Em um ano de tantas novidades, fica até difícil saber para onde olhar na retomada do campeonato pós-férias. Por isso, o GRANDE PREMIUM listou dez pontos importantes na reta final do Mundial 2022

QUARTARARO CRESCE E MARCA DIFERENÇA NA PRIMEIRA METADE DA MOTOGP 2022

A MotoGP teve uma primeira parte de temporada marcada por lances inesperados, protagonistas diversos e vencedores inéditos, mas a segunda metade da disputa promete ser igualmente empolgante. Às vésperas da retomada da disputa pós-férias, fica até difícil saber para onde olhar e, por isso, o GRANDE PREMIUM listou alguns temas que merecem atenção do espectador na reta final de 2022.

Embora Fabio Quartararo tenha sido o homem forte nas primeiras 11 corridas do ano, a disputa pelo título está longe do fim, assim como a composição do grid do próximo ano. Estes e outros assuntos fazem parte da relação de assuntos-chave deste 10+.

A MotoGP retoma a temporada no início de agosto para as nove corridas restantes (Foto: Yamaha)

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Bastianini x Martín

Na retomada das atividades, o confronto entre Enea Bastianini e Jorge Martín pela vaga no time de fábrica da Ducati promete atrair as atenções. A fábrica italiana já prometeu aos dois contrato, salário e motos oficiais em 2023, mas só um deles vestirá o tradicional vermelho para formar par com Francesco Bagnaia.

Até o ano passado, Martín era favorito claro para a posição, mas Bastianini virou o jogo com um começo de ano espetacular. Enquanto a GP22 demorou a engrenar, o titular da Gresini aproveitou que a GP21 era bem afiadinha e conquistou três vitórias nas primeiras sete corridas do ano, passando boa parte da primeira metade do campeonato na briga pelo título.

Os tombos, porém, entraram em cena para afastar o contratado de Nadia Padovani de Fabio Quartararo, o líder do Mundial de Pilotos. Enquanto isso, a Ducati pegou a mão da nova Desmosedici — assim como a Pramac e a VR46 — e Martín passou por uma cirurgia para resolver o problema de túnel do carpo que vinha incomodando desde o início da temporada.

Enea Bastianini disputa com Jorge Martín a vaga no time de fábrica (Foto: Divulgação/MotoGP)

Chefão da casa da Bolonha, Claudio Domenicali entendeu que os pilotos não tinham tido as mesmas condições em 2022 e, por isso, decidiu dar tempo ao tempo: protelou mais um pouco a decisão final. Com uma das melhores motos do grid, a Ducati pôde se dar ao luxo de esperar. Assim, os GPs da Grã-Bretanha e da Áustria prometem ser decisivos na disputa entre o italiano e o espanhol. A nacionalidade, aliás, não deve ser decisiva. Pelo menos, essa é a alegação da fábrica.

Na tabela de classificação, a vantagem hoje é de Enea, que ocupa a quinta colocação no Mundial de Pilotos, com 105 pontos, 67 a menos que Quartararo. Martín aparece só em 11º, com 70 tentos.

Dança das cadeiras: como ficam as vagas que faltam para 2023?

A sucessão de Jack Miller na Ducati, porém, não é a única vaga em aberto no grid de 2023. Outros dez lugares seguem disponíveis. Uns nem tanto assim, é verdade. Na LCR Honda, por exemplo, Álex Rins já queimou a largada e confirmou que vai correr por lá – antes mesmo que o anúncio oficial feito pela equipe. Do outro lado dos boxes, contudo, a coisa fica mais interessante.

O posto hoje é de Takaaki Nakagami, mas o japonês está ameaçado por Ai Ogura, que briga pelo título da Moto2 e desperta o interesse da Honda pelas mesmas razões que motivaram a promoção de ‘Taka’ à MotoGP: o passaporte japonês.

Quem também tem uma vaga em aberto é a Honda. O lugar hoje é de Pol Espargaró, mas os rumores indicam que o catalão voltará aos braços da KTM, agora para vestir o uniforme da Tech3. O favorito à vaga ao lado de Marc Márquez é Joan Mir, que ficou a pé com a decisão da Suzuki de abandonar a MotoGP no fim do ano.

Na Pramac, nenhum anúncio oficial foi feito, mas a Ducati já antecipou que Zarco vai ficar. A outra vaga é de quem perder a disputa pelo lugar no time de fábrica, ou seja, Martín ou Bastianini.

Lugar de Takaaki Nakagami na LCR também está ameaçado (Foto: Divulgação/MotoGP)

A RNF Aprilia tem duas vagas em aberto e passou a ser uma das equipes mais cobiçadas, já que a RS-GP vive um grande momento. Miguel Oliveira é especulado em uma das motos, mas a KTM ainda tenta manter o português. O também estudante de odontologia já negou voltar à Tech3, mas alguns rumores indicam que a grupo Pierer Mobility está interessado em assumir o lugar da Suzuki com a marca GasGas, o que poderia abrir uma nova possibilidade ao piloto de Pragal.

A Tech3 também aguarda o desfecho desta situação, mas não parece inclinada a manter Raúl Fernández. Estrela da Moto2 no ano passado, a espanhol decepcionou na estreia, mas também aparece em algumas listas de candidatos à RNF — também por contar com o apoio de Aleix Espargaró. Remy Gardner também tem a permanência incerta na estrutura de Hervé Poncharal.

A VR46 tampouco renovou oficialmente com Luca Marini e Marco Bezzecchi, mas não deve trocar os pilotos para 2023.

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Aprilia conseguirá manter o fôlego?

O crescimento da Aprilia foi notório nos últimos anos, mas a briga pelo título de 2022 é uma surpresa. A casa de Noale é a grande novidade da temporada e, nas 11 primeiras corridas do ano, mostrou uma moto confiável, versátil e potente.

Aleix Espargaró foi um dos grandes destaques da primeira parte da temporada (Foto: Divulgação/MotoGP)

Nas pistas que restam pela frente, Aleix Espargaró terá o desafio de cortar a vantagem de 21 pontos de Fabio Quartararo na liderança do Mundial de Pilotos. A margem não é tão grande assim, mas o catalão luta contra um piloto que tem sido próximo de perfeito no campeonato na luta pelo bi da MotoGP.

O desafio é grande, mas se conseguir dar um passinho mais em relação ao que fez antes da pausa para as férias, a Aprilia é uma ameaça e tanto ao trono de ‘El Diablo’.

Ainda dá tempo de a Ducati voltar à briga pelo título de 2022?

A Ducati foi para o campeonato de 2022 como grande favorita ao título, mas o rótulo descolar depois de sofrer para fazer a GP22 funcionar. Mais manhosa do que a antecessora, a nova moto tardou em ser domada, o que afetou a performance dos pilotos.

Francesco Bagnaia sofreu quatro quedas em 11 corridas na primeira metade de 2022 (Foto: Ducati)

Além disso, Francesco Bagnaia errou demais e, com quatro tombos em 11 corridas, hoje aparece em quarto na tabela, com 66 pontos a menos do que Quartararo. Titular da satélite Pramac, Johann Zarco é o melhor colocado entre os pilotos Ducati e tem a terceira posição, com 58 pontos menos que o conterrâneo.

São diferenças elásticas em ambos os casos, mas, com 225 pontos ainda em disputa, restam pontos o bastante para a marca de Borgo Panigale voltar à briga. Para isso, porém, será necessário limar os erros da primeira parte da campanha 2022.

A Honda ainda tem salvação em 2022?

Parece um mundo paralelo olhar para a classificação do Mundial de Construtores da MotoGP e encontrar a toda-poderosa Honda na lanterna. Com só 85 pontos conquistados em 85 etapas, a marca da asa dourada hoje amarga a última colocação entre as seis fábricas na disputa, 161 pontos atrás da líder Ducati.

Chefe do time, Alberto Puig não titubeou antes de assumir que é um ano muito aquém das possibilidades da marca. Mas o problema é que também não parece haver uma luz no fim do túnel. Com Marc Márquez ainda sem uma previsão de retorno após a quarta cirurgia no braço direito, os japoneses estão nas mãos de Pol Espargaró, Stefan Bradl, Álex Márquez e Takaaki Nakagami, um quarteto que já mostrou que não consegue fazer mágica com a RC213V.

Pol Espargaró não conseguiu corresponder à expectativa na Honda (Foto: Repsol)

É claro que a tabela de pontuação é a prova cabal da temporada decepcionante da Honda, mas os indícios até que positivos da pré-temporada deixam tudo ainda mais desanimador. Ainda na fase de testes para 2022, parecia que os engenheiros tinham encontrado um bom rumo com a RCV, mas nada acabou por se consolidar.

A Honda precisa, urgentemente, achar um rumo com a moto, não só para 2022, mas também olhando para 2023. O problema é que a solução parece residir apenas em Marc Márquez, que não pode, de forma nenhuma, desviar um milímetro da recuperação física para tentar salvar a moto, já que corre o risco de mais uma vez comprometer a recuperação e voltar a andar em círculos como tem feito desde o acidente na abertura da temporada 2020.

O BBB da recuperação de Marc Márquez

Não que existam câmeras seguindo Marc Márquez 24 horas por dia, mas todo mundo está contando as horas para saber quando o espanhol volta à ativa na MotoGP. Por enquanto, os médicos não deram prazos.

Foi só em meados de julho que ele foi liberado para iniciar a fisioterapia no braço direito, assim como iniciar os treinos cardiovasculares. Ao que tudo indica, Marc está nas mãos de médicos prudentes e cautelosos — como deveria ter sido desde o início, aliás —, que estão preocupados em garantir a integridade física dele e não a posição final na tabela do campeonato. Assim sendo, não há pressa para colocá-lo de volta em cima da RC213V. Não da parte dos clínicos, pelo menos.

Marc Márquez segue em recuperação, mas ainda sem data para voltar (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Do lado de quem assiste, todavia, já são mais de dois anos sem AQUELE Marc Márquez. Ele até apareceu em uma pista anti-horária aqui e ali, mas os espectadores também estão curiosos para saber se ele voltará a ser o mesmo de antes. Ainda mais diante desta nova geração de pilotos que chegou na MotoGP. A data de retorno certamente é uma expectativa para o restante de 2022.

As últimas semanas da Suzuki na MotoGP

Mais uma vez, a Suzuki vai se despedir da MotoGP. E, desta vez, sequer sem a promessa de um dia retornar. A marca de Hamamatsu pegou todo mundo de surpresa depois do GP da Espanha, justamente quando vivia uma ótima fase, ao anunciar que iria encerrar as atividades no Mundial de Motovelocidade no fim do ano.

Por causa de um contrato vigente com a Dorna até o fim de 2026, as coisas não foram assim tão simples. Foi preciso negociar e o processo se estendeu até meados de julho, mas isso era apenas uma questão financeira: a saída já estava definida. E teve impacto direto na performance de Álex Rins e Joan Mir.

Até então, os dois vinham negociando a renovação dos contratos com a equipe e estavam, inclusive, próximos de chegar a um novo acordo de mais dois anos. Agora, ambos buscam a recolocação profissional. Álex já entregou que vai para a LCR Honda, enquanto Joan é o mais cotado para assumir a vaga de Pol Espargaró na equipe oficial da fábrica da asa dourada. Resta saber o que será dos demais funcionários. Haverá uma equipe substituta? Será possível recolocar todos os técnicos, mecânicos e engenheiros? Por enquanto, tudo é ainda muito incerto.

Joan Mir ainda não tem vaga na MotoGP em 2023 (Foto: Divulgação/MotoGP)

Carmelo Ezpeleta, diretor-executivo da Dorna, a promotora do campeonato, diz que não vai aceitar nenhuma equipe satélite, o que acaba com o sonho da Leopard de se aventurar na classe rainha. Mas alguns rumores apontam para uma eventual entrada da GasGas. Apesar de a empresa espanhola que promove o certame ter falado no interesse de muita gente, pouco de sabe até aqui.

Como, efetivamente, chegará ao fim a história da Suzuki na MotoGP é um assunto para as próximas nove corridas do ano.

KTM: tem luz no fim do túnel?

Até aqui, o ano dos austríacos foi bem do apagadinho. Com exceção da vitória de Miguel Oliveira no GP da Indonésia, foram pouquíssimos os momentos de destaque da casa de Mattighofen. O principal destaque negativo talvez esteja na Tech3, já que a expectativa em torno de Raúl Fernández e Remy Gardner era bastante alta.

Nas primeiras 11 corridas de 2022, contudo, os novatos decepcionaram. Principalmente o espanhol. No cenário atual, os dois sequer têm a permanência na MotoGP assegurada.

KTM vê melhora na classificação como chave para melhor resultado em 2022 (Foto: KTM)

Para as nove etapas restantes, a KTM foca na melhor performance de classificação, já que entende que largar mais para frente é a maneira de conseguir resultados mais positivos na classe rainha do Mundial de Motovelocidade.

Franco Morbidelli: cadê a velha forma?

O ítalo-brasileiro não é mais o mesmo. Depois do vice-campeonato de 2020, Franco viu a carreira mudar: além de uma séria lesão no joelho direito, que o manteve afastado da MotoGP por um longo período, o pupilo de Valentino Rossi foi promovido para a equipe de fábrica da Yamaha, assumindo o lugar que era de Maverick Viñales.

A mudança de cenário trouxe não só a moto do ano, mas também a separação de Ramón Forcada, o experiente chefe de equipe com quem Franky trabalhava nos tempos da satélite SRT. Agora com a equipe técnica sob o comando de Patrick Primmer, Morbidelli vem sofrendo para desempenhar.

Franco Morbidelli ainda não conseguiu mostrar boa forma na equipe de fábrica da Yamaha (Foto: Yamaha)

Em um ano em que apenas Fabio Quartararo consegue fazer a YZR-M1 render bem, Morbidelli ocupa só a 19ª colocação no Mundial de Pilotos, com 25 pontos, quase sete vezes menos do que o companheiro de equipe. Neste cenário, muito se falou sobre a posição do #21 estar ameaçada na equipe, mas, no momento em que assinou o contrato para a trocar a SRT pelo time de fábrica, Franco assinou para 2023 também, o que lhe deu mais segurança para a próxima temporada.

Massimo Meregalli, chefe do time, deu um voto de confiança, mas a insatisfação com a performance é evidente. Do lado da fábrica e também do piloto. Resta saber se Morbidelli conseguiu aproveitar as férias para encontrar a forma perdida.

Quartararo: rumo ao bicampeonato da MotoGP?

Pelo tanto que reclamou da YZR-M1 no início do ano, Quartararo parecia muito, muito longe do bicampeonato. Mas, no instante em que aceitou a moto como ela é e passou a trabalhar para extrair o melhor da Yamaha, ‘El Diablo’ só fez se impor. Somando uma média de 15,6 pontos por etapa, o francês construiu uma gordura de 21 pontos de vantagem no Mundial de Pilotos e hoje parece brigar com certo conforto pelo segundo título na MotoGP.

Fabio Quartararo tem sido o único a extrair o máximo da moto da Yamaha (Foto: Yamaha)

Agora membro da Legião de Honra da França, Fabio faz uma temporada inteligente, aproveitando as oportunidades tal qual elas se apresentam. Mantendo a linha de melhorar ano a ano, o jovem de Nice é hoje um piloto mais completo e um desafio muito maior para a concorrência.

É claro que o déficit de velocidade da Yamaha pode representar um problema aqui e ali, mas se continuar sólido na tática de neutralizar os problemas, Quartararo pode perfeitamente alcançar o bicampeonato no final da temporada.

MotoGP agora entra em férias e volta à ativa apenas no dia 7 de agosto, com o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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