Análise: delicados, kits aerodinâmicos obrigam pilotos a mudar tocada na Indy

Se a prova de abertura da temporada 2015 da Indy em St. Pete foi cheia de ação, as próximas não devem seguir o mesmo enredo. Pela postura agressiva dos pilotos e os novos kits aerodinâmicos, muito delicados, é possível que os pilotos tenham de fazer mudanças drásticas no estilo de tocada

A temporada 2015 da Indy começou com relativas emoções na prova de São Petersburgo, etapa de abertura do campeonato que aconteceu neste domingo. Mais que o notável domínio da Penske, a prova chamou a atenção pela inacreditável quantidade de peças quebradas em virtude de toques, que levaram a uma série de paralisações e impediram que a corrida fluísse.
 
Para se ter uma ideia, a transmissão oficial chegou por vezes a fazer uso de suas estatísticas para passar um placar de asas quebradas da Honda e da Chevrolet. Jack Hawksworth terminou a prova com a asa avariada porque já não mais tinha reserva; seu companheiro na Foyt, Takuma Sato, teve de pegar uma peça da Dale Coyne; entre outras coisas pouco comuns de serem vistas.

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É bem verdade que o número de incidentes caiu drasticamente nas últimas 50 voltas, mas isto, provavelmente, já mostra que os pilotos notaram que teriam de tirar o pé e que não poderiam ser tão agressivos com os novos pacotes aerodinâmicos.

 
Ficou claro nesta primeira etapa que os kits estão muito delicados. Quase que qualquer contato, por mais leve que seja, já causa danos, vários pedaços espalhados pela pista e, consequentemente, uso de peças reservas e acionamento de bandeiras amarelas – o que picou muito a primeira metade do GP de St. Pete.
 
Embora os novos kits aerodinâmicos tenham sofrido muitas críticas durante a primeira corrida – algumas pela aparência, mas a grande maioria pela confiabilidade, ou falta dela –, Tony Kanaan é um dos que não acham que o problema está neles, mas, sim, na postura dos pilotos.
 
“Não se pode bater nos outros, só isso. É corrida de monopostos, não é turismo”, disse o piloto da Ganassi após conquistar o terceiro lugar na pista da Flórida.
 
Os kits da Honda foram os que mais sofreram com as críticas. Além das equipes da marca japonesa terem ficado atrás das Chevrolet durante quase todo o final de semana, a Honda teve a maioria esmagadora de asas dianteiras danificadas. Na volta 60, o placar da transmissão apontava 7 a 1 para os asiáticos.
O placar apontava sete a um para a Honda em asas quebradas (Foto: Reprodução/Twitter)
É muito difícil que haja alguma mudança no material fornecido por Honda e Chevrolet para as próximas provas em circuitos mistos e de rua. Portanto, a cautela precisa, como apontou Kanaan, ser muito maior. 
 
O ponto principal para a categoria neste momento de novos kits é encontrar o equilíbrio entre a tocada mais conservadora e a emoção das provas. Se o público não quer ver asas se desintegrando no meio das corridas, quer menos ainda ver corridas monótonas, burocráticas, sem ação e sem ultrapassagens.
 
A situação já permite uma certa preocupaççao com o comportamento dos novos pacotes para circuitos ovais. A incidência de toques tende a ser muito menor, claro, mas tudo que os americanos menos querem é que os pilotos estejam 'comportados' no modelo de pista de que tanto gostam.
 
A próxima etapa no dia 12 no novo circuito de Nova Orleans tende a ver menos esbarrões e encontrões que façam da pista um depósito interminável de detritos ou um 'martelinho de ouro' nos boxes.
 
Quanto ao rendimento, vai ser interessante ver se a Honda vai conseguir acompanhar a Chevrolet e, entre as equipes, se Ganassi e o restante acompanharão o ritmo da Penske. Caso seja como em St. Pete, a lavada do 'quarteto fantástico' será vexatória para o resto.
FORAM-SE AS VAIAS

A cena era comum em 2013: Sebastian Vettel vencia, o povo vaiava. E aquilo claramente incomodava o alemão, que caminhava para o quarto título mundial. Ele sentia que aquela reação era injusta e que estava no alto do pódio porque trabalhara muito duro para isso junto da Red Bull. Mas o time era visto como vilão pela grande maioria do público. Já dizia Nelson Rodrigues: “As vaias são os aplausos dos desanimados”. Na primeira vitória pela Ferrari, o tratamento que Vettel recebeu foi completamente diferente.

O BOLÃO DA F1

A vitória de Sebastian Vettel rendeu financeiramente para Helmut Marko, consultor da Red Bull. O descobridor do alemão embolsou € 400 euros — pouco mais de R$ 1.400 — ao apostar no agora piloto da Ferrari à vitória do GP da Malásia deste domingo num 'bolão da F1' entre membros do paddock. "Sabia que Vettel podia conseguir. Já podia ver isso desde os treinos livres de sexta-feira", declarou Marko ao jornal alemão 'Bild', demonstrando o velho apreço pelo talento que descobriu.

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