Da Indy 500 marcante até a polêmica do push-to-pass: relembre os momentos que vão marcar a Indy 2024 na história do automobilismo

A Indy viveu uma temporada de altos e baixos. Apesar de polêmicas, decisões equivocadas e a lisura do campeonato sendo até questionada, pudemos ver também uma das melhores 500 Milhas de Indianápolis da história e a consagração de um tricampeão, que entra para a história da categoria em tempo recorde.

No 10+ desta semana, o GRANDE PREMIUM separa as principais histórias de um ano conturbado, mas que foi também inesquecível.

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O push-to-pass em St. Pete

Chevrolet dominou o pódio em St. Pete, abertura da Indy em 2024 (Foto: Indycar)

Josef Newgarden abriu a temporada 2024 da Indy de forma impiedosa, atropelando a concorrência e vencendo o GP de São Petersburgo, nas ruas da Flórida. O que parecia o início de uma forte campanha do americano rumo ao tricampeonato acabou virando farofa 45 dias depois. A Indy descobriu que a Penske estava manipulando o sistema de push-to-pass na corrida e acabou desclassificando o americano e o companheiro de equipe Scott McLaughlin, entregando a vitória nas mãos de Pato O’Ward.

A impactante decisão acabou sendo crucial para o ano de Newgarden, que não figurou entre os candidatos ao título e começou a ter o status questionado pelos próprios pilotos da categoria e especialmente pelos fãs, puxando a pecha de “vilão” da categoria.

O fracasso do Desafio do US$ 1 Milhão

(Foto: IndyCar)

Como uma das novidades do calendário de 2024, a Indy anunciou o Desafio do US$ 1 Milhão, uma corrida sem valer pontos para o campeonato com um estranho formato “feito para a TV”, realizado no The Thermal Club, um autódromo privado localizado na região de Palm Springs, na Califórnia.

O experimento foi terrível e sequer valia US$ 1 Milhão. Os fãs foram agraciados com uma corrida estranha, de regras inexplicáveis e que teve a vitória tranquila de Álex Palou. A partir de 2025, o evento passa a ser uma corrida tradicional e valendo pontos para o campeonato, sem a mistureba tão criticada.

A volta por cima de Newgarden e o drama de Pato

Josef Newgarden (Foto: Indycar)

Maio sempre chega. E que maio foi! Após um início de temporada muito conturbado, a Indy trouxe uma das melhores edições da história das 500 Milhas de Indianápolis, destacada pela intensa batalha entre Josef Newgarden e Pato O’Ward, que se deu até a última curva da última volta. Melhor para o americano, que se tornou o primeiro piloto duas vezes vencedor da Indy 500 desde Helio Castroneves.

O choro de Pato, claramente abalado pela segunda derrota traumática no Brickyard, sensibilizou a comunidade do esporte a motor. Como ele mesmo disse: “É esse lugar. Faz isso com as pessoas”.

O vaivém da McLaren

Nolan Siegel (Foto: IndyCar)

Sem Álex Palou, a McLaren teve um ano para lá de conturbado com o carro #6. Inicialmente, David Malukas foi contratado após boa passagem pela Dale Coyne, mas o piloto fraturou a mão em um acidente de bicicleta pouco antes da temporada começar. Sem prazo rápido de retorno, teve o contrato rescindido. Callum Ilott e Théo Pourchaire dividiram o #6 na ausência de David.

Eventualmente, a McLaren optou por dar um contrato longo a Pourchaire, atual campeão da Fórmula 2. Porém, antes do GP de Laguna Seca, o vínculo foi rompido para que o time acertasse com Nolan Siegel, que após passagens por Dale Coyne e Juncos, tinha acabado de vencer as 24 Horas de Le Mans na classe LMP2. O argumento da equipe foi que Pourchaire poderia ser convocado pela Sauber, equipe cujo é reserva na F1, a qualquer momento

O ano conturbado de Canapino

Agustín Canapino está fora da Indy (Foto: IndyCar)

Agustín Canapino até melhorou o desempenho em sua segunda temporada na Indy, mas as polêmicas marcaram sua trajetória mais uma vez. Depois de um acidente com Théo Pourchaire no GP de Detroit, viu fãs argentinos atacarem virtualmente o piloto francês, assim como aconteceu com Callum Ilott em 2023. Desta vez, Agustín não repudiou os compatriotas, gerando um climão que resultou na ruptura da aliança comercial de Juncos e McLaren.

A pressão foi tão forte que Canapino se retirou da corrida seguinte, em Road America, onde foi substituído por Nolan Siegel. O argentino voltou, mas o desempenho não era mais o mesmo e as três batidas seguidas forçaram a equipe a tirá-lo para tentar garantir a vaga no Leader’s Circle, o que aconteceu pelas mãos de Conor Daly.

A retomada de Power aos triunfos

Will Power venceu GP de Portland com autoridade e sonha com continuidade na Indy (Foto: IndyCar)

Will Power viveu um 2023 complicado. Junto dos graves problemas de saúde da esposa, Liz, passou em branco pela primeira vez desde 2008. Porém, 2024 marcou a volta por cima do australiano, que foi, junto de McLaughlin e O’Ward, um dos maiores vencedores da temporada, com triunfos em Road América, Iowa e Portland.

Acabou não sendo suficiente para um título, mas 2024 certamente ajudou Power a recuperar o status que já teve na categoria.

A entrada dos motores híbridos

Pato O’Ward (Foto: Indycar)

Após anos de atraso, o sistema híbrido finalmente entrou na Indy. Foi no meio de temporada, é claro, mas não deixa de ser um passo de avanço da categoria para a modernidade. A corrida inaugural com o novo gerenciamento de energia e potência teve a vitória de Pato O’Ward. Muitas falhas aconteceram de lá para cá e excesso de troca de motores, mas são os primeiros passos de uma nova era.

Herta encerra jejum e leva vice

Colton Herta e o troféu do vencedor do GP de Nashville (Foto: IndyCar)

Colton Herta até apareceu na liderança da Indy depois das primeiras três etapas do campeonato, mas a avaliação do americano tinha cara de ficar negativa depois dos erros na Indy 500 e no GP de Detroit.

Apesar disso, deu a volta por cima, emplacando um ano cheio de pódios e premiado com as vitórias em Toronto e Nashville. Os resultados colocaram o americano como o vice-campeão, dando estabilidade após uma sequência de temporadas difíceis.

O brilho de Ferrucci

Ferrucci cumprimenta membro da Foyt após anotar pole em Portland (Foto: IndyCar)

Santino Ferrucci definitivamente não é dos pilotos mais queridos do grid, mas o 2024 do americano foi implacável. Virou uma presença frequente entre os primeiros, seja em mistos ou em ovais. O ápice veio com a surpreendente pole-position em Portland.

No fim, ele finalizou a temporada com 367 pontos e na nona posição. Foi o primeiro top-10 de um piloto da Foyt desde 2002.

Um título para a história

Álex Palou (Foto: Indycar)

Pela primeira vez desde Dario Franchitti, um piloto conseguiu levantar a Astor Cup em temporadas consecutivas. Álex Palou não foi impecável como em 2023, e até sofreu de azares muitas vezes, mas mostrou também que é o principal piloto da atualidade e segue galgando espaço entre os grandes nomes da história do automobilismo americano, mesmo com meia década de participação na Indy até aqui.

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