Ex-F1 e agora na Indy Lights, Chilton pede por mudanças rápidas e apoia iniciativa de cockpits fechados

Max Chilton, ex-piloto de F1 e agora na Indy Lights, escreveu um texto emotivo na sequencia da morte de Justin Wilson na Indy. O jovem pediu por medidas rápidas de segurança e que ampliem a proteção aos pilotos dentro dos cockpits dos carros de monoposto

Ex-piloto da F1 e atualmente competindo na Indy Lights, Max Chilton foi mais um a apelar para a adoção do cockpit fechado nas competições de monopostos pelo mundo. Na sequência da morte de Justin Wilson, o jovem inglês publicou um texto, intitulado 'Tempo de mudança', em que defende medidas rápidas e urgentes de segurança no esporte, para evitar novas tragédias no futuro.

Wilson, de 37 anos, foi atingido na cabeça por um pedaço do carro de Sage Karam, que havia se envolvido em um acidente na parte final das 500 Milhas de Pocono, prova disputada no último domingo (23). O veterano piloto inglês chegou a ser transferido para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na segunda-feira, deixando esposa e duas filhas.

A perda do britânico da Andretti reavivou as discussões sobre segurança e trouxe à tona propostas para ampliar a proteção à cabeça dos pilotos, o ponto mais vulnerável em um monoposto. Ex-companheiro de Jules Bianchi — piloto francês, que morreu no mês passado devido aos ferimentos sofridos durante o GP do Japão de 2014 —, Chilton pediu novas iniciativas em um texto bastante emotivo.

Max Chilton pediu por medidas de segurança no esporte a motor (Foto: AP)

"O esporte está mais uma vez de luto pela perda de outro grande talento, devido a um acidente estranho. Não importa o quanto nós ainda tenhamos de tentar usar a palavra estranho como forma de tentar minimizar a dor ou entender o que aconteceu, a realidade que é, se isso aconteceu mais de uma vez, então precisamos repensar o uso dessa palavra", escreveu o inglês de 24 anos.

"O esporte que amamos foi se tornando mais seguro ao longo dos anos devido aos esforços de Jackie Stewart, com a ajuda da FIA e de Max Mosley, mas agora chegou o momento de darmos o próximo passado na melhoria da segurança. Com sua vasta experiência, Charlie Whiting é um grande homem para nos ajudar com isso junto com a FIA", completou o britânico.

"Alguns não gostam da ideia, mas é hora de começar a pensar em cockpits protegidos. Em dez anos, vamos olhar para o passado do mesmo jeito que fazemos agora com as corridas de 20 anos atrás e vamos dizer: 'No que estávamos pensando?", acrescentou.

A morte de Wilson ocorreu apenas 37 dias depois da de Bianchi e seis anos depois da do jovem Henry Surtees, que perdeu a vida depois que a roda do carro de outro competidor atingiu sua cabeça, durante uma corrida de F2 em Brands Hatch. Ainda na esteira dos recentes acidentes de Wilson e Bianchi, a FIA pretende reforçar os estudos para melhorar a proteção dos pilotos e já planeja realizar novos testes com alternativas para a cobertura do cockpit.

"Na semana passada mesmo, eu estava estudando os testes da tampa para o cockpit da FIA no YouTube, que é algo que os pilotos não deveriam se preocupar, mas eu não tenho receio de admitir que isso é algo que me preocupa muito depois do meu acidente quase no GP da Inglaterra de 2014", afirmou Chilton, se referindo ao acidente sofrido por Kimi Räikkönen em Silverstone logo depois da largada.

O então piloto da Marussia conseguiu desviar de uma roda solta do carro do ferrarista. "Não devemos tomar a morte de um ótimo cara como Justin para provocar isso, mas talvez isso se torne outro grande legado de Justin, Jules e Henry para nós. Nós todos nós, como uma comunidade unida, podemos encontrar uma solução e, sim, haverá problemas, desvantagens, mas o sucesso vai superar tudo isso, salvando vidas", encerrou o piloto da Carlin.

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