Aos 26 anos, André Negrão se encontrou completamente na classe LMP2 do WEC. No auge da carreira, o paulista fala ao GRANDE PREMIUM sobre a atual temporada do Mundial de Endurance, a vitória nas 24 Horas de Le Mans e o futuro

André Negrão venceu as 24 Horas de Le Mans (André Negrão venceu as 24 Horas de Le Mans na LMP2)

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A grande vitória da carreira em Le Mans
Ainda que a boa fase não venha de agora, é inegável que a vitória numa das três principais corridas do mundo atraiu os holofotes de vez para cima de Negrão. Ao lado de Lapierre e Thiriet, o brasileiro teve uma prova muito segura, o tempo todo dando pinta de que estaria no pódio de sua classe.
A disputa parecia com o trio da TDS pela segunda colocação, já que a G-Drive – que não participa do campeonato todo – andava muito à frente. Acontece que André e seus parceiros, vencedores do duelo com a TDS, foram promovidos, já no dia seguinte, ao topo do pódio, com a descoberta de que a G-Drive burlou as regras nos boxes.
"Foi incrível, todo mundo quer ganhar um dia em Le Mans. É uma das corridas mais importantes do mundo, uma das três partes da coroa do automobilismo. Foi inacreditável. Recebi a notícia da desclassificação da G-Drive só na segunda-feira, então eu não tive a oportunidade de comemorar no pódio, mas a gente ganhou, isso que realmente importa e eu estou super feliz", diz.
E é claro que não ter a oportunidade de fazer a festa no degrau mais alto do pódio é algo que acaba marcando, mas o paulistano não ficou sentido com isso. André, aliás, mostrou-se bem resignado, já que foi uma situação absolutamente comum de Le Mans, conhecida por suas vistorias que viram a noite seguinte à corrida.
"Claro que é estranho, você quer subir no pódio na primeira posição, ainda mais em Le Mans. É o mais legal, o mais importante, mas não tem muito o que fazer, Le Mans funciona assim mesmo. São muitos carros, então eles começam a vistoriar no domingo e só terminam na segunda, aí acontece algo assim. Mas, falando sério, o que importa mesmo é vencer, mesmo sem ter comemorado no pódio", segue.
(O Alpine #36 de André Negrão)
A 'Supertemporada' 2018/19

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Considerando que a G-Drive, que mostrou muita força na Bélgica e na França, não compete na temporada toda, a Signatech Alpine Matmut precisa olhar para as demais rivais. E André vê uma disputa bastante embolada, apesar da força que o time tem mostrado até aqui.
Para o paulista, a saída da Rebellion para a LMP1 deixa as coisas mais equiparadas com a TDS e com a Jackie Chan, que teve um 2017 bastante interessante e possui grande investimento.
"No começo, achávamos que a Jackie Chan viria muito forte, agora que a Rebellion foi para a LMP1. Só que eles não começaram tão bem e, mesmo com um temor do que eles poderiam fazer em Le Mans, já que ganharam ano passado, não foram tão bem assim. Mas acho que é a nossa maior rival, depois vem a TDS, que também tem um pacote muito legal", analisa.
André sabe que seria mais interessante para o Mundial de Endurance se realmente existisse uma briga na classe principal, a LMP1, mas também vê o lado da Toyota ao falar das vantagens e privilégios que os japoneses têm em cima dos times não-híbridos.
"Não me incomodo [com o fato da Toyota disputar quase sozinha], mas é óbvio que eu preferia que tivessem mais carros brigando. Ano passado mesmo foi bem mais competitivo, hoje a Toyota está sozinha entre os híbridos. Agora, ela está aí, quer fazer o campeonato e tem seu direito e seus méritos por isso".
(André Negrão)

André deixa bastante claro que nunca vai esquecer dos tempos de base na Europa, onde se formou como piloto. Mas isso não quer dizer que não haja mais margem para evolução e é exatamente isso que acontece no WEC.
"Sim, sim, estou bem feliz por aqui. Evoluí bastante, mas eu realmente tinha aprendido já muito na base, especialmente na GP2, coisas que uso até hoje por aqui. Mas eu até falei com meu engenheiro, agradeci por tudo que aprendi", diz.
Questionado se pensa em uma mudança para a LMP1, o paulista explica que não tem muito como prever se isso será possível, já que o WEC passa por um delicado momento de transição após perder, em pouco tempo, a Porsche e a Audi, duas das três grandes montadoras da classe principal do Mundial.
"Sinceramente, minha carreira está bem aberta. Óbvio que tenho meus planos na mente, mas tudo depende. Parece que o próprio WEC vai acabar voltando a ser mais de GT, então é uma fase complicada, de novidades a cada etapa que a gente passa, ou seja, está aberto. Mas por enquanto é seguir no WEC, fazer o melhor trabalho possível, ter um campeonato excelente e poder começar 2019 ainda melhor. Por enquanto, é seguir fazendo o melhor trabalho possível", continua.
(O Alpine #36 de André Negrão)


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O futuro em aberto
Ainda que esteja feliz no WEC, pelo futuro incerto da categoria, é natural que André pense em outras coisas. Aliás, que imagine até outros campeonatos para somar ao atual. E essa segunda opção é bem mais plausível, segundo ele.
"F1 eu acho que não, acho que já passei dessa fase, teria que acontecer algo de extraordinário para alguém me chamar, mas acho muito difícil. A Indy eu teria de voltar aos EUA, também é um caminho a ser considerado, mas seria uma volta aos monopostos, é outro tipo de campeonato, ainda que eu já tenha passado por lá. O WEC está com calendário bem espaçado, então dá para pensar em fazer outro campeonato em paralelo. Mas ainda está aberto, tem muita coisa aberta acontecendo na minha vida agora", lembra.
Uma volta ao Brasil para colocar a Stock Car como segunda categoria – como fazem os pilotos da FE Nelsinho Piquet e Lucas Di Grassi – ainda não está em pauta para Negrão, que vê no ELMS e no IMSA, classes bem próximas ao WEC, suas maiores probabilidades.
"Ainda não seria uma Stock Car. Acho que eu pensaria entre o ELMS, aproveitando que minha equipe é daqui e pensa em fazer no ano que vem ou então o IMSA, que são os mesmos carros nos EUA. Nunca tinha parado para pensar na Stock, nunca conversei com ninguém de lá sobre o assunto, mesmo com minha família tendo bastante história por lá. Mas ainda precisaria sentar e conversar bem com alguém de lá".
Os próximos passos de Negrão seguem sendo uma dúvida, mas algumas coisas estão claras: o brasileiro tem grande chance de repetir o feito do compatriota Bruno Senna e ser campeão na LMP2 e, principalmente, certamente abriu novas portas para oportunidades futuras na carreira.
(O Alpine #36 de André Negrão)
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