A Fórmula 1 teve sua primeira corrida da temporada no último final de semana, com a vitória de Charles Leclerc e 1-2 da Ferrari no Bahrein. O GRANDE PREMIUM apresenta abaixo dez destaques para serem observados na abertura do campeonato mundial

FÓRMULA 1 AO VIVO 2022: TUDO SOBRE O GP DO BAHREIN DE F1 | Briefing

A Fórmula 1 enfim voltou em 2022. Com as primeiras expectativas sobre o novo regulamento técnico sendo observadas na pré-temporada como um aperitivo, o GP do Bahrein serviu para mostrar pela primeira vez, na prática, se a intenção da categoria foi concluída. E se a corrida em Sakhir puder ser levada em consideração na avaliação, os primeiros sinais foram bastante positivos.

A disputa envolveu ultrapassagens em todos os setores da pista, com diversas brigas no pelotão — incluindo uma dramática pela liderança — e uma ordem de forças diferente da vista no ano passado. A Ferrari sobrou, a Mercedes saiu feliz com um resultado que parecia inalcançável, e Red Bull e McLaren deixam o deserto bareinita rumo à Arábia Saudita com a pulga atrás da orelha.

Confira abaixo dez destaques — alguns positivos, outros negativos — observados no GP do Bahrein, corrida de abertura da Fórmula 1 em 2022:

1. Verstappen x Leclerc

Na nova Era da Fórmula 1, uma batalha da nova geração para iniciar a temporada com a sensação de que o regulamento técnico vai fazendo efeito. Líder da corrida, Charles Leclerc viu Max Verstappen se aproximar na volta 16 e conquistar a ultrapassagem na reta principal com a abertura da asa móvel. No entanto, conseguiu se manter no rastro do atual campeão mundial e deu o troco, em disputa que se seguiu durante algumas voltas com os pilotos se alternando na primeira colocação.

No final, melhor para o monegasco, que sustentou a liderança e levou a bandeirada em primeiro lugar. No final, ainda viu os rivais da Red Bull abandonarem a corrida, o que possibilitou um 1-2 da Ferrari com Carlos Sainz em segundo lugar.

2. Muitas ultrapassagens

Carros totalmente remodelados, pilotagem diferente, pilotos precisando se acostumar, engenheiros quebrando a cabeça para conseguirem alguma vantagem e até mesmo novos pneus. O novo regulamento técnico veio para revolucionar a Fórmula 1 com um propósito básico: permitir corridas mais emocionantes, com mais disputas nas pistas e ultrapassagens entre os pilotos.

Para isso, foi necessário resolver a turbulência gerada pelos carros, que deixavam um rastro de ‘ar sujo’ para o rival de trás, dificultando a aproximação e causando desgaste excessivo nos pneus de quem tentava perseguir. Assim, a aerodinâmica dos monopostos foi totalmente remodelada para 2022, inclusive com a volta do efeito-solo, para que as disputas sejam ainda mais emocionantes.

E se a primeira corrida do ano pode ser levada em consideração, o regulamento vem cumprindo seu propósito. O GP do Bahrein reservou disputas em praticamente todos os setores do pelotão, seja pela liderança da corrida ou para entrar no top-10. Ficou perceptível que qualquer erro cometido pelos pilotos pode ser fatal para perder a posição, e quem ganha com isso é o público.

3. Pit-stops da Mercedes

A Mercedes sai muito feliz do Bahrein com o resultado inesperado — Lewis Hamilton em terceiro, George Russell em quarto — e os pontos conquistados com o abandono das duas Red Bull. No entanto, o trabalho no pit-lane ficou longe do desejado. Além de ter admitido um erro ao ver Hamilton forçar os pneus duros na saída para o stint e corrigir na parada seguinte, pedindo para o piloto “pegar leve” com os compostos, o tempo das trocas de pneu da equipe em nenhum momento ficaram abaixo dos 3s.

Para efeito de comparação (falaremos mais sobre isso abaixo), a Ferrari ganhou pelo menos 1s5 em um dos pit-stops em relação ao tempo da Mercedes, que levou quase 4s para trocar os pneus de Russell. A equipe alemã vem de um 2021 de alguns erros estratégicos que se mostraram determinantes para a perda do campeonato, e o começo de 2022 não indicou grandes mudanças neste sentido — apesar do resultado positivo.

Mercedes não conseguiu fazer nenhuma das dez paradas mais rápidas da corrida, enquanto Red Bull e Ferrari foram bem no quesito (Arte: DHL)

4. Pit-stops da Ferrari

A Ferrari, grande vencedora do dia no Bahrein com os dois carros nas duas primeiras colocações, fez o oposto da Mercedes no pit-lane. A equipe italiana registrou paradas de 2s3 e 2s4 com Carlos Sainz, por exemplo, e 2s5 com Charles Leclerc. Ainda que a atual campeã do Mundial de Construtores não tenha apresentado condições para batalhar com os ferraristas, a velocidade nas trocas foi fundamental para evitar a perda da liderança para Max Verstappen.

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5. Péssimo dia para motores Mercedes

Ainda que a Mercedes tenha conquistado um bom resultado no Bahrein com dois carros no top-4, uma coisa é certa: a equipe está longe do patamar que atingiu nos últimos anos, ao dominar a Fórmula 1. Hamilton e Russell já estavam conformados com o quinto e o sexto lugares, respectivamente, até que a quebra das duas Red Bull permitiu ao heptacampeão subir ao pódio e o #63 chegar logo atrás.

A questão é sobre as equipes clientes da Mercedes, ou seja, que compram os motores da montadora alemã para utilizarem em seus monopostos. Absolutamente todos os últimos seis colocados utilizam unidades de potência fabricadas pelo time de Toto Wolff: Lance Stroll, Alexander Albon, Daniel Ricciardo, Lando Norris, Nicholas Latifi e Nico Hülkenberg, do 12º ao 17º — Verstappen, Sergio Pérez e Pierre Gasly não completaram.

Ainda não ficou claro se o motor foi preponderante no resultado, mas é natural que Aston Martin, McLaren e Williams fiquem com a pulga atrás da orelha em relação ao futuro.

6. Retorno de Kevin Magnussen à F1

Que retorno de Kevin Magnussen à Fórmula 1! Após um ano de ausência, o dinamarquês voltou à mesma equipe que defendeu em seu último ano na categoria — fez parceria com Romain Grosjean até o final de 2020 — e iniciou sua nova caminhada com um belo quinto lugar. Para se ter uma ideia do feito, os dez pontos conquistados pelo piloto representam mais do que o triplo da pontuação feita por toda a equipe nas duas últimas temporadas somadas: três.

Haas comemorou muito o quinto lugar de Kevin Magnussen no Bahrein (Foto: Haas)

7. Estreia de Bottas na Alfa Romeo

Boa estreia de Valtteri Bottas na Alfa Romeo! Pentacampeão de Construtores pela Mercedes entre 2017 e 2021, o finlandês fez uma excelente classificação com o sexto lugar no grid, mas teve uma largada para esquecer. O piloto não conseguiu encontrar a tração ideal no apagar das luzes e acabou sendo ultrapassado por diversos carros logo no início, despencando no pelotão.

No entanto, Bottas conseguiu se manter livre de acidentes e iniciou uma corrida de recuperação, auxiliado pela estratégia — que deu certo — da Alfa Romeo e pela potência do motor Ferrari. Em sua primeira corrida pela nova equipe e ainda se adaptando da melhor forma à C42, Valtteri conseguiu demonstrar regularidade ao longo das 57 voltas para escalar o pelotão novamente e encerrar com um ótimo sexto lugar.

8. Retorno de Alexander Albon e estreia na Williams

Alexander Albon fez seu retorno ao grid da Fórmula 1, desta vez pela Williams, e demonstrou que o calvário da equipe de Grove deve continuar por mais algum tempo. Pouco competitiva e com um motor Mercedes que ainda levanta dúvidas em relação à eficiência, o tailandês não conseguiu passar do 13º lugar.

Em relação ao desempenho individual, vale destacar que o ex-Red Bull terminou a corrida quase 10s à frente de Nicholas Latifi, seu companheiro de equipe — e que já ocupa um posto na Williams desde 2020, enquanto Albon passou um ano fora da categoria. Além disso, Alex se colocou à frente dos dois pilotos da McLaren — que vive um início terrível de 2022 —, algo que o canadense não conseguiu fazer.

9. Pesadelo da McLaren

Após conquistar o terceiro lugar no Mundial de Construtores em 2020, a McLaren vem descendo ladeira abaixo. Iniciou bem a disputa no ano passado, mas perdeu fôlego e não foi párea para o equilíbrio da Ferrari, que tomou o posto em 2021. Agora, a penúria é ainda maior e a equipe viu Daniel Ricciardo e Lando Norris se arrastarem no fundo do grid na estreia do campeonato — antes de finalizarem em 14º e 15º, respectivamente.

Depois de viver diversos problemas — principalmente em relação à confiabilidade — durante a pré-temporada, os primeiros sinais em corrida foram piores ainda, com pouca resistência a ultrapassagens e dois carros lentos na pista. A fábrica de Woking vai precisar trabalhar muito para corrigir o curso, já com o campeonato em andamento.

AlphaTauri de Pierre Gasly chegou a pegar fogo no Bahrein, ativando o safety-car (Foto: Twitter/Pierre Gasly)

10. Direção de prova

Por fim, a grande polêmica do final da temporada 2021 não deu as caras na estreia de 2022. Em todos os momentos em que a direção de prova foi acionada no Bahrein — foram poucos, é verdade —, os comissários ficaram em segundo plano em relação ao espetáculo. No safety-car gerado pelo incêndio na AlphaTauri de Pierre Gasly, por exemplo, a mensagem de que todos os retardatários poderiam ultrapassar o carro de segurança gerou até mesmo alguns memes na internet — pela diferença em relação à decisão tomada por Michael Masi em Abu Dhabi, no ano passado.

No entanto, novamente a velocidade na tomada da decisão voltou a deixar a desejar. Apesar de ter seguido o procedimento padrão, foi impossível não notar que o comunicado poderia ter sido definido algumas voltas antes. Mas no geral, a estreia da nova estrutura, com dois diretores de prova se alternando — Niels Wittich e Eduardo Freitas —, um conselheiro-sênior — Herbie Blash — e uma espécie de árbitro de vídeo, foi com o pé direito.

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