Com mudança aerodinâmica, Texas deve ver outro tipo de corrida. Assim, trio da Penske agradece

Os novos kits aerodinâmicos trouxeram bem mais segurança, mas também menos disputas nas provas em ovais em 2018. Assim, a corrida de tirar o fôlego no Texas em 2017 não deve se repetir e a Penske, com trinca no grid de largada, tem tudo para completar o passeio

A Penske teve uma sexta-feira (8) perfeita no Texas. Após esconder o jogo no primeiro treino livre, o trio deu o bote na classificação, dominou as ações e garantiu a trinca no grid de largada da corrida deste sábado mesmo com Simon Pagenaud em posição ruim de saída para a pista.

 
Ou seja: a Penske provou que tem um carro amplamente superior aos demais sem o vácuo e, considerando que essa deve ser uma característica da corrida como aconteceu em Phoenix e na Indy 500, a trinca no GP do Texas também vira uma possibilidade bem real.
 
Sim, é isso mesmo. Os pilotos já tratam como realidade uma possível nova procissão mesmo no fantástico oval de Fort Worth. A grande questão é que é uma pista que, especialmente por sua angulação, causa muitos acidentes – em 2017 foi uma edição de 'resta um' com oito pilotos cruzando a linha final. Assim, o risco de uma corrida com basicamente mais batidas que ultrapassagens é real.
Josef Newgarden celebra com a Penske a pole (Foto: IndyCar)
Voltemos à Indy 500, principal corrida do calendário e inacreditavelmente primeiro oval longo da temporada. Ali, vencedor e segundo colocado da corrida saíram da primeira fila, algo bem pouco comum nos ovais em outros anos. Will Power, que triunfou, saiu de terceiro, enquanto Ed Carpenter foi da pole para segundo.
 
A Indy vive um dilema e divide opiniões dentro do grid. Se as coisas estão bem mais seguras atualmente, tecnicamente falando, talvez mais justas esportivamente, já que os melhores acertos são beneficiados nas provas, por outro falta 'molho' nas corridas em ovais, falta o invariável, o imponderável que tanto cativa os fãs.
 
No segundo treino livre desta sexta-feira, os pilotos fizeram os últimos ajustes para a corrida e ficaram divididos em relação ao downforce. Uma coisa é praticamente certa, porém: a corrida em 'pack' dos últimos anos que tirava o fôlego não deve aparecer pelos lados texanos em 2018, não. E a Penske, com melhor carro e uma Chevrolet inspirada, sorri com seu trio nas primeiras posições.
 
"Acho que ser pole ajuda muito. Está quente. Não acho que tenha visto uma pessoa que não estivesse suando lá fora. Estamos lidando com esse calor. Acho que foi algo bem animador depois de como fomos em Detroit. Foi um final de semana duro para nós. Não foi bom no geral para a Penske. Lutamos o fim de semana todo. Então vir aqui e ter velocidade em todos os carros é muito bom. Temos algumas das melhores pessoas do paddock, e os resultados vêm daí. Quando você tem 1-2-3, isso mostra nossa competitividade. É o que mais impressiona sobre a equipe, o quão competitivo eles fazem cada carro ser. Eles são muito, muito bons nisso. Crédito para Penske e para a Chevrolet. Olhe para a velocidade que tivemos em maior, na Indy 500. Isso nos ajudou a ser pole hoje. É grande parte disso. Agora que temos boa velocidade, temos que ver como fazer o carro durar com os mesmos pneus. É o grande problema para amanhã. Se fizermos isso estaremos bem, venceremos", disse o pole Josef Newgarden.
Simon Pagenaud (Foto: IndyCar)
Fica, então, a expectativa se teremos ou não uma briga interna da Penske. Newgarden driblou o momento de baixa e fez uma bela pole, com o líder do campeonato e companheiro Will Power em terceiro. É possível imaginar um australiano mais conservador e fugindo de suas características? Talvez, mas entre os dois estará Simon Pagenaud, pressionado pela falta de resultados e, hoje, sem nada a perder.
 
"Aparentemente vamos largar na frene em todo oval. Perdemos a pole em três deles por muito pouco. Foi um trabalho fantástico da equipe. Tivemos um treino duro pela manhã. Conseguimos realizar mudanças para a classificação. Segurei meu fôlego por duas voltas, consegui manter o pedal no chão o tempo todo. A direção estava ótima. Obrigado ao meu engenheiro por resolver isso", comentou Pagenaud.
Tony Kanaan (Foto: IndyCar)
Se Power não comentou a classificação e nem como pretende abordar a corrida, Tony Kanaan até falou bastante do dia. E que dia, hein? O brasileiro liderou o TL1 e, saindo de uma posição ruim de pista, garantiu o sexto lugar no grid. Talvez seja sua grande chance de pódio no ano se algo acontecer no grupo dos líderes ou se a inspiração nas relargadas de Indianápolis voltar.
 
"Foi ótimo. Não achei que conseguiria a pole de qualquer forma, então acho que o top-6 é um bom lugar para largar e uma ótima maneira de começar o final de semana. Acho que temos um bom carro para a corrida. Estamos melhorando como equipe a cada final de semana, então acho que isso pode ser o grande ponto de mudança. Nossa melhor colocação foi semana passada, então vamos tentar chegar ainda melhor do que em sétimo", falou o experiente brasileiro.
 
Para o companheiro de Tony é tudo novo. Matheus Leist, novato, tem no Texas um de seus maiores desafios em 2018, pela complexidade da pista e sua falta de experiência. Mesmo assim, andou próximo do que sua posição de ida para pista indicava. Agora, torce por uma corrida mais movimentada para reagir.
 
"É uma pista bem complicada, sendo honesto, nada fácil. Apenas tento ir passo a passo. Acho que temos um ótimo carro aqui e estou ansioso pela corrida. Sei que será uma corrida longa e foi bem dura nos últimos anos, então espero que vá bem", explicou o novato.
Robert Wickens no TL1 no Texas (Foto: IndyCar)
Quem também faz sua temporada de estreia na Indy é Robert Wickens, mas o canadense está bem longe de ser um novato normal. Experiente e com anos de destaque no DTM, Wickens chegou com tudo na categoria e até corre por fora na luta pelo título. Nesta sexta-feira, mesmo sem conhecer a pista, foi o melhor da Honda e sai em quarto no grid. Mas quer fazer ainda melhor.
 
"Todo dia na Indy é uma nova aventura, mas seguimos indo para cada final de semana com ótimos carros. Acho que hoje é um exemplo perfeito. Definitivamente eu não estava confortável com essa pista, e mesmo assim o carro fez ótimo trabalho. Estivemos rápidos no treino, agora largaremos em quarto. Não posso reclamar", comentou o canadense.

Depois do erro que lhe custou  o triunfo em Detroit, quem vai para o GP do Texas tentando recuperar força na briga pelo título é Alexander Rossi. E por causa dessa esperança o piloto não ficou feliz em largar na oitava posição.

"Não acho que tínhamos carro para a primeira fila, mas para a segunda sim. O carro estava saindo um pouco de frente na primeira volta. Mas enfim. Acho que importante é ter um carro forte. Estamos felizes com o nosso e amanhã a noite será longa. O objetivo é se manter fora de problemas", disse Rossi.

Alexander Rossi (Foto: IndyCar)

Por fim, Scott Dixon, vencedor da corrida 1 em Derroit e que sai em sétimo no sábado, falou – antes de ser o melhor do segundo teino livre, aliás. Ele não saiu satisfeito com a posição no grid, mas ponderou porque crê que, na hora da corrida, tudo pode acontecer.

"O carrto estava ótimo no começo do dia e não estava ruim na tarde, apenas perdi um pouco por causa do equilíbrio. Mas não estou preocupado, não importa muito onde você se classifica aqui, porque você pode vencer partindo de qualquer posição. O carro estava com a frente um pouco problemática, mas nada demais. Estaremos prontos para a corrida", finalizou Dixon.

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