As duas vitórias de Sergio Pérez na Fórmula 1 vieram em corridas cheias de reviravoltas. O GRANDE PREMIUM compara os GPs de Sakhir de 2020 e do Azerbaijão de 2021

Ao ser o primeiro a ver a bandeira quadriculada tremular nas ruas de Baku no último domingo (6), Sergio Pérez conquistou sua segunda vitória na Fórmula 1. O piloto da Red Bull se coloca, desta forma, no mesmo patamar de Pedro Rodríguez como o maior vencedor da história de seu país, o México.

Os triunfos de ‘Checo’ tiveram relevâncias distintas para a Fórmula 1 como um todo, mas trazem um ponto em comum: reafirmaram o talento e a capacidade do piloto de 31 anos, nascido em Guadalajara.

A seguir, o GRANDE PREMIUM traça um paralelo entre os GPs de Sakhir do ano passado e o GP do Azerbaijão deste ano e põe as duas primeiras vitórias de Sergio Pérez na Fórmula 1, logradas num espaço de seis meses, sob a lupa.

Conheça o canal do Grande Prêmio no YouTube! Clique aqui.
Siga o Grande Prêmio no Twitter e no Instagram!
Os reis de Indianápolis: números de Castroneves, Foyt, Unser e Mears

GP de Sakhir de 2020

A primeira vez a gente nunca esquece, é o que diz o ditado. E certamente Sergio Pérez nunca vai apagar da memória a primeira vez que subiu no topo do pódio na Fórmula 1. Em um contexto geral peculiar, a categoria desembarcou em Sakhir para uma corrida no anel externo, alternativa para um calendário extremamente comprometido pela pandemia de Covid-19.

À época pela Racing Point, atual Aston Martin, Pérez chegou sem grandes expectativas. E estava pressionado: era a penúltima prova do campeonato e ainda não tinha lugar garantido para 2021. Após ter abandonado na prova anterior com problemas no motor justo quando caminhava para conquistar mais um pódio, a situação para Pérez não era promissora no deserto.

A grande esperança era encantar o coração da Red Bull e ficar com o segundo carro para 2021, mas enfrentava a concorrência de Alexander Albon, o preferido de Christian Horner e Helmut Marko.

Pérez parecia não acreditar em seu primeiro triunfo na Fórmula 1 (Foto: Reprodução Twitter)

Veio o treino classificatório e uma quinta posição no grid. Porém, logo na primeira volta, um revés: acidente com Charles Leclerc e Max Verstappen, e queda para último. Parecia que tudo estava perdido.

Mas Pérez foi brilhante. E a sorte que lhe faltou uma semana antes sobrou ali. Escalou o pelotão e contou com um pit-stop errático da Mercedes em George Russell, substituto de Lewis Hamilton, fora após testar positivo para Covid-19. Valtteri Bottas também perdeu tempo em sua parada.

Com caminho livre, o mexicano viveu momento histórico. O pódio teve ainda dois nomes inusitados: Esteban Ocon, da Renault, e Lance Stroll, companheiro de Pérez, foram segundo e terceiro, respectivamente.

Pérez celebra a primeira vitória na Fórmula 1 (Foto: Twitter / @F1)

No México, o feito foi celebrado com buzinaço nas ruas. Afinal, nenhum mexicano vencia na categoria desde Pedro Rodríguez no GP da Bélgica de 1970. 

Para o campeonato, ‘Checo’ ultrapassou Daniel Ricciardo, à época na Renault, e foi para a quarta posição com 125 pontos. Mesmo após abandonar o GP de Abu Dhabi, manteve a posição. Para a Racing Point, que poucos meses antes havia dispensado Sergio em detrimento de Sebastian Vettel para 2021, o resultado trouxe um gás na luta contra a McLaren pelo terceiro lugar no Mundial.

Alguns dias depois, Pérez foi contratado pela Red Bull. Ficou claro que a primeira vitória na F1 foi um atestado da capacidade do mexicano que tinha, então, 194 corridas disputadas, mas não tinha ido além de nove pódios. Mas tudo mudou naquele 6 de dezembro.

GP DE SAKHIR; 2020; PÓDIO;
O GP de Sakhir marcou a primeira vitória de Pérez e o primeiro pódio e Ocon (Foto: Forix/LAT Photo)

GP do Azerbaijão 2021

Apesar de ainda não selar o futuro de ‘Checo’ na F1 pensando em 2022, a vitória nas ruas de Baku trouxe pontos importantes para o começo de jornada na Red Bull: confiança e afirmação.

Após ser publicamente criticado pelo consultor Helmut Marko, o piloto lavou a alma e se afirmou como grande companheiro para Max Verstappen, que pela primeira vez na carreira tem reais chances de conquistar o Mundial. Desde a saída de Daniel Ricciardo, em 2018, a Red Bull não tinha uma vitória com outro piloto que não fosse Max.

No GP do Azerbaijão, no seu 201º GP na categoria, ‘Checo’ começou o fim de semana indo bem durante os treinos livres. Porém, no caótico treino classificatório, anotou apenas o sétimo tempo. Como consolo, subiu para a sexta colocação por uma punição de Lando Norris causada por infringir a bandeira vermelha no começo da classificação.

Na corrida, largou bem e foi de sexto para quarto. Com Verstappen e Lewis Hamilton ultrapassando o pole Leclerc, a vez de Pérez tomar a terceira colocação veio na sétima volta da prova azeri. Após a troca de pneus na 13ª volta, voltou à frente do heptacampeão e segurou posição, dando a Max Verstappen a chance de abrir vantagem.

Checo celebra com a bandeira mexicana a segunda vitória da carreira na F1 (Foto: Red Bull Pool Content/ Getty Images)

Faltando três voltas para o fim, Verstappen sofreu com um furo de pneu e abandonou após estampar o carro no muro da reta dos boxes em Baku. Bandeira vermelha na pista, e cabia a Pérez, líder, segurar o ímpeto de Hamilton e vencer para somar os pontos necessários e manter a Red Bull na ponta no Mundial.

Após a paralisação, com direito a relargada parada, Hamilton posicionou o carro para atacar e fez exatamente isso, tomando a dianteira por instantes. Mas Lewis se enrolou com um botão que regula temperatura de freio da Mercedes, passou direto na curva e foi para o fim do pelotão.

Estava tudo pavimentado para o segundo triunfo de Pérez, que, mesmo com problemas hidráulicos revelados mais tarde pelo chefe Christian Horner, degustou o vinho frisante no lugar mais alto do pódio.

Se a primeira vitória de Pérez lhe deu sobrevida no grid da Fórmula 1 e deu o impulso que faltava para alcançar o acerto com a Red Bull, o segundo trouxe paz e sensação de dever cumprido, ao menos por enquanto. Sergio, enfim, foi ao pódio pelos taurinos e recebeu fortes abraços de agradecimento e aprovação da chefia de Horner e do sempre exigente e crítico Marko.

O pódio em solo azeri foi uma redenção para os ‘renegados’ da Fórmula 1. Além de Pérez, Sebastian Vettel, que sofria em seu ano de adaptação na Aston Martin, foi segundo. Pierre Gasly, sempre duramente criticado por Helmut Marko e descarte da Red Bull, foi terceiro.

O pódio dos renegados: Pérez, Vettel e Gasly (Foto: Red Bull Pool Content/ Getty Images)

‘Checo’ subiu para a terceira colocação do campeonato, com 69 pontos, e passou Lando Norris, da McLaren, com 3 a menos. Líder do Mundial de Pilotos, Verstappen manteve os 105 pontos, 4 a mais que Hamilton.

Para a Red Bull, dia foi de alívio após flertar com a tragédia. Os taurinos seguiram na ponta do Mundial de Construtores e ampliaram o placar para 174 pontos, enquanto a Mercedes estacionou nos 148, já que tanto Hamilton quanto Valtteri Bottas zeraram.

O abraço sincero de Christian Horner no mexicano é um atestado de adaptação de Pérez na Red Bull (Foto: Red Bull Pool Content/ Getty Images)

Na celebração de sua segunda vitória na F1 e de seu 11º pódio, Pérez não escondeu a felicidade. O mexicano sabe que o triunfo nas capital azeri o levou a um posto de piloto em quem a Red Bull pode confiar.

Na briga entre os escudeiros, abriu larga vantagem contra Bottas, da Mercedesº. Se Marko afirmou que pensará no novo contrato do mexicano apenas nas férias de agosto, com toda certeza a vitória pesará a favor de ‘Checo’, o primeiro piloto a vencer por duas equipes diferentes nesta era híbrida de motores.

Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Escanteio SP.

SÃO PAULO E-PRIX 2023:
SINTA A ENERGIA DA FÓRMULA E

25 de março de 2023 CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA ACESSAR O SITE OFICIAL DE VENDAS E ATIVAR O SEU BENEFÍCIO EXCLUSIVO COM O CÓDIGO SAOPAULOVIP. Comprar Ingresso com desconto

GOSTA DO CONTEÚDO DO GRANDE PRÊMIO?

Você que acompanha nosso trabalho sabe que temos uma equipe grande que produz conteúdo diário e pensa em inovações constantemente. Mesmo durante os tempos de pandemia, nossa preocupação era levar a você atrações novas. Foi assim que criamos uma série de programas em vídeo, ao vivo e inéditos, para se juntar a notícias em primeira-mão, reportagens especiais, seções exclusivas, análises e comentários de especialistas.

Nosso jornalismo sempre foi independente. E precisamos do seu apoio para seguirmos em frente e oferecer o que temos de melhor: nossa credibilidade e qualidade. Seja qual o valor, tenha certeza: é muito importante. Nós retribuímos com benefícios e experiências exclusivas.

Assim, faça parte do GP: você pode apoiar sendo assinante ou tornar-se membro da GPTV, nosso canal no YouTube

Saiba como ajudar