Dixon segura Rosenqvist no fim e vence em Mid-Ohio. Newgarden erra e é 14º

O GP de Mid-Ohio foi encaminhado na base da estratégia, mas teve voltas finais que tiraram o fôlego. A Ganassi brilhou na tática, mas seus pilotos brigaram feio até os últimos metros, com Scott Dixon fechando a porta e batendo Felix Rosenqvist. Josef Newgarden rodou na última volta e foi 14º

Tudo caminhava para uma dobradinha tranquila da Ganassi na base da estratégia, mas Felix Rosenqvist fez o circo pegar fogo nas voltas finais da Indy em Mid-Ohio. Neste domingo (28), o sueco atacou com tudo Scott Dixon, até chegou a tocar no companheiro, mas não conseguiu passar. Dixon, fechando a porta, triunfou e seguiu vivo atrás de mais um título.

Dixon teve um último stint muito longo de pneus macios e foi ficando sem ritmo no fim. Aí, quando parecia que Felix seria um mero escudeiro, o bicho pegou. O sueco foi tirando os retardatários do caminho, colocou de lado em Dixon na última volta e os dois até se tocaram, com o neozelandês mantendo a posição e ganhando a prova por inacreditáveis 0s093, a chegada mais apertada da história de Lexington e a terceira da Indy em circuitos de rua e mistos.

Só que o duelo entre os dois envolveu também carros atrasados e acabou juntando Ryan Hunter-Reay e Josef Newgarden, em um lance que pode ter tido peso imenso para o campeonato. Líder, Josef tentou buscar mais um pódio e forçou bastante para cima de Hunter-Reay, escorregando, travando tudo e batendo no rival, em um atípico erro. Ryan se arrastou pra ser terceiro, mas Newgarden atolou e não completou a prova, ficando oficialmente em 14º e perdendo a chance de abrir mais para Alexander Rossi, que foi quinto em tarde discreta.

A quarta colocação ficou com o pole Will Power, que não teve ritmo para brigar na frente, mas ao menos passou longe dos problemas recentes. Simon Pagenaud, cada vez mais apagado, foi sexto, mais preocupado com Spencer Pigot e Colton Herta do que com a frente. Os jovens americanos foram sétimo e oitavo, respectivamente.

Graham Rahal e Jack Harvey completaram o grupo dos dez primeiros colocados, com Matheus Leist em 18º e Tony Kanaan em 20º, em mais um dia daqueles para a Foyt.

Scott Dixon venceu em Mid-Ohio (Foto: Indycar)

Saiba como foi o GP de Mid-Ohio

 

A largada em Lexington aconteceu às 17h04 (em Brasília), com Will Power saindo bem e Josef Newgarden grudando em Alexander Rossi e quase os líderes do campeonato colidindo. Felix Rosenqvist partiu com tudo para cima de Simon Pagenaud e quase levou a melhor, mas recuou de volta para sexto.

 
Só que o problema se deu no pelotão intermediário. Takuma Sato, James Hinchcliffe e Marcus Ericsson foram três dos envolvidos no enrosco, com o japonês bem aloprado no lance e indo parar lá fora depois. 
 
Mas o estrago foi muito maior para a dupla da Schmidt Peterson, que ficou com os dois carros bem danificados após o toque de Sato que gerou uma colisão interna. Ericsson teve de recolher, enquanto Hinch tomou duas voltas.
 
Não teve bandeira amarela apesar do tumulto e os líderes foram abrindo um pouquinho na frente, com distâncias muito parecidas searando Power de Rossi, Rossi de Newgarden e Newgarden de Pagenaud, que era seguido de muito perto por Bourdais e Rosenqvist.
A primeira rodada de paradas começou de fato na volta 13, com Pagenaud e Bourdais abrindo os trabalhos e sendo seguidos por Newgarden, que voltou na frente da dupla. Aquele momento bagunçou bem a corrida. Rosenqvist e Dixon conseguiram passar Rossi ainda no primeiro stint, Newgarden e Pagenaud ficaram muito mais próximos com Tony Kanaan na frente sem ter parado e Herta e Bourdais se acharam no traçado.
 
E os líderes originais seguiam perdendo mais e mais rendimento. Rossi perdia contato com o trio de frente e já era apertado por Pigot, também na tática do stint longo com pneus duros, mas Power, de macios, também sofria e muito com desgaste ao tentar adiar a parada. Assim, finalmente na volta 25, Rosenqvist passou o australiano, com bem mais ação.
 
Os líderes, enfim, paravam ali pela volta 26 em diante. Rossi foi o primeiro e retornou em 12º, perdendo ali lugar para Pigot, que inclusive conseguiu também superar Power e Dixon nos boxes. Só Rosenqvist se deu melhor que o americano e retornou em sexto. Ali, as estratégias ficavam misturadas, com Rosenqvist em boa posição.
 
No geral, Newgarden liderava e torcia para sua tática render frutos. Pagenaud, Hunter-Reay e Herta seguiam na mesma, com Rosenqvist, Rahal, Bourdais, Harvey, Pigot e Power fechando o top-10.
 
Uma treta entre veteranos surgiu na sequência, com Dixon tentando passar Power, que se defendeu firme e, na sequência, até mesmo bloqueou o rival quando ia perdendo a dianteira. Mas deu tudo certo no giro 34, com Scott subindo para nono.
 

Pagenaud e Herta resolveram antecipar um pouquinho a segunda janela e pararam na volta 37, com o francês retornando em 12º e Herta no 13º lugar. Rahal, Chilton e Ferrucci também foram parando.

Aí vieram as duas paradas mais conturbadas. Bourdais passou do limite de velocidade nos boxes e tomou um drive-through, enquanto Newgarden viu suas chances minguarem na prova. A mangueira de combustível ficou presa no carro do americano e muito tempo foi perdido, a ponto de voltar atrás de Hunter-Reay e quase perder lugar para Pagenaud, com direito a uma disputa lado a lado que lembrou a batalha dos dois em Gateway em 2017.

As estratégias começavam a conversar no segundo stint. Rosenqvist e Pigot precisaram parar antes do que o planejado, mas o sueco seguia com um ritmo feroz e passava Rossi rapidinho, perseguindo Power em terceiro. Dixon, na frente, ia naquele jeitão dele para poupar equipamento.
 
Rosenqvist seguia faminto ali atrás e tirava Power da frente em uma briga de dar gosto de ver. Com estratégias misturadas, Dixon tinha 15s para Rosenqvist, que levava 2s9 para Power, que era perseguido de perto por um enorme pelotão com Rossi, Hunter-Reay, Newgarden, Pagenaud, Pigot e Herta.
 
Dixon finalmente parou na volta 60, logo depois de Rossi e pouco antes de Power. Só que apenas Scott ousou e resolveu voltar de macios, encarando longa jornada pela frente, apostando em passar todo mundo no começo do stint. E assim foi mesmo no início, com ritmo muito bom.
 
Na volta 66, Rosenqvist era o último a fazer a parada final e, finalmente, tínhamos um reposicionamento real no pelotão, ainda que com gente com mais voltas que outros de pneus, compostos desgastados e outros detalhes.
 
Dixon era líder, com 9s0 de vantagem para o companheiro Rosenqvist, 20s1 para Hunter-Reay, 21s0 para Newgarden e 23s3 para Power. Rossi, Pagenaud, Pigot, Herta e Rahal não apareciam muito distantes fechando o top-10. Leist era 16º e Kanaan vinha em 20º, sofrendo ambos com a Foyt, mais uma vez.
Enquanto Rosenqvist ia aos poucos tirando a vantagem de Dixon, mas dificilmente atacaria o companheiro que ainda sonha com título, Hunter-Reay se descolava de Newgarden e praticamente garantia o pódio, enquanto o piloto da Penske também abria margem para Power em quarto.
 
De Rossi para trás, porém, o bicho pegava. O #27 era apertado por Pagenaud, que recebia forte pressão de Pigot e até de Herta. Nos últimos 12 giros, Rahal, que brigava bastante com o carro, ainda conseguiu chegar, com Harvey encostando no bolo e seguido por Ferrucci e Bourdais, que também observavam de perto.
 

Na volta 84, a vantagem de Dixon era reduzida a menos de 4s e também ressurgia a briga pelo pódio, com Newgarden encostado em Hunter-Reay. Pagenaud respirava um pouco mais com Pigot sem push-to-pass pela frente.

Só que o ritmo de Dixon era tão ruim no final que, mesmo sem querer, Rosenqvist colou e só ficou separado por cinco retardatários. Mas o pior estava por vir, porque Hunter-Reay e Newgarden foram tirando mais de 2s por volta e entraram no pelotão das Ganassi e dos retardatários, que tinha também os aloprados Andretti e Sato.

Bom, só poderia dar nisso mesmo: Hunter-Reay e Newgarden chegaram e o pelotão do líder tinha nada menos que nove carros, sendo cinco retardatários que não estavam nem aí para a disputa pela ponta. 

Aí veio a última volta da corrida, simplesmente a melhor da temporada toda. Em poucos, bem poucos segundos, Rosenqvist atacou Dixon, botou por fora e se chocou com o companheiro, com Scott mantendo a ponta. Logo atrás, Newgarden errava, travava tudo e dava em Hunter-Reay, levando a pior e atolando na caixa de areia para virar 14º, tomando grande revés no campeonato. 

Na briga pela vitória, Rosenqvist tentou muito, tentou até na linha de chegada, mas Dixon segurou bem e, por incríveis 0s093, conquistou um triunfo crucial para o campeonato.

Indy 2019, GP de Mid-Ohio, Final:

1 S DIXON Ganassi Honda 1:45:15.697 90 voltas
2 F ROSENQVIST Ganassi Honda +0.093  
3 R HUNTER-REAY Andretti Honda +1.258  
4 W POWER Penske Chevrolet +6.988  
5 A ROSSI Andretti Honda +10.795  
6 S PAGENAUD Penske Chevrolet +11.903  
7 S PIGOT Carpenter Chevrolet +12.367  
8 C HERTA Harding Honda +12.955  
9 G RAHAL RLL Honda +19.929  
10 J HARVEY Meyer Shank Honda +20.000  
11 S BOURDAIS Dale Coyne Honda +20.772  
12 S FERRUCCI Dale Coyne Honda +21.270  
13 E JONES Carpenter Chevrolet +46.009  
14 J NEWGARDEN Penske Chevrolet +1 volta NC
15 M ANDRETTI Andretti Honda +1 volta  
16 M CHILTON Carlin Chevrolet +1 volta  
17 R ENERSON Carlin Chevrolet +1 volta  
18 M LEIST Foyt Chevrolet +1 volta  
19 T SATO RLL Honda +1 volta  
20 T KANAAN Foyt Chevrolet +1 volta  
21 Z VEACH Andretti Honda +1 volta  
22 J HINCHCLIFFE SPM Honda +3 voltas  
23 M ERICSSON SPM Honda +88 voltas NC

 

 
Paddockast #25
Bênçãos e Maldições da Fórmula E

Ouça: Spotify | iTunes | Android | playerFM

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.