ter sua estrutura adquirida por outra marca, no caso a Maserati — somou 148 pontos até aqui e segue no páreo, enquanto a DS Techeetah fecha o top-3 com 137 tentos contabilizados por Vergne e António Félix da Costa.

3. Stoffel Vandoorne

Após sofrer em diversas ocasiões com a falta de sorte na última temporada, Vandoorne parece ter se reencontrado e deixado o azar de lado na disputa atual da Fórmula E. Regular, consciente e arrojado, o belga não tem tornado fácil a vida de seus concorrentes e já escalou o pelotão em mais de uma oportunidade no ano.

A temporada não começou bem para o piloto da Mercedes, que marcou a pole na primeira corrida do ano mas viu seu companheiro Nyck de Vries triunfar após errar a ativação do modo de ataque. No entanto, Vandoorne manteve a cabeça no lugar e somou resultados importantes nas cinco primeiras corridas, até que enfim conseguiu vencer na sexta, em Mônaco.

Em oito etapas até aqui, Vandoorne subiu ao pódio em cinco: nas primeiras corridas de Diriyah e Roma, em Mônaco e nas duas de Berlim. A única corrida em que saiu zerado foi no México, o que explica a liderança do piloto em uma categoria marcada pelo equilíbrio e pela rotação de pilotos no pódio.

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Vandoorne e Mercedes precisam manter ritmo para comemorarem título no fim do ano (Foto: Mercedes)

4. Edoardo Mortara

Vice-campeão no ano passado, Mortara ocupa a mesma posição no campeonato de 2022 após oito etapas disputadas. Com duas vitórias — em Diriyah e Berlim —, o suíço tem se notabilizado pela velocidade principalmente nas sessões de classificação e se mantém como perseguidor principal à liderança de Vandoorne.

As duas poles conquistadas até aqui trouxeram seis pontos a mais para Mortara no campeonato, uma pontuação importante levando-se em consideração o equilíbrio no topo da tabela.

No entanto, o piloto da Venturi ainda peca na regularidade: subiu três vezes ao pódio nas oito corridas, dois a menos que Vandoorne, o que potencializa a temporada do belga. Além da estreia em Diriyah, Edoardo passou por um período complicado entre a terceira etapa, no México — na qual foi quinto — até a sexta, em Mônaco — quando somou o segundo abandono seguido, após também zerar na segunda prova de Roma.

Foram apenas 16 pontos somados nessa sequência de quatro corridas, o que prejudicou o piloto em relação à briga pelo título. No entanto, Mortara ‘renasceu’ em Berlim com 50 tentos somados nos dois dias — um primeiro e um segundo lugares, aliados a duas poles e uma volta mais rápida na corrida 2 — e segue na caça a Vandoorne pela liderança do campeonato.

Edoardo Mortara ficou com o vice no ano passado e busca encerrar escrita com título em 2022 (Foto: Venturi)

5. Jean-Èric Vergne

Piloto mais regular da Fórmula E em 2022, Jean-Èric Vergne é o único dos 22 competidores do grid a somar pontos em absolutamente todas as corridas da temporada. É justamente a regularidade do francês que ainda o coloca como postulante ao título da categoria — o qual já conquistou duas vezes — novamente em 2022.

No entanto, o próprio Vergne já reconheceu algo que precisa ser constatado: o experiente piloto necessita vencer corridas se quiser sonhar com a conquista ao final do ano.

Mesmo conseguindo somar bons resultados de forma consecutiva, Vergne vê seus concorrentes diretos alcançarem somas maiores de pontos, como quando Mitch Evans se aproximou perigosamente na classificação apenas vencendo duas corridas — o neozelandês da Jaguar possuía apenas um tento no campeonato até o final de semana em Roma, quando triunfou nas duas.

Experiente, dono de dois títulos da categoria e ciente do que precisa fazer para chegar ao tão sonhado resultado, Vergne sabe que a segunda metade da temporada será fundamental para que enfim retome o caminho das vitórias — única forma de sonhar com o tricampeonato em 2022.

Jean-Éric Vergne abusa da regularidade para manter perseguição a Vandoorne no campeonato (Foto: DS Techeetah)

6. Nyck de Vries

Atual campeão da Fórmula E, Nyck de Vries ainda busca retomar os melhores dias na categoria. Afastado da briga pelo título — possui 65 pontos, contra 111 de Vandoorne —, o piloto neerlandês busca primeiro se reencontrar para depois cogitar algum tipo de busca pelo bicampeonato — que ainda é possível.

Envolvido em rumores sobre uma possível ida à Fórmula 1 e inclusive chamado pela Williams para participar de um dos treinos livres da equipe na Espanha, De Vries parece ter se deslumbrado com a possibilidade e o rendimento na Fórmula E caiu consideravelmente.

O atual campeão até abriu a temporada com o pé direito, vencendo em Diriyah e causando a impressão de que entraria com tudo na busca pelo bi. No entanto, uma sequência tenebrosa de seis corridas sem sequer conseguir um top-5 derrubou o neerlandês na classificação, e o #17 ocupa apenas o sexto lugar após a primeira metade do ano.

No entanto, a ‘despedida’ da primeira parte do campeonato foi alentadora para o piloto: venceu com autoridade em Berlim, tomando a primeira colocação de Mortara logo na primeira curva e rumando para a vitória sem ser contestado pelos outros rivais. Agora, De Vries certamente espera repetir o desempenho de Tempelhof nas próximas etapas do calendário, de modo a chegar no final do ano em posição de brigar pelo segundo título consecutivo.

De Vries saiu de Berlim com a vitória e precisa manter pegada se quiser subir na tabela da Fórmula E (Foto: Fórmula E)

7. Destinos de Lucas Di Grassi e Sérgio Sette Câmara

Apesar de ainda ser matematicamente possível, Lucas Di Grassi não se encontra na briga pelo título da Fórmula E em 2022. O piloto brasileiro voltou a ter um bom desempenho na corrida 2 de Berlim, mas as três corridas em que não conseguiu pontuar na temporada pesam bastante na campanha do #11, que é atualmente o nono colocado no Mundial de Pilotos.

O que ainda é um mistério e será definido na segunda metade do campeonato é o futuro de Di Grassi, campeão da Fórmula E em 2016/2017. Com a estrutura da Venturi incorporada pela Maserati para sua primeira aventura na categoria, o brasileiro se encontra em conversas com mais de uma equipe para garantir sua sequência no grid no ano que vem, mas ainda não confirmou por qual time vai correr em 2023.

O outro brasileiro do grid vive o mesmo dilema de Di Grassi. Sérgio Sette Câmara é um dos únicos dois pilotos da Fórmula E que ainda não pontuaram em 2022, mas o desempenho do brasileiro não tem nada a ver com isso: o carro da Dragon é disparado o pior da categoria e não oferece condições de competitividade a ele e a seu companheiro de equipe, Antonio Giovinazzi.

No entanto, ao contrário de Giovinazzi, Sette Câmara está totalmente adaptado à Fórmula E e é muito bem avaliado no paddock da categoria, que compreende que o mineiro faz o que é possível com um monoposto muito abaixo dos demais — levou o time ao mata-mata da classificação pela primeira vez, por exemplo, em Berlim.

Como a Dragon também vai passar por um processo de retirada da Fórmula E — a Penske vai passar a se associar com a DS, que vai deixar a Techeetah, para virar DS Penske — e a nova equipe já tem inclusive um plano traçado para sua nova dupla de pilotos, Sette Câmara também está em negociações para encontrar um novo — e merecido — assento no grid.

BRASILEIROS DA FÓRMULA E BUSCAM RUMO PARA 2023 COM EQUIPES EM MUDANÇA

8. Despedida dos carros Gen2

Por mais que a categoria esteja ansiosa para estrear os carros Gen3 na pista, algo que só vai acontecer a partir do ano que vem, a segunda metade da temporada de 2022 marca a despedida dos carros de segunda geração.

Presentes na Fórmula E desde a quinta edição da categoria, os Gen2 passaram por uma atualização e viraram Gen2 EVO a partir da temporada 2020/2021, marcando a última grande mudança da modalidade elétrica em seus monopostos.

Para o ano que vem, é esperada a implementação do modelo Gen3 — que já deveria ter entrado em 2022, mas foi adiado devido à pandemia —, que promete os carros mais rápidos e modernos já vistos na Fórmula E. Além do maior potencial de velocidade, os novos monopostos vão carregar a bateria de modo mais rápido e eficiente, aumentando a gama de possibilidades estratégicas nas corridas.

Carros da Gen3 serão os mais potentes da história da Fórmula E (Foto: Fórmula E)

9. Mercado de pilotos

A época de transferências da Fórmula E tem sido bastante movimentada, e diversas trocas são esperadas para o ano que vem na categoria. Com a chegada de duas novas equipes — Maserati e McLaren — e o retorno da Abt, a FE terá 24 pilotos no grid em 2022, dois a mais do que atualmente.

E os times já começaram a se mexer: a McLaren foi atrás de René Rast e a Abt buscou Robin Frijns na Envision. Entre as atuais competidoras do grid, a DS Penske — que será formada no ano que vem — garantiu uma dupla extremamente competitiva para a próxima temporada: Stoffel Vandoorne e Jean-Èric Vergne, envolvidos diretamente na briga pelo título, devem ser companheiros em 2023.

Além do futuro incerto por parte dos brasileiros, outras movimentações vão ocorrer e seguem pendentes apenas de oficialização. A Envision optou por substituir Frijns com o campeão Buemi, enquanto a Porsche quer António Félix da Costa para ser companheiro de Pascal Wehrlein no lugar de André Lotterer.

Atual campeão, Nyck de Vries não sabe ainda se vai permanecer na Fórmula E no ano que vem, já que visa disputar o Mundial de Endurance da FIA (WEC) pela Toyota. Além deles, Edoardo Mortara ainda não sabe qual será o seu futuro após a Maserati absorver a Venturi e ainda segue pendente de uma confirmação.

Daqui até o final da temporada diversos outros movimentos são esperados, e a única certeza é de que a movimentação do mercado vai pegar fogo até o final deste ano.

10. Estreias de Jacarta e Seul

Por fim, as novidades de 2022. A segunda metade da temporada da Fórmula E já abre com uma estreia: pela primeira vez na história, a categoria viaja para a Indonésia e vai disputar o eP de Jacarta no dia 4 de junho.

Objeto de desejo da modalidade há alguns anos, a pandemia dificultou que o evento saísse do papel e até mesmo uma alteração de local foi necessária, mas a disputa enfim está confirmada para estrar no calendário no início do próximo mês.

Outra ‘obsessão’ da Fórmula E para o calendário, a Coreia do Sul vai realizar sua primeira corrida com os monopostos elétricos no final deste ano. E não apenas na reta final, mas literalmente no encerramento do campeonato: a etapa de Seul — com direito a jornada dupla — acontece nos dias 13 e 14 de agosto e marca a coroação do campeão mundial.

Com o equilíbrio presente na categoria até o momento, a previsão é mesmo de que a briga se desenrole até os últimos instantes do ano e culmine em uma luta pelas ruas da capital coreana.

Ancol, na Indonésia, será palco do eP de Jacarta em junho (Foto: Ministério do Turismo da Indonésia)

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