Herta dá volta por cima em Toronto e injeta confiança para voltar à elite da Indy
Colton Herta dominou as ações de forma assertiva em Toronto, e coroa recuperação de 2024 se colocando de volta ao posto de elite da Indy. Na disputa por título, Álex Palou só dispara
Foram 41 corridas e mais de dois anos de jejum, mas Colton Herta foi ao Victory Lane novamente. Em uma jornada bastante tortuosa de lá para cá, o americano da Andretti conseguiu uma performance assertiva nas ruas de Toronto. Liderou os dois treinos livres, fez a pole-position e comandou a corrida com muita autoridade. Foram 80 voltas lideradas das 85 em disputa e muita maturidade em todas as relargadas da prova.
Colton precisava urgentemente dar uma resposta, especialmente por dois momentos que acabaram marcando a temporada que é bem boa: a batida sozinho nas 500 Milhas de Indianápolis, onde estava no páreo pela vitória, além do acidente em Detroit, corrida na qual saiu da pole-position. Seu status como piloto de elite começou a ser questionado. Como era possível um talento desses sequer ser o melhor da Andretti?
Seja por interesse da Fórmula 1 ou não, Colton compartilhou a responsabilidade das várias derrotas nesse jejum. Muitas vezes, vieram por escolhas completamente equivocadas da Andretti, mas em outras, o próprio Herta desperdiçou as chances.
E depois de muito tempo, Colton voltou a dar uma resposta. Ela não veio quando o piloto viu Alexander Rossi e Kyle Kirkwood em temporadas melhores nos anos mais recentes. Porém, veio com uma exibição muito mais cerebral do que de ‘showman’. Se as críticas já foram muito fortes, hoje, ele merece muitos aplausos.
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Atrás de Herta, o GP de Toronto se desenhou de duas formas: uma prova típica das ruas canadenses, muito mais travada e com poucos acontecimentos, como foi a tendência de quase todas as edições mais recentes, mas também de um susto absurdo envolvendo Pato O’Ward, Marcus Ericsson, Santino Ferrucci e Pietro Fittipaldi. O acidente da volta 72 foi mais um teste valioso do aeroscreen, que agora salvou Ferrucci.
E como já é tradição na Indy, todas as corridas acontecem com Álex Palou se dando bem. Nem a punição após bloquear O’Ward na classificação, que o fez largar de 18º, foi um impeditivo para o espanhol escalar o pelotão e chegar no honroso quarto lugar. Não apenas por estratégias e ultrapassagens, mas por sempre saber muito crescer no caos à frente enquanto os adversários falham miseravelmente. Will Power, por exemplo, causou um acidente inexplicável com Scott McLaughlin que destruiu por completo a corrida da Penske.
O único que parece realmente ter qualquer nível para desafiar Palou em termos de regularidade é Scott Dixon, que em um pulo do gato espetacular, foi de 15º para terceiro. Empatou com Mario Andretti na lista de mais pódios na história da categoria. Porém, os problemas de Road América e Mid-Ohio ainda pesam muito ao neozelandês, que vai precisar remar muito nos ovais caso queira tirar a taça das mãos de Palou.
A Indy realiza uma pausa vital por conta das Olimpíadas e volta para uma reta final avassaladora. São 5 corridas restantes, com 4 ovais. Só um milagre parece capaz de impedir a terceira Astor Cup de Palou em quatro anos, mas a boa notícia é que Colton Herta voltou ao lugar que pertence, e 57 pontos atrás, pode se recuperar para virar uma ameaça.
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