Verstappen 2022 × Vettel 2013

Há nove anos, a Red Bull fechou o último capítulo do primeiro volume da sua ‘Era de ouro’ na Fórmula 1: o tetracampeonato de Sebastian Vettel e, consequentemente, o seu também quarto título de Construtores. Naquele ano, Vettel ainda igualou a marca do seu grande ídolo, Michael Schumacher, e passou a dividir com o heptacampeão o recorde de vitórias numa mesma temporada.

Hoje, a mesma Red Bull está muito perto de ver outro piloto seu, Max Verstappen, também igualar ou mesmo superar esse recorde. Mais: com os resultados já obtidos até aqui, pode ver o pupilo holandês conquistar o seu segundo título já neste fim de semana, em Singapura, com cinco corridas de antecedência.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Vettel, o ‘primogênito’ da linha de talentos surgidos da sua academia de pilotos, sagrou-se tetra com mais três provas a serem disputadas, mas num ano em que o calendário da F1 era um pouco menor: 19 corridas, e o caneco foi levantado na 16ª, na Índia.

Há muitas semelhanças entre o ano que Vettel teve em 2013 com o que Verstappen vem tendo no momento. Singapura, que pode marcar o bi de Max, é a 17ª etapa do Mundial 2022. Foi a partir da 11ª etapa da temporada 2013 que Vettel emplacou a surpreendente sequência de nove vitórias — recorde dele até hoje, aliás. Verstappen, por sua vez, já venceu cinco consecutivas da França — a 12ª do calendário — em diante, e ainda há mais seis em jogo para o #1 tentar alcançar a marca de Seb.

Mas em 2013, tal como em 2022, a Red Bull não começou dominante. Naquele ano, Vettel começou a temporada sendo terceiro na Austrália, depois venceu a corrida na Malásia, mas ficou fora do pódio na etapa seguinte, na China. Kimi Räikkönen, com a Lotus, e Fernando Alonso, com a Ferrari, eram os adversários a serem batidos no início e mostraram que dariam certo trabalho ao alemão.

Verstappen também começou esse ano tendo uma Ferrari em seu caminho para superar: a de Charles Leclerc. E para o holandês, foi ainda mais complicado, pois abandonou dois dos três primeiros GPs disputados e viu o monegasco ir ao pódio em todos — duas vezes em primeiro lugar.

Em ambos os casos, porém, a Red Bull mostrou a força e o talento não só de seus respectivos pilotos, como também de todo o seu corpo técnico, e um nome se destaca: Adrian Newey, responsável pela criação do RB9 — a Heidi Faminta —, o último da equipe dentro da era dos motores V8 e que fechou o ano com 68% de aproveitamento.

Esse ano, o RB18 é um dos melhores projetos do grid, e Newey foi o projetista que melhor entendeu a volta do efeito-solo, construindo um carro rápido e grudado ao chão, mas capaz de se adaptar a circuitos mais seletivos e de média velocidade, como na Hungria. E Verstappen, da mesma forma que Vettel em 2013, conduz o carro com maestria e está pronto para colocar 2022 na história como uma das temporadas mais dominantes de um conjunto equipe/piloto na Fórmula 1.

A temporada de Vettel em 2013 até a 16ª etapa (Índia):

Vitórias: 10
Poles: 7
Voltas mais rápidas: 6
Segundos lugares: 1
Terceiros lugares: 1
Abandonos: 1 (Inglaterra)
Pontos: 322
Aproveitamento: 62,5%
Posição: 1º
Obs.: Campeão com três corridas de antecedência (19 GPs ao todo no calendário)

A temporada de Verstappen em 2022 até a 16ª etapa (Itália):

Vitórias: 11
Poles: 4
Voltas mais rápidas: 5
Segundos lugares: 1
Terceiros lugares: 1
Abandonos: 2 (Bahrein e Austrália)
Pontos: 335*
Aproveitamento: 68,75%
Posição: 1º
Obs.: Pode ser campeão na 17ª etapa com cinco corridas de antecedência (22 GPs ao todo no calendário)

* De 2019 em diante, a F1 começou a dar um ponto extra ao piloto dono da volta mais rápida na corrida. Em 2021, a categoria implantou a sprint race, corridas de classificação realizadas aos sábados em alguns fins de semana também valendo pontos no campeonato.

Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Escanteio SP.