O final emocionante do GP de Abu Dhabi foi o ápice de um grande ano, e o título de Verstappen foi merecido - como teria sido merecido o campeonato para Hamilton

Para dar uma dimensão do que foi esse GP de Abu Dhabi, em Yas Marina, devo começar esta análise informando que o texto estava quase pronto, contando todas as glórias de Lewis Hamilton pelo oitavo título mundial. Porém, o destino – e uma batida de Nicholas Latifi – quis outra coisa. Max Verstappen venceu a prova e, neste 12 de dezembro, é o mais novo campeão mundial da Fórmula 1.

A decisão foi histórica. Podemos aqui reclamar da batida da Williams, das diferentes estratégias de Red Bull e Mercedes, de quem poderia mais, menos, das decisões dos comissários… O fato é que a última volta da última etapa do campeonato é apenas o clímax de um ano incrível para o automobilismo.

Nesses ciclos que a vida dá, foi justamente Hamilton que perdeu o campeonato nesses últimos metros – em uma situação inversa ao que ocorreu em 2008, quando o inglês levou o título nas últimas curvas do GP do Brasil.

Uma das ironias da vida.

Liderando apenas uma volta no GP de Abu Dhabi, Verstappen levou a vitória – e o título (crédito: reprodução / Twitter/@F1

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Acontece que, em uma temporada espetacular, esse final de ano foi incrível para ambos postulantes ao título. A volta por cima da Mercedes e de Lewis desde a etapa de Interlagos é digna de entrar para a história, também. O heptacampeão estava em seu melhor, enquanto o time anglo-alemão encontrou o ponto ótimo do Mercedes-AMG F1 W12 E Performance.

Verstappen sentiu o baque dessa recuperação do adversário, sim. Não é por menos: o holandês nunca havia sentido tamanha pressão, ao mesmo tempo em que nunca esteve na vida tão próximo do título. Foi um batismo de fogo, como o próprio Hamilton passou no final de 2007 – principalmente, naquele ano, nos GPs da China e Brasil.

Acontece que o holandês deu a volta por cima, também. Fez o possível dentro do carro em Yas Marina, deu o máximo dentro da estratégia estabelecida pelo time. Assumiu a liderança na última volta contando com a sorte, é verdade – mas teve a competência para estar na melhor condição possível para aproveitar essa sorte, além de ultrapassar o adversário.

Hamilton também tem muito o que se orgulhar. Como dito, o que ele fez neste ano, principalmente no trecho final do campeonato, é digno de nota. No braço, o heptacampeão foi impecável neste domingo.

A gente pode criticar as decisões estratégicas da Mercedes. Uma única parada nos boxes, em um momento errado, não se mostrou o melhor caminho. Mas, estando na frente, o time estava em uma condição mais complicada para ser reativo. Se tivesse ido aos boxes nos safety-cars, o que a Red Bull teria feito? O que teria mudado?

A estratégia de paradas nos boxes foi o grande “pulo do gato” da Red Bull em Yas Marina (crédito: reprodução / Twitter/@RedBullRacing)

Talvez, e só talvez, uma troca de estratégias poderia ter colocado Lewis na condição de atacar na última volta, e não de ser atacado. Mas o “se” não existe.

De qualquer forma, seja Verstappen ou Hamilton, ambos teriam merecido o título.

Agora, por anos, os fãs do inglês irão atacar as decisões da FIA e do diretor de prova, Michael Masi. Como disse, faltou pulso firme para direção e comissários nos momentos mais dramáticos do ano, levando a essa falta de confiança de pilotos e do público. Uma pena.

Inclusive, essa última volta em Yas Marina é reflexo disso: a demora na liberação para os retardatários realinharem no final do pelotão causou um caos na pista, uma desorganização que não ajudou para quem estava mais para trás.

Porém, mesmo com tudo isso e com o que se refere ao GP de Abu Dhabi, não dá para dizer que a FIA teve uma mão na decisão do título, não. Também não tem cabimento o que os fãs do holandês estão dizendo, afirmando que foi “contra tudo e contra todos”. Não foi e os erros dos comissários não tinham alinhamento.

O próprio Lewis teve seus problemas e dificuldades, inclusive a falta de um escudeiro e erros de estratégia da equipe.

Verstappen e Hamilton: ambos mereciam o título neste domingo, 12 (crédito: reprodução / Twitter/@F1)

E se você é fã de Hamilton e ficou com um gosto amargo na boca, não fique. Em números absolutos, o inglês já é o maior da história: recordista de poles (103), vitórias (103), recorde de pódios (182), maior número de pontos na história (4.536,5) e segundo em voltas mais rápidas (59) e muito, muito mais.

Em termos menos objetivos, Hamilton também é o melhor da história, sim. E essa disputa com Verstappen reforça isso. O inglês mostrou que tem muito para dar, ainda.

Agora, o futuro parece ainda mais promissor para Verstappen, também. Aos 24 anos, campeão dessa forma, superando Lewis Hamilton. Um peso enorme sai das costas do piloto do carro #33, podendo abrir a porta para mais títulos. Vai depender, agora, da Red Bull conseguir lhe dar grandes carros com o novo regulamento da F1.

Que 2022 seja tão incrível quanto foi 2021.

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