Coluna Safety-car, por Felipe Giacomelli: Ode a Indianápolis

Dos 33 pilotos que largarão para a Indy 500, a vida de um deles vai mudar completamente em poucas horas. Ele deixará a lista de inscritos da prova para fazer parte da história do automobilismo mundial.

As 500 Milhas de Indianápolis começaram nesta semana com quase dez dias seguidos de treinos. Assim, quando a bandeira verde for acenada no próximo domingo, para dar início à prova, nenhum piloto vai poder reclamar que não teve tempo de testar todos os acertos possíveis e impossíveis no equipamento.

Ter tanto tempo assim de treino é uma espécie de respeito para com a tradicional prova. Dos 33 pilotos que largarão para a corrida, a vida de um deles vai mudar completamente em poucas horas. Ele deixará a lista de inscritos da Indy 500 para fazer parte da história do automobilismo mundial.

Dos 33 pilotos que largam para a Indy 500, um vai entrar para a história (Foto: IndyCar/LAT USA)

Para esse piloto, não importa o que ele faça pelo restante da vida, será para sempre conhecido como um campeão da Indy 500. Há pilotos que não conseguem conviver com essa pressão e acabam tomando decisões erradas na carreira, na tentativa de repetir a glória cada vez mais distante. Outros acumulam a função de ídolo muito bem e sempre que pisam no tradicional circuito voltam com a simplicidade de quem está atravessando os portões e vendo a Pagoda, o Gasoline Alley e a faixa de tijolos pela primeira vez.

É nessa linha que Helio Castroneves e Dario Franchitti começam as 500 Milhas deste ano, com o objetivo de igualarem AJ Foyt, Al Unser e Rick Mears como maiores vencedores da tradicional corrida, com quatro triunfos. E pelo que mostraram até agora nos treinos, olho no brasileiro, que tem sido um dos mais constantes no top-5.

Da lista de inscritos deste ano, Scott Dixon e Buddy Lazier são os outros dois pilotos que também já venceram a 500. Com isso, caso todos os quatro se classifiquem, 29 pilotos vão começar a corrida com o objetivo de se perpetuarem na história do esporte mundial.

Algo que JR Hildebrand sabe muito bem o que significa. Há dois anos, ele teve a chance de beber o leite dos vencedores, mas uma batida na última curva mudou totalmente os acontecimentos. Quem se aproveitou do acidente foi Dan Wheldon, que já andava em um momento decadente da carreira, mas foi rapidamente recolocado em um patamar de ídolo.

O inglês se tornou peça de marketing da Indy nos meses seguintes, mas acabou morrendo na última corrida do ano, em Las Vegas, quando 34 carros largaram e muitos deles se envolveram em um gravíssimo acidente logo no começo.

E JR Hildebrand, cuja última curva o separou do estrelato? Para muitos, hoje ele é apenas o ‘cara que bateu na última curva’. Daqui alguns anos, se nada mudar, talvez se torne apenas mais um piloto que ninguém sabe o nome em compilações de vídeos no YouTube.

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